I Domingo da Quaresma- Ano C

A Quaresma é o tempo de preparação para a festa da Páscoa. A Páscoa em que se celebra a Ressurreição de Cristo é a principal festa dos Cristãos. Quaresma quer dizer quarenta dias de preparação, que vai de quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. O Evangelho deste domingo apresenta-nos as tentações feitas pelo demónio a Jesus, que estava em oração, no deserto e mostrar-nos que nós, também sujeitos às tentações do demónio, devemos seguir o exemplo de Jesus: não cedendo às tentações e afastando e repelindo o demónio. Jesus deu-nos, assim, um extraordinário exemplo: de humildade, ao sujeitar-se aos ataques do demónio, e de fortaleza, ao resistir decididamente, sem a mais pequena hesitação ou cedência. Sobre este assunto, passo a citar S. João Crisóstomo, que nos diz: “Uma vez que o senhor tudo fazia e sofria para o nosso ensinamento, também quis ser conduzido ao deserto e ali travar combate contra o diabo, a fim de que os baptizados, se depois do Baptismo vierem a sofrer as piores tentações, não se perturbem com isso, como se tratasse duma coisa que não era de esperar. Não, diz S. João Crisóstomo, não há que se perturbar com isso, mas sim permanecer firmes e enfrentar as tentações como a coisa mais natural do mundo.”
Diz-nos ainda S. Paulo, na sua carta aos Hebreus: “ Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados acima das vossas forças, mas, com a tentação, vos dará os meios de sair dela e a força para a suportar.”
Não pensemos, por isso, em viver num mundo sem tentações.
Isso seria utópico…
Temos de ter força e coragem para, como Cristo, vencermos as tentações.
Caros Amigos e Irmãos
A Quaresma é tempo de oração, penitência, conversão, renúncia e caridade.
Lembro as acções que estão previstas e para as quais, desde já, apelo à vossa presença e participação: dias de jejum e abstinência: Quarta – feira de Cinzas, Sexta – feira Santa; Dias só de abstinência, todas as Sextas-feiras da Quaresma.
Apelo à participação na Via-Sacra, que se realizará, todas as sextas-feiras da Quaresma às 21 horas, na Igreja da Rainha Santa Isabel. A Celebração Penitencial realizar - se - à, no dia 26 de Março (6ª feira antes do Domingo de Ramos) às 21horas aqui na Igreja.
Estarão presentes dois sacerdotes.
O ofertório da renúncia quaresmal é no domingo de Ramos, dia 28 de Março, conforme superiormente determinado, e destina-se a ajudar a pagar o seminário dos padres “ Servos de Jesus Salvador.”
Lembremos o que S. Leão Magno, acerca do Jejum e da renúncia, recomendou aos seus fiéis:
“ Nós prescrevemo - vos o jejum, recordando-vos não só a necessidade de abstinência, mas também as obras de misericórdia. Deste modo, aquilo que tiverdes poupado nas despesas ordinárias, torna-se alimento para os pobres.”
Palavras, ditas no século V que têm hoje plena actualidade.
Caros Amigos e Irmãos 
Desejo, neste momento, informar-vos do valor dos ofertórios dos terceiros domingos, destinatários à Acção Caritativas da Paróquia, e que são fruto: da generosidade de todos vós que participastes nestes ofertórios, e da compreensão e colaboração da Mesa da Confraria da Rainha Santa Isabel que voluntariamente, prescindiu deste ofertório. Durante 2009, o Total das receitas foi de 5899,20 euros e foi para apoiar despesas de farmácia, água, luz e gás, vendas de casa, alimentação e apoio escolar.
No Bordão desta semana vêm especificadas as verbas gastas em cada uma destas rubricas. Que Deus compense a vossa generosidade!
E aproveitemos a vivência desta Quaresma, para a correspondermos aos apelos que o Senhor Jesus, faça a cada um de nós!
O ofertório da missa de hoje é para a Acção Caritativa da Paróquia.

Bordão 21 Fevereiro














1º DOMINGO DA QUARESMA
Deut 26, 4-10; Sl 90; Rom 10, 8-13; Lc 4, 1-13

Cheio do Espírito Santo, Jesus retirou-Se das margens do Jordão. Durante quarenta dias, esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado pelo diabo. Nesses dias não comeu nada e, passado esse tempo, sentiu fome. O diabo disse-lhe: «Se és Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem’». O diabo levou-O a um lugar alto e mostrou-Lhe num instante todos os reinos da terra e disse-Lhe: «Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos, porque me foram confiados e os dou a quem eu quiser. Se Te prostrares diante de mim, tudo será teu». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’». Então o demónio levou-O a Jerusalém, colocou-O sobre o pináculo do Templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, atira-Te daqui abaixo, porque está escrito: ‘Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito, para que Te guardem’; e ainda: ‘Na palma das mãos te levarão, para que não tropeces em alguma pedra’». Jesus respondeu-lhe: «Está mandado: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». Então o diabo, tendo terminado toda a espécie de tentação, retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo. (Lucas)

Apenas teologia; mas muita…
Evidentemente, nenhum de nós vai pensar que o diabo andou a falar ao ouvido de Jesus! Nem sequer que Jesus um dia subiu a um monte muito alto do qual se viam todos os reinos da terra... O Evangelho das tentações de Jesus é só e exclusivamente teologia, e por isso é assim que deve ser lido. Isso significa que aqui temos apenas a reflexão da Igreja primitiva sobre a postura (atitudes e comportamentos) de Jesus, ao longo da sua vida, diante de Deus e diante da radical condição humana para o pecado, isto é, para a recusa de Deus.
Neste texto percebe-se que a Igreja primitiva encerrava em três “espécies” toda a espécie de tentação. O facto de serem três, já nos dizia isso, mas o autor sagrado refere-o explicitamente, para que tomemos perfeita consciência disso. E as três únicas espécies de tentações são “ser Deus” (tomar o lugar de Deus, agir diante do outros como Deus, fazer-se adorar como Deus, gerir os conhecimentos, aptidões e posses materiais como exclusivos, impor o pensamento único e a censura a quem pensa de modo diferente, e por aí fora...). SER DEUS! 
A segunda espécie de tentação (na versão de Lucas), é “adorar falsos deuses”, trocar o Deus verdadeiro por deuses à medida das nossas conveniências (coisas tão comuns como a carreira torna-se mais importante que a verdade, a promoção mais importante que a justiça, um bem supérfluo mais importante que a caridade, a nossa imagem social mais importante que os critérios de Jesus de Nazaré, e por aí fora). ADORAR FALSOS DEUSES!
A terceira espécie de tentação é “entalar Deus” (“instrumentalizar Deus”) a partir da sua própria natureza: se Ele é amor e tem todo o poder, então que nos salve a nós e a todos os desgraçados. (E se há desgraçados, a culpa é d’Ele que criou o mundo imperfeito; e se a desgraça nos bate a porta, perguntamo-nos que mal Lhe fizemos...). INSTRUMENTALIZAR DEUS!
Toda a tentação, portanto, reflecte uma postura da pessoa perante Deus.
Por outro lado, as tentações são de meios para alcançar determinado bem, e não os bens em si mesmos. As tentações são de meios e não de fins. Jesus sempre quis bons fins: fé, paz, amor, liberdade, justiça... A tentação reside em tentar obter estas coisas por caminhos que não são os de Deus, mas que vão sempre contra Deus, ou substituindo-nos a Ele, ou remetendo para Ele as responsabilidades, ou procurando a solução noutros deuses quaisquer, desde que façam efectivamente alguma coisa.
Para além disso, as “tentações de Jesus” são contextualizadas em três espaços: o deserto, a montanha, e o templo. Todos estes três lugares são, na bíblia, lugares sagrados!: o primeiro ligado à mudança de vida, à conversão; o segundo, a montanha, ligado à Lei; e o Templo ligado ao culto. Os mais sagrados dos lugares não deixam de ser os lugares da tentação: era também no alto das montanhas que o povo adorara falsos deuses...
Sob o aspecto bíblico, apenas um pormenor: enquanto Mateus coloca como última e definitiva a tentação da montanha (Lei), Lucas troca a ordem e coloca em último lugar o Templo. Lucas sempre será o evangelista do Templo, da oração, do culto, ...e sempre fugirá, como vimos no Domingo passado, de dar expressão à Lei.

QUARESMA
Tempo de oração e penitência, conversão e renúncia

Quarenta dias e quarenta noites foi o que o Senhor passou no deserto, em oração e penitência, antes de iniciar a missão de que o Pai O incumbira, Anunciar o Reino de Deus.
Por nada disto Jesus teria de passar porque era Deus, mas Jesus quis que assim fosse para nos dar o exemplo, orando e sacrificando-se por todos e cada um de nós.
Por isso, estes dias da Quaresma devem-nos levar à reflexão e à meditação da palavra de Deus, ajudando-nos:
- a recuperar o sentido da vida;
- a encontrar em Cristo e na sua doutrina o modelo para todos nós;
- a descobrir, na vivência cristã, a razão de ser da nossa vida e a alegria de ser cristão.
Para nos ajudar a viver a Quaresma segundo as normas da Igreja, lembro o que está determinado:
- Dias de jejum e abstinência:
- 4ª feira de cinzas;
- 6ª feira Santa
- Dias só de abstinência:
- todas as sextas-feiras da Quaresma
- Lembro que em todas as sextas-feiras da Quaresma, às 21 horas, se realizará a Via-Sacra, na Igreja da Rainha Santa Isabel.
A Quaresma é também tempo de conversão e de Celebração da Penitência.
Por isso, a Celebração Penitencial realizar-se-á, no dia 26 de Março (6ª feira antes do Domingo de Ramos), às 21 h, na Igreja da Rainha Santa Isabel. Estarão presentes dois Sacerdotes.
O ofertório da renúncia quaresmal é no domingo de Ramos, dia 28 de Março, conforme superiormente determinado, e destina-se a ajudar a pagar o seminário dos Padres “Servos de Jesus Salvador”.
Lembremos o que S. Leão Magno, acerca do jejum e da renúncia, recomenda aos seus fiéis:
“Nós prescrevemo-vos o jejum, recordando-vos não só a necessidade da abstinência, mas também as obras de misericórdia.
Deste modo, aquilo que tiverdes poupado nas despesas ordinárias torna-se alimento
para os pobres”.
Palavras ditas no século V que têm hoje plena actualidade.
Desejo, neste momento, informar o valor dos ofertórios dos 3os domingos, destinados à Acção Caritativa da Paróquia e que são fruto:
- da generosidade de todos vós que participais nestes ofertórios;
- e da compreensão e colaboração da Mesa da Confraria da Rainha Santa Isabel que se dignou prescindir deste ofertório.
Durante 2009 o total das receitas foi de 5899,20 €.
As despesas:
- em farmácia – 1693,75 €
- água, luz e gás – 598,18 €
- rendas de casa – 1723,60 €
- alimentação – 1050,25 €
- apoio escolar – 528,86 €
- saldo positivo – 305,56 €

Agradeçemos a todos a sua generosidade.
E por tudo e por todos, Deus seja Louvado! 



Missas da Semana

Dia 23 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 25 – 5ª Feira 
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 26 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento. 

Dia 27 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 28 de Fevereiro
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel



VI Domingo do Tempo Comum Ano – C

No Evangelho de S. Lucas que acabamos de ouvir, os destinatários destas Bem-aventuranças são os pobres, os que têm fome, os que choram, os que são perseguidos.
São, por isso, os desprotegidos os explorados, os pequenos e sem voz, as vitimas de injustiça, que, pela acção sem escrúpulos, dos poderosos, são, com frequência privados dos seu direitos e da sua dignidade.
Deus, na sua bondade, quer derramar sobre todos eles a sua misericórdia e a sua salvação.
A salvação de Deus dirige-se prioritariamente aos que têm fome, aos que choram e aos perseguidos, porque eles, na sua simplicidade, humildade, disponibilidade, estão mais abertos para acolher a proposta que Deus lhes faz através de Jesus.
Na segunda parte do Evangelho, Jesus não lança maldições, mas sim um sério alerta para todos, para não se deixarem seduzir por falsas promessas: pela sedução dos bens do mundo; pela gula; pelo prazer; pela vanglória e ambição de honras e aplausos mundanos.
Jesus denuncia assim os opressores, os instalados, os poderosos os que pisam os outros, os que têm o coração cheio de orgulho e de auto-suficiência e não estão disponíveis para acolher a novidade do “Reino de Deus”” que transforma os corações.
Caros Amigos e Irmãos
A proposta de Jesus apresenta uma nova compreensão de vida, bem distinta de que existe no nosso mundo. A lógica do mundo proclama “felizes”: os que têm dinheiro (mesmo quando esse dinheiro resulta da exploração dos mais pobres); os que têm poder: os que tem influência.
Mas a lógica de Deus exalta os pobres, desfavorecidos, os necessitados: é a esses que Deus se dirige com uma proposta libertadora e a quem convida a fazer parte da sua família.
O anúncio libertador que Jesus traz é, portanto, uma Boa Nova que enche de alegria os corações amargurados, os marginalizados, os oprimidos.
Com o “Reino” que Jesus propõe aos homens: anuncia-se um mundo novo, um mundo de irmãos, de onde o egoísmo, a exploração e a miséria serão definitivamente banidos e onde os pobres e marginalizados terão lugar como filhos mais amados de Deus.
Caros Amigos e Irmãos
Vinte e um séculos depois do nascimento de Jesus, que é feito das propostas de Jesus?
Elas mudaram alguma coisa no nosso mundo?
Às vezes, contemplando o mundo que nos rodeia, somos tentados a crer que a proposta de Jesus falhou. Mas talvez sejas mais correcto colocar a questão nestes termos: nós, testemunhos de Jesus, teremos conseguido passar aos outros, esse projecto libertador?
Teremos, com suficiente convicção, testemunhado esse projecto, de forma que ele tivesse uma influência decisiva na vida dos homens?
Jeremias, na primeira leitura, diz: “ Bendito quem confia no senhor e põe no Senhor a sua esperança.” “É como a árvore plantada à beira da água, que estende as suas raízes para a corrente: nada tem a temer quando vem o calor e a sua folhagem mantém-se sempre verde.”
Caros Amigos e Irmãos
Também nós, unidos a Cristo, não murchamos, mas daremos sempre bons frutos e alcançaremos a felicidade.