Bordão 2 Maio

V DOMINGO DA PÁSCOA
Act 14, 21b-27; Sl 144; Ap 21, 1-5a; Jo 13, 31-33a.34-35

Naqueles dias, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia. (...) À chegada [a Antioquia], convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a porta da fé. (Actos dos Apóstolos)

Quando Judas saiu do Cenáculo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros». (João)


Dor e amor
S. João normalmente enquadra os relatos do seu evangelho em cenários simbólicos, às vezes só com uma ou duas palavras. Mas são palavras com uma carga tão grande, que ilustram tudo o que ele quer dizer! Vimos na semana passada que a resposta definitiva [“Eu e o pai somos Um”] de Jesus aos judeus sobre se ele era o Messias foi no inverno! (Além disso, foi no templo, sob o pórtico de Salomão). Esta semana, embora o texto lido na missa o omita, S. João diz que quando Jesus tem esta conversa com os seus discípulos era de noite! É curioso como a liturgia, no centro do tempo pascal (4º e 5º Domingos da Páscoa) vai buscar para alimento espiritual da Igreja exactamente os textos do inverno e da noite de Jesus!

A razão principal parece ser que S. João nos apresenta a vida de Jesus como causa de contradição, como o lugar teológico, ou a pessoa, em relação ao qual os extremos se tocam: morte - vida; ódio - amor; desespero - contrição; mentira - verdade; traição - glorificação... É uma ideia sempre presente no evangelho de S. João: Ele (Jesus) era a Luz que veio ao mundo para iluminar os homens, mas os homens preferiam as trevas.

Depois que os inimigos esgotaram a possibilidade de tolerar Jesus (evangelho da semana passada), agora é um amigo que esgota essa capacidade: Judas Iscariotes. No decorrer da Ceia, da última ceia, daquela ceia carregada de intimidade de Jesus com os seus amigos, ele não aguenta e sai porta fora, para O trair. É o momento da ruptura definitiva entre dois grandes amigos. Tão grande fora a amizade entre eles, que basta o cruzamento dos olhares para se lerem um ao outro, para perceberem que tudo acabou. Os outros nem se apercebem do que se passa; mas eles os dois, mesmo sem palavras, sabem - sabem com toda a claridade que caiu a noite entre eles.

Para S. João parece claro que, mais ainda do que a cruz!, o que faz doer Jesus em seu coração é a ruptura deste seu grande amigo, a traição deste seu amigo íntimo. Foi aceitando com amor que o seu amigo Judas seguisse um caminho diferente d’Ele e contra Ele, que Jesus foi verdadeiramente glorificado, porque nesse gesto de ternura, liberdade e aceitação da opção de Judas, foi testemunha viva, incarnada na História, do próprio coração de Deus Pai!

E por isso Jesus aproveita aquele “pouco tempo que ainda está com os outros discípulos” para lhes falar de uma única coisa: do amor. E pede-lhes que eles se amem entre si, como Ele próprio os amou, sendo certo que esta comparação inclui Judas! Ou seja, quando Jesus diz “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, naquele contexto do cenáculo, da noite e da saída de Judas, está também a dizer: amai-vos uns aos outros como eu amei Judas! E, na outra face da moeda, diz ainda: não deis nunca uns aos outros... esta dor que Judas me está a dar agora a mim!

Mas se Judas traiu, quem garante que na igreja, apesar do mandato de Jesus, não hajam outras traições? Basta olhar para a 1ª Leitura: Paulo e Barnabé foram enviados a missionar pela Igreja de Antioquia e voltam para prestar contas à Igreja de Antioquia. Pois bem, pouco tempo depois, por influência da Igreja de Jerusalém, a Igreja de Antioquia vai romper com eles... E aí Paulo vai descobrir uma coisa extraordinária: não é a Igreja que mede a nossa união a Cristo, mas é Cristo que mede a nossa união à Igreja: mesmo se, por alguma contingência da vida, algumas pessoas da Igreja romperem contigo e pareçam sair vencedoras, tu nunca rompas com Cristo, e continua a amar a Sua Igreja.



Papa Bento XVI: Pastor Universal e Peregrino de Fátima

De 11 a 14 de Maio de 2010 o Papa Bento XVI visita Portugal, tendo como meta principal o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, onde chega como Peregrino e Pastor Universal. É o terceiro Papa a empreender esta viagem, depois de Paulo VI, em 1967, e de João Paulo II.
Eleito Papa a 19 de Abril de 2005, aos 78 anos, o cardeal Joseph Ratzinger escolheu o nome pontifício de Bento XVI, em atenção, como depois explicou, ao padroeiro da Europa e fundador dos beneditinos, S. Bento de Núrsia, cuja congregação se dedicou, por toda a Idade Média, à Evangelização do nosso continente. Esta escolha de nome aponta, por isso, para um dos objectivos do seu pontificado, que passa por um afincado empenho na missão de recristianizar a Europa. Neste continente – afirmou o cardeal Ratzinger na missa da abertura do conclave que o elegeria Papa – “a pequena barca com o pensamento dos cristãos tem sofrido, não pouco, pela agitação das ondas, arrastadas de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, do colectivismo ao individualismo mais radical, do ateísmo a um vago misticismo, do agnosticismo ao sincretismo”.
Ao contrário do que pensavam os analistas, que viam em Bento XVI um intelectual sem rasgo apostólico, que preferia o ambiente restrito do Vaticano ao contacto com o Povo de Deus, o Papa tem mantido, apesar da sua idade, um ritmo de viagens muito semelhante ao de João Paulo II, levando a sua palavra de Pastor Universal às comunidades de crentes espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
É neste âmbito que se entende melhor a sua vinda a Portugal e nomeadamente a Fátima, onde vai propor aos cristãos um maior empenho na recristianização das estruturas sociais e apelar à fidelidade de todos, jovens e adultos, aos princípios fundamentais da fé cristã que estão na raiz da nossa história como povo. Bento XVI vem, por certo, como Peregrino. Mas vem sobretudo como Pastor solícito e atento para encorajar os desanimados, para espevitar a chama da fé dos vacilantes e para traçar à Igreja portuguesa caminhos de fidelidade ao Evangelho.

Seja bem-vindo, Santo Padre!



Missas da Semana

Dia 04 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 05 – 4ª Feira
21h00 – Capela do Bordalo.

Dia 06 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 07 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 08 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 09 de Maio
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel
15h00 – Profissão de Fé



O Pároco
Padre António Sousa


Celebração do Mês de Maria, a começar no próximo dia 03.05:

Igreja da Rainha Santa Isabel
21 h – Todos os dias, excepto fins-de-semana.
Capela da Cruz dos Morouços
21 h – Todos os dias, excepto fins-de-semana.
Capela do Bordalo
21 h – Todos os dias, excepto fins-de-semana.
Capela das Lages
21 h – Todos os dias, excepto domingos.