Bordão 10 Outubro

Celebrar e Viver a Eucaristia

Para melhor celebrarmos e vivermos a Eucaristia, vamos durante:
- 5 sábados e domingos, antes do Advento
- 8 sábados e domingos, antes da Quaresma
procurar reflectir sobre este Mistério da Nossa Fé.
O texto que servirá de base à Homilia, será publicado no Bordão dessa semana.

A Missa
Na Missa, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que actua em nome de Cristo, para celebrar o memorial do Senhor ou o sacrifício Eucarístico.
A missa consta de duas partes:
a liturgia da Palavra
e a liturgia Eucarística
Estas duas partes, estão entre si tão estreitamente ligadas, que constituem um único acto de culto: Cristo – Palavra e Cristo – Pão.
De facto, na missa é posta a mesa tanto da Palavra de Deus como do Corpo de Cristo, mesa em que os fiéis recebem instrução e alimento.

Ritos de Entrada
Os ritos iniciais ajudam os participantes a situarem-se, pouco a pouco, na celebração, a passagem da rua ao encontro com Cristo, da vida individual ao encontro comunitário. A assembleia é sinal da Igreja de Cristo ali presente.
Inicia-se a missa com a procissão de entrada. Entretanto o cântico de entrada tem a finalidade de, dando início à celebração, favorecer a unidade dos fiéis reunidos.
Depois o sacerdote beija o altar, à volta do qual se reúne a assembleia para dar graças a Deus e comungar o Corpo e o Sangue de Cristo.
O sacerdote faz o sinal da cruz e saúda a assembleia.
Depois de umas breves palavras de introdução à missa, segue-se o acto penitencial:
É um verdadeiro acto de contrição em que para celebrarmos dignamente a Eucaristia:
reconhecemos que somos pecadores,
pedimos perdão ao Senhor,

Seguindo-se a confissão e a absolvição do sacerdote.
Depois, como invocação aclamativa, segue-se o Kyrie:
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Tudo isto nos prepara para escutarmos com mais proveito a Palavra e para celebrarmos melhor a Eucaristia.
Segue-se o Glória que é um hino a Cristo. A oração colecta conclui os ritos de entrada. A comunidade, que foi entrando no clima de celebração, conclui e culmina esta entrada orando unida, com as palavras do sacerdote que reza esta oração:
em nome
e em favor de toda a assembleia
(O sacerdote recolhe a oração de todos, daí o nome colecta- coligir, recolher).
O sacerdote convida o povo à oração quando diz: Oremos.
Todos, nuns breves momentos de silêncio, devem tomar consciência de que:
estão na presença de Deus;
cada um peça a Deus pelas suas intenções.
No final todos respondem: Amem.
Isto quer dizer que cada um faz sua a oração do celebrante.



XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
2 Reis 5, 14-17; Sl 97; 2 Tim 2, 8-13; Lc 17, 11-19

Indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto em terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?» E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou». (Lucas)

É no caminho que ficamos limpos, não em casa!
É do “milagre” da inclusão comunitária dos excluídos que Lucas nos fala! E do “milagre” como processo! E do “milagre” como acção de Deus!
Lucas começa logo por nos dar o exemplo do próprio Jesus, colocando este milagre entre a Galileia e a Samaria, ambas terras de exclusão, embora por motivos diferentes. Jesus caminha para Jerusalém…, para a glória da Jerusalém celeste!, passando pela exclusão, experimentando a exclusão…, por entre a Samaria e a Galileia que a Jerusalém terrena despreza.
Depois de nos dar o exemplo de Jesus, Lucas leva-nos a olhar para a comunidade. De facto, o número 10 é simbólico e representa basicamente a comunidade judaica crente. Era o número mínimo de homens que deviam estar presentes para se fazer o culto na sinagoga.
Ora a lepra, sendo uma doença real, também é simbólica, significando a exclusão, a expulsão da comunidade crente, exactamente o contrário do número 10. Falar de 10 leprosos é absurdo.
E mais absurdo ainda colocar lá um samaritano! O samaritano representa os rejeitados por causa da impureza da sua fé. Para os judeus, todo o samaritano, em si mesmo, é como se fosse um leproso!: rejeitado, excluído, desprezado… Colocar na comunidade judaica (simbolizada pelo número 10) um samaritano, é outro absurdo!
Lucas parece, assim, colocar sob o campo do absurdo a mais pura ordem judaica, exclusiva dos “incluídos”, dos “puros”, indicando que com Jesus estes absurdos caem por terra e em seu lugar aparece uma nova ordem cheia de um novo sentido (curada!): a comunidade, a nova comunidade do Reino de Deus, constrói-se com “nacionais” e “estrangeiros”, com “incluídos” e “excluídos”, com “sãos” e “doentes”, com “santos” e “pecadores”!
Percebe-se, por estes absurdos, que Lucas está a dirigir um gigantesco ataque à comunidade judaica; mas, muito mais do que isso, está sobretudo a caracterizar o “caminho” da comunidade cristã à luz do “caminho” de Jesus: a comunidade cristã há-de chegar à glória de Deus (Jerusalém) aceitando caminhar por trilhos mais ou menos turbos, “entre a Samaria e a Galileia”, com leprosos e estrangeiros no meio dela... A comunidade cristã trilha estes caminhos, não para ficar neles, mas para curar todos os “leprosos” que procuram a sua cura – “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós” – e os enviar a mostrarem-se “aos sacerdotes”, para que estes testemunhem a sua cura e os integrem, os incluam… A comunidade cristã vive uma lógica diferente da comunidade judaica!
Mas há no texto de Lucas uma incongruência: os leprosos deviam ir mostrar-se aos sacerdotes depois de curados! Jesus manda-os ainda leprosos! É só no caminho que eles se curam. No “caminho”! É no caminho, não em casa, que o “milagre” da nossa cura e da cura do mundo se dá! A santificação é um processo, não um dado adquirido magicamente por qualquer rito...
Depois desta reflexão, Lucas faz perceber à comunidade cristã para quem escreve que ela própria foi salva por Jesus para esta nova lógica da inclusão. Muitos dos seus leitores seriam “samaritanos” e “leprosos”, no sentido de serem rejeitados pelo judaísmo de Jerusalém por serem, uns, judeus helenizados, outros, não-judeus. Forçando, e bem, a tecla do reconhecimento e da acção de graças, Lucas lembra a esta nova comunidade, à comunidade da lógica do Reino de Deus, que é a Jesus-Mestre que deve a sua “cura”. O Reino é sempre o reino de Jesus, nunca o reino da própria comunidade. A comunidade, a Igreja, jamais se pode confundir com o Reino de Deus; é apenas um fruto e um sinal do mesmo, e por isso, para os cristãos, o reconhecimento agradecido a Jesus Salvador antepõe-se a todas as coisas, a todas as práticas, a todos os méritos próprios, a todas as determinações religiosas…


Missas da Semana

Dia 12 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 13 – 4ª Feira
21h00 – Capela da Cruz de Morouços.

Dia 14 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 15 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 16 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 17 de Outubro
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel



Aviso:
O ofertório das missas do 3º domingo – 17 de Outubro – é para a Acção Caritativa da paróquia.