XII Domingo do Tempo Comum – Ano B

O Evangelho da missa de hoje fala-nos na passagem de barco, de Jesus e dos discípulos, para a outra margem do lago.
Entretanto, levanta-se uma grande tempestade, enquanto Jesus dormia. Com medo, os discípulos acordam o Mestre que acalmou o mar e disse-lhes:
“Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?”
Caros Amigos e Irmãos
O barco onde vão Jesus e os discípulos é, na catequese cristã, o símbolo da comunidade de Jesus que navega pelo mundo.
Jesus está no barco, mas são os discípulos que se encarregam da navegação, pois é a eles que é confiada a tarefa de conduzir a comunidade pelo mar da vida. O barco dirige-se para a outra margem, ao encontro das terras dos pagãos. Com esta afirmação, Marcos refere-se à missão da comunidade cristã, convidada por Jesus a ir ao encontro de todos os homens, para lhes levar Jesus e a sua proposta libertadora.
O caminho percorrido pelos discípulos de Jesus, em missão no mundo é, muitas vezes, um caminho marcado por duras tempestades que são: a oposição, a incompreensão, a perseguição e as calunias…
No entanto, os discípulos devem estar conscientes de que esse cenário é inevitável e é o resultado da nossa fidelidade ao caminho de Jesus. Muitas vezes, ao longo da caminhada, os discípulos sentem uma tremenda solidão e confrontados com oposição e a incompreensão do mundo, experimentam a sua pequenez e a sua incapacidade. Parece que Jesus os abandonou e o silêncio de Jesus desconcerta-nos e angustia-os.
O Evangelho deste domingo Caros Amigos e Irmãos garante-nos que Jesus nunca abandona o barco dos discípulos. Ele está sempre lá, embarcado com eles na mesma aventura, dando-lhes segurança e paz. Nos momentos: de crise, de desânimo, de medo, os discípulos têm de ser capazes de descobrir a presença, às vezes silenciosa, mas sempre amiga e reconfortante de Jesus, ao seu lado, no mesmo barco.
Jesus, despertado pelos discípulos, acalma a fúria do mar e do vento, com a Sua Palavra de autoridade. Depois de acalmar o mar e o vento, Jesus dirige-se aos discípulos e repreende-os pela sua falta de fé: “porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?”
Se os discípulos tivessem fé, não teriam medo e não sentiriam a necessidade de “acordar” Jesus. Estariam conscientes da presença de Jesus ao seu lado em todos os momentos e não estariam à espera de uma intervenção mais ou menos mágica de Jesus para os livrar das dificuldades. O verdadeiro discípulo é aquele que aderir a Jesus, que vive em permanente comunhão e intimidade com Jesus, que está em permanente escuta de Jesus, que caminha com Jesus, que a cada instante descobre a presença reconfortante de Jesus ao teu lado. Ele conta sempre com Jesus e não se lembra de Jesus apenas nos momentos de dificuldade e de crise…
A catequese que Marcos nos propõe é, portanto, sobre a caminhada dos discípulos, em missão no mundo…Marcos garante-nos que Cristo está sempre com os discípulos mesmo quando parece ausente.
Os discípulos nada têm a temer, porque Cristo vai com eles, ajudando-os a vencer as forças que se opõem à vida e à salvação dos homens.

Bordão 21 Junho











XII DOMINGO
Job 38, 1.8-11; Sl 106; 2 Cor 5, 14-17; Mc 4, 35-41

Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago». Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações. Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água. Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-n’O e disseram: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança. Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?» Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?» (Marcos)

A tempestade inevitável e serenamente acolhida
Embora o Lago de Cafarnaum não seja tão grande assim, sofre, de facto, algumas tempestades derivadas de cruzamentos de ventos. E a frescura com que Marcos narra este episódio faz-nos crer que se tratou efectivamente de uma tempestade real. Mas, de qualquer modo, nada de especialmente novo para os discípulos, na sua grande maioria homens criados praticamente dentro daquele mar. Se alguém, à partida, poderia ali ter medo, por ser de outras andanças, seria o próprio Jesus! Parece evidente que Marcos pegou nesta tempestade para nos falar de outras tempestades! Vejamos.
Normalmente, nas missas de Domingo, o Evangelho costuma começar sempre pela expressão “Naquele tempo”. Essa expressão, todavia, não faz parte do texto bíblico, mas é só um modo litúrgico de introduzir a leitura do Evangelho. Ao contrário, hoje o Evangelho começa pela expressão “Naquele dia, ao cair da tarde” porque o texto faz parte mesmo do evangelho de Marcos. Naturalmente, nós podemos dizer que Marcos está a falar de um dia qualquer. Mas como já vimos Marcos usar o mesmo recurso de dividir o dia em partes (inclusive, em manhã, tarde e noite), parece que Marcos situa de propósito este episódio na tarde daquele dia em que Jesus fez um grande discurso sobre o Reino de Deus, e cujas duas últimas parábolas lemos no Domingo passado.
Então, para sermos rápidos, é bom percebermos que aquilo que Marcos nos está a contar no Evangelho da missa de hoje é o modo como a pequena semente do Reino lançada por Jesus na Galileia se está a transformar em árvore grande... E como a árvore do Reino ainda não parou de crescer, podemos já adiantar que este Evangelho nos conta também o modo como o Reino hoje continua a entrar na História dos homens e das mulheres.
Assim, o que o texto do Evangelho começa por nos dizer é que Jesus nos manda “passar com Ele para a outra margem do lago”. A margem em que Ele estava era “a doce Galileia” que escuta em multidão as suas parábolas; a margem para onde agora vai é a região dos gerasenos, que lhe hão-de pedir para Ele se ir embora... ainda no mesmo dia! Entre estas duas margens, há uma navegação a fazer, esta que o Evangelho hoje nos apresenta: uma navegação... tormentosa. Sob este aspecto, o texto não nos fala tanto das tormentas que caem em cima de nós, inadvertidamente, ao longo da vida, mas fala-nos das tormentas inerentes à acção de transformar “o reino do mundo” em “Reino de Deus”. Fala-nos das tempestades que inevitavelmente se desencadeiam sobre quem, pela palavra e pela acção, aponta para o mundo os critérios de Deus! Fala-nos das tempestades que sempre se desencadeiam sobre quem sai do quentinho da Igreja e incarna activamente na transformação do mundo, com os critérios que aprendeu na Igreja.
Marcos, é bom lembrá-lo, conta-nos esta tempestade do Lago da Galileia quando ele próprio vive a grande tempestade da Igreja que sai do mundo do judaísmo e entra no mundo da cultura grega e do império romano: intolerâncias, incompreensões, perseguições... A sensação para aqueles primeiros cristãos é que a Igreja está a ir ao fundo..., e que Jesus está a dormir, alheio à sorte deles. Daí o grito que muitos cristãos lançam a Jesus: “não te importas que pereçamos”?
Percebemos então que a resposta que Jesus dá à tempestade é a resposta que Marcos (e desde logo, o próprio Pedro) propõe também para os seus companheiros cristãos: deixemos de nos comportar como pessoas assustadas e tenhamos toda a fé em Jesus, porque ele vence imperativamente todas as tempestades. A frase de Jesus “ainda não tendes fé?” é claramente uma expressão pós-pascal, um grito de Marcos para os seus companheiros cristãos: “Ele venceu a morte!; que ventos ou mares O podem derrubar?!; E se estamos com Ele, que ventos ou mares nos podem derrubar também a nós?! A tempestade é inevitável, mas nós estamos serenos”.






Igreja inicia Ano Sacerdotal

Depois do Ano Paulino, Bento XVI coloca a Igreja em celebração com um Ano Sacerdotal, que se iniciou na passada esta Sexta-feira, festa do Imaculado Coração de Jesus e dia de oração pela santificação dos sacerdotes. A iniciativa começou com a celebração de Vésperas, na Basílica de São Pedro, e encerra-se a 19 de Junho de 2010, após um Congresso Internacional, em Roma. 
O anúncio desta celebração teve lugar no passado dia 16 de Março, no Vaticano, quando o Papa recebeu em audiência os participantes da assembleia plenária da Congregação para o Clero, aos quais disse que o Ano Sacerdotal tinha em vista “favorecer a tensão dos sacerdotes para a perfeição espiritual”. Bento XVI convidou a Igreja a “promover e coordenar as várias iniciativas espirituais e pastorais que parecerem úteis para fazer compreender cada vez mais a importância do papel e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea”.
Já esta semana, na carta de proclamação do Ano, o Papa quis “evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade”. “Penso em todos os presbíteros que propõem, humilde e quotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência”, acrescentou.
A celebração acontece nos 150 anos da morte de João Maria Vianney, o Santo Cura d’Ars, patrono de todos os párocos do mundo.
A Conferência Episcopal Portuguesa assinalou em Fátima o início do Ano Sacerdotal, afirmando que “os sacerdotes são imprescindíveis para a vida da Igreja”. No comunicado final da assembleia plenária extraordinária que decorreu no dia 18 de Junho, os Bispos “apelam à iniciativa do povo de Deus para que seja um ano apostolicamente fecundo”.
Para a CEP, ao falar sobre os padres “importa pôr sempre em relevo a beleza da sua entrega a Cristo e do seu serviço apostólico às pessoas e comunidades cristãs, abertos ao mundo”.
“Os Bispos de Portugal saúdam todos os sacerdotes, desde os mais idosos que já não podem trabalhar, mas cuja oração e exemplo são ajuda e estímulo para todos, aos mais novos, de quem esperamos fidelidade criativa e dinamismo para a renovação da Igreja”, pode ler-se.
No texto que assinala a celebração de abertura do Ano Sacerdotal, marcada para 19 de Junho, D. António Santos, presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, anuncia a realização de um simpósio para os padres de Portugal. O encontro ocorrerá em Fátima, entre os dias 1 e 4 de Setembro de 2009. 
A mensagem lembra que ao propor este período de reflexão, no ano em que se assinalam os 150 anos da morte do Cura d’Ars, S. João Maria Vianney, o Papa pretende sensibilizar as comunidades cristãs para os “grandes ideais” da vida sacerdotal, “nestes tempos que são os nossos”.
O tema deste Ano – “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote” - sublinha que o chamamento de Deus para uma missão específica de serviço à Igreja e ao mundo e a doação da própria vida são elementos constitutivos da identidade dos padres, que se consolida a partir do exemplo de fidelidade de Cristo a Deus Pai. 
Uma das prioridades deste Ano consiste na oração e no estabelecimento de condições para que mais pessoas escutem o apelo de Jesus Cristo e decidam ser sacerdotes. As comunidades são também convidadas a relembrar os exemplos, discretos e heróicos, de padres que seguiram a vontade de Deus, recolhendo motivos de esperança da sua memória. 




Missas da Semana

Dia 23 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 25 – 5ª Feira 
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 26 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento. 

Dia 27 – Sábado
17h00 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 28 de Junho
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel