XXVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B


O Evangelho de S. Marcos diz-nos: que um homem se aproximou de Jesus, ajoelhou-se diante d'Ele e perguntou-lhe: “Bom mestre que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?” Jesus respondeu: “Cumpre os mandamentos.” O homem disse a Jesus: “Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude.” Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: “ Vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres, depois, vem e segue-me.”
O jovem ouvindo estas palavras retirou-se pesaroso, porque era muito rico. Então Jesus disse aos discípulos: “Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus.” Então podemos perguntar: A riqueza é um mal? A riqueza será um mal se o objectivo e o fim das pessoas é ter e aumentar sempre a riqueza e isso à custa de explorar os outros, não pagar os justos salários, roubar, não dar nada a ninguém, levar a pessoa a tornar-se escrava do dinheiro e das coisas, emprestar dinheiro a altos juros, servindo-se da situação difícil dos outros, ser coração fechado e empedernido às necessidades dos outros, etc. Em todos estes casos, e muitos mais que poderíamos apontar, a riqueza é um mal. Poderíamos lembrar a frase do grande filósofo do grego Platão que disse: “É impossível que um homem extraordinariamente bom seja extraordinariamente rico.”
Caros Amigos e Irmãos
A riqueza pode ser bem se ela for adquirida legitimamente, se não for fruto de qualquer roubo, se forem pagos os salários justos, se forem ajudadas as pessoas e a comunidade com a criação de novos empregos, com a promoção e a valorização das pessoas, pondo as pessoas acima do lucro, estando sempre ao lado dos mais pobres e dos mais necessitados, partilhando com eles os seus bens. Ao contrário o rico avarento é egoísta, pensa sempre e só em si e é arrogante e distante dos outros. Está de tal modo agarrado aos bens da terra que o Senhor diz: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um destes ricos entrar no reino dos céus.”
Caros Amigos e irmãos
A riqueza e a pobreza não consiste apenas no que se tem ou não tem, mas no espírito e na maneira como se usa e se está agarrado ao dinheiro e às coisas. Daí que há ricos com espírito de pobreza, como vimos atrás, são os que partilham o que têm; e há pobres com espírito de riqueza, são os que se revoltam, contra tudo e contra todos, por causa da sua situação, são os que usam meios ilegítimos para sair da pobreza, são os que nada dão, nem partilham da sua própria pobreza. Também podemos chamar a estes pobres - de avarentos. Não esqueçamos que devemos entender a riqueza ou a pobreza não apenas de bens materiais, pois há muitos outros bens para partilhar: bens da cultura e do conhecimento, dar informações e encaminhar situações, espalhar e participar na alegria, no convívio e na amizade para acolher e ajudar os outros. Tudo podemos e devemos partilhar. Caros amigos e Irmãos 
Vamos procurar que os pobres e os ricos menos ricos, ou, ao mesmo, tenham grande sentido de partilha. Como dizia alguém: “ O pecado não é ser rico, mas enriquecer sozinho… e à custa dos outros.” Pensemos nestas verdades e tiremos cada um de nós, as devidas conclusões…

Bordão 11 Outubro


XXVIII DOMINGO do tempo comum
Sab 7, 7-11; Sl 89; Hebr 4, 12-13; Mc 10, 17-30

Ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’». O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude». Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». Ouvindo estas palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso, porque era muito rico. Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!» (...)(Marcos)


Uma proposta para a felicidade!

Marcos, logo no início deste texto, volta a lembrar-nos que Jesus está a caminho. E já sabemos para onde caminha: para a Paixão e Morte em Jerusalém, como Ele próprio já anunciou duas vezes e vai dizê-lo novamente logo depois dos episódios narrados no Evangelho deste Domingo. Como já sabemos também, Marcos concentra nesta caminhada os ensinamentos de Jesus dirigidos especificamente aos discípulos (e, por extensão, à Igreja). 
Para percebermos esta “extensão à Igreja”, vale a pena referir um pormenor: ao contrário do texto como aparece na liturgia que diz que “um homem se aproximou correndo”, as traduções bíblicas não dizem “um homem”, mas sim “alguém”! É um pormenor importante, porque em Mateus este rico seria um jovem; em Lucas, um chefe; em Marcos, indefinidamente, um “alguém”, que pode até ser uma mulher… Embora esteja a falar sobre uma pessoa concreta, num encontro concreto com Jesus, Marcos está decididamente a pensar já nos cristãos depois da morte de Jesus; recusa-se, por isso, a identificar esta pessoa, seja em termos de idade, de sexo ou de posição social, para deixar apenas um “alguém” onde cabe cada um de nós! De resto, apenas Marcos diz que este alguém se “ajoelhou diante de Jesus”, o que aponta claramente para um gesto cristão pós-pascal, de adoração dos cristãos a Cristo Ressuscitado. Por outras palavras, a preocupação fundamental de Marcos é dizer aos cristãos que devem viver desprendidos dos bens materiais, como meta da perfeição. Esta é mais uma exigência para todos aqueles que querem entrar no Reino de Deus, a somar às exigências de confissão da fé, humildade, simplicidade, fidelidade (que vimos nas últimas semanas) e serviço (próxima semana).
Mas não é só, e talvez nem principalmente, um desprendimento dos bens materiais! Para os judeus as riquezas materiais eram sinal de uma bênção especial de Deus. Portanto este “alguém” rico que vem ter com Jesus não só dá sinais, pela sua vida exemplar, de que ama Deus, como tem um sinal visível e socialmente aceite de que é amado de Deus. Quem mais do que ele poderia ter garantida a vida eterna?! Mas se a tinha assim tão garantida, donde lhe vem aquela angústia que o leva a “correr” e a ajoelhar-se diante de Jesus?!
Jesus, quando o olha com simpatia, não pode ter deixado de se fazer a si mesmo esta pergunta...: como é que é possível alguém estar tão cheio de coisas (religiosas e materiais) e sentir-se tão vazio?! Aliás, para sermos rigorosos, devemos acrescentar que quando Jesus lhe propõe que venda os bens, nem sequer ainda tínhamos notícia de que era alguém materialmente rico; tínhamos notícia, sim, de que era alguém escrupulosamente cumpridor dos mandamentos! Esta pessoa, voltamos a reforçá-lo, antes de ser materialmente rica, é religiosamente rica! E, todavia, não é feliz! Falta-lhe uma coisa: fazer a experiência da liberdade dos filhos de Deus, tal como a viveu e a ensinou Jesus! O ponto central da proposta que Jesus lhe faz é qualquer coisa como isto: esvazia-te disso tudo, liberta-te, e vem fazer uma experiência de vida comigo! Jesus não lhe exige que se desprenda dos bens porque os bens sejam um mal, nem que os dê aos pobres porque isso seja um bem, mas porque é necessário que esta pessoa crie na sua vida tempo para estar com Jesus e no seu coração um espaço para seguir o estilo de vida de Jesus. Como possibilidade de ser feliz!
A proposta que Jesus lhe faz é uma proposta para a felicidade, que toda a religião, toda a moral e toda a riqueza não conseguiram criar! O centro da felicidade humana está em fazer esta experiência de seguir Jesus! A “salvação” perdida por esta pessoa não foi necessariamente em relação à eternidade; foi sim, de modo muito concreto e imediato, a salvação da sua própria vida terrena! 
E recordemos por onde começámos: Marcos está a falar para nós!



Outubro: um mês com as missões no coração

O mês de Outubro é dedicado na Igreja Católica às Missões que, um pouco por todo o mundo, procuram levar ainda mais longe o anúncio do Evangelho nos nossos dias. 
Na mensagem que escreve para o Dia Mundial das Missões, marcado este ano para o dia 18 de Outubro, sob o lema «As nações caminharão à sua luz», Bento XVI recorda a missão primeira da Igreja que é a de “iluminar todos os povos no seu caminhar na história rumo a Deus, para que encontrem n’Ele a sua plena realização.” 
Nesse sentido, “a Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, mas para levar a todos Cristo, salvação do mundo.” O Papa especifica que a missão da Igreja não se limita a atender às “necessidades materiais ou mesmo espirituais confinadas à existência temporal”. Em especial com as “vastas e profundas mudanças da sociedade actual”, torna-se ainda mais “urgente” renovar “o compromisso de anunciar o Evangelho, fermento de liberdade e progresso, de fraternidade, união e paz”.
Na mensagem, Bento XVI não esquece os que “fizeram das suas vidas uma exclusiva consagração ao trabalho de evangelização”. Bento XVI lembra as Igrejas locais, os missionários e missionárias que testemunham e evangelizaram em situações de “perseguição, com formas de opressão que vão desde a discriminação social até à prisão, à tortura e à morte”. 
“O testemunho conta sempre mais, porque é a vida exposta, sem outros argumentos. E a experiência da testemunha é sempre mais forte e mais radical do que as provas que eventualmente queira dar”, diz D. António Couto, por seu lado, numa mensagem para o mesmo Dia. 
O Padre Alberto de Oliveira Silva, presidente dos IMAG, sublinha que a missão é “consequência de uma descoberta e de uma surpresa de Deus na própria vida. A história de cada missionário é, de algum modo, a história de um testemunho, de um encontro vivido”. 
Este mês missionário é dinamizado, no nosso país, “através de reflexões, momentos de oração e celebrações de modo a torná-lo um mês especialmente dedicado à Missão”. Procura-se também sensibilizar as comunidades eclesiais, no sentido de despertarem vocações consagradas e laicais para o serviço missionário universal, bem como promover a cooperação entre as Igrejas, através de propostas de estilos de vida simples, seguindo critérios de sobriedade alegre e fraterna partilha de bens. 
No final de Setembro, foi anunciado que a Igreja Católica em Portugal vai criar um “Observatório da Missão”, com o objectivo de acompanhar e observar a “actividade missionária”, realizada tanto por institutos religiosos como pelas dioceses, grupos ou associações. O observatório é uma instância autónoma, ligada à conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão Episcopal das Missões, às Obras Missionárias Pontifícias, aos Institutos missionários ad gentes (IMAG) e à Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP). 
A intenção é apresentar “instância eclesial representativa do mundo missionário perante a opinião pública, que promova o diálogo com a sociedade e a leitura profética dos acontecimentos e problemáticas que tenham a ver com a missão e actividade dos missionários portugueses, tanto em Portugal como noutros países.” Esta estrutura pretende também acompanhar e promover “a recolha de dados sobre as problemáticas sociais religiosas e políticas que se relacionem com a missão cristã hoje.”


Missas da Semana

Dia 13 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 14 – 4ª Feira 
21h00 – Capela da Cruz dos Morouços.

Dia 15 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento. 

Dia 16 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 17 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 18 de Outubro
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços 
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel


Avisos: 
- Dia 17.10 (sábado) – reunião de pais de crianças e jovens da catequese e catequistas, às 17,30h, no Salão do Centro Pastoral
- Dia 18.10 – 3º domingo do mês, o ofertório é para a Acção Caritativa da Paróquia.
- Dia 18.10 – celebração do Jubileu Sacerdotal do nosso Bispo, pelos seus 50 anos de sacerdote, que constará de uma missa solene, na Sé Nova, às 17 horas.