XV Domingo do Tempo Comum – Ano B

Na 2ª Leitura da Carta de S. Paulo aos Efésios diz-nos, de forma clara, que Deus tem:
-num projecto de vida para os homens, que desde sempre esteve na vontade de Deus.
É muito importante termos isto em conta:
-cada um de nós, a nossa existência, não existe por acaso, não somos obra do acaso, mas somos actores principais de uma história de amor, que o nosso Deus sempre sonhou e que Deus quis escrever e viver connosco…e jamais nos abandonará.
No meio das nossas desilusões e dos nossos sofrimentos da nossa pequenez e do nosso pecado, dos nossos dramas, não esqueçamos que somos filhos amados de Deus, a quem Ele oferece continuamente a vida da graça, a verdadeira felicidade. Diz-nos ainda a 2ª leitura que Deus “elegeu-nos…para sermos santos e irrepreensíveis”, “ser Santo” significa ser consagrado para o serviço de Deus. E o que é que isso exige de nós? Leva-nos a descobri o plano de Deus, o projecto que Ele tem para cada um de nós. E concretizá-lo, dia a dia, com verdade e fidelidade. No meio das solicitações do mundo e das exigências da nossa vida profissional, social e familiar, pergunto:
- Temos tempo para Deus, para dialogar com Ele e para tentar perceber os projectos e propostas? E temos disponibilidade e vontade de concretizar as suas propostas? Ou dizemos não ao Senhor, voltando-lhe as costas?
Caros Amigos e Irmãos
O Evangelho da missa de hoje é uma autêntica catequese sobre a missão dos discípulos de Jesus no meio do mundo. Começa o Evangelho com um convite de Jesus aos doze, para uma missão:
Todos os Apóstolos foram enviados, não sendo ninguém excluído. Isto significa que o anúncio do Evangelho não é uma tarefa reservada a alguns membros da comunidade. Todos os discípulos que somos nós devemos sentir a necessidade de partilhar com os outros os dons recebidos. Vemos que os apóstolos são enviados dois a dois, e não um a um, por conta própria…
Os cristãos não praticam sozinhos a sua religião, mas são chamados a viver a sua fé comunidade.
Ora, para construir uma comunidade, são precisas, pelo menos, duas pessoas.
Eis por que também a evangelização não pode ser feita por conta própria, segundo a nossa inspiração e iniciativa pessoal. Quem anuncia o Evangelho deve estar em sintonia e comunhão com os irmãos da sua comunidade.
Uma outra observação que vem no Evangelho é sobre o mandato do Senhor para os Apóstolos irem às casas das pessoas.
Os rabinos do tempo de Jesus não saiam à procura dos seus discípulos eram estes que iam procurá-los a eles (rabinos).
Mas Jesus exige dos seus apóstolos que vão à procura dos homens em suas casas, os apóstolos não devem ficar à espera que os outros os venham procurar. Por isso, devemos procurar e ir junto das pessoas e não ficarmos à espera que venham até nós.
Caros Amigos e Irmãos
Temos aqui um grande campo de trabalho: Irmos até junto dos nossos irmãos e despertá-los para a fé; dar-lhes formação; levá-los a praticar na vida religiosa da paróquia.
-Lembro pessoas que estão juntas e não estão casadas pela Igreja.
-Casais que não são praticantes.
-Casais que não trazem os seus filhos à Igreja: para serem baptizados, ou para frequentarem a catequese.
-Famílias que não acompanham os seus filhos na catequese e na missa: permitindo que faltem à catequese ou mesmo desistam de a frequentar.
-Lembro os jovens que deixam a catequese a meio e abandonam a Igreja; os que, após o Crisma, deixam a prática Cristã.
Peçamos ao Senhor que nos dê força e coragem para levarmos a Sua mensagem junto de tantos: que não a conhecem ou conhecendo-a, põem-na de parte e vivem como se Cristo não existisse.
Cristo, nosso Companheiro de viagem, nos acompanhe no apostolado dos nossos irmãos.

Bordão 12 Julho



















XV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Am 7, 12-15; Sl 84; Ef 1, 3-14; Mc 6, 7-13

Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas. Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos. (Marcos)


Símbolos e conteúdos da missão
Marcos escreve o seu evangelho numa língua que lhe é quase estranha, o grego, o que faz com que seja um texto literariamente pobre, sem a elegância das imagens ou o rigor da estrutura dos outros evangelistas. Mas em Marcos cada palavra pesa todo o seu valor. Compreende-se, aliás, que um homem que escreve numa língua estranha só escreva mesmo as palavras que é “obrigado” a escrever para expressar o seu pensamento. O que faz com que em Marcos cada palavra seja um testamento. Assim acontece neste texto, e palavras como “doze”, “bastão” ou “ungir com óleo os doentes” não estão aqui por acaso, mas porque foram imprescindíveis para Marcos transmitir uma mensagem aos seus leitores. 
A cena é esta: logo a seguir ao evangelho da semana passada, em que Jesus é mal acolhido na sua terra, Marcos diz-nos que Jesus chamou e enviou os Doze apóstolos dois a dois. Há aqui uma definição muito clara de Marcos de que a Igreja é chamada e é enviada. Melhor, é preciso dizer melhor em dois aspectos:
1º - a Igreja é chamada para ser enviada; a Igreja é chamada para ser enviada à imagem de Jesus, enviado pelo Pai ao seio da humanidade. Tal como Jesus não veio para se salvar a si mesmo, mas para salvar o mundo, a Igreja é chamada e congregada por Jesus, para salvar o mundo e não para se salvar a si mesma. A própria expressão “dois a dois”, para além de ser um costume de prudência daquela época, evoca esta razão de “comunhão”, de unidade eclesial, de não bastar-se sozinho...
2º - é a Igreja (a unidade dos Doze) que é chamada e não algumas pessoas mais bondosas, mais disponíveis, mais atentas. O próprio Judas Iscariotes ia lá, a pregar o arrependimento, a ungir com óleo, a curar doentes...
Logo a seguir, outra afirmação muito importante: a força da Igreja não reside nas seguranças materiais, mas no poder sobre os espíritos impuros, poder do próprio Jesus. A Igreja é apenas instrumento da salvação de Deus e a sua única segurança é Deus. 
Mas ao indicar a necessidade de desprendimento das “seguranças materiais”, Marcos - ao contrário de Mateus e Lucas - diz que Jesus lhes mandou que levassem um bastão e que fossem calçados com sandálias. É um pormenor de Marcos, que contradiz os outros evangelistas, mas que abre imensos caminhos de reflexão.
Vejamos um exemplo: o bastão e as sandálias são símbolos de caminhada, de disponibilidade para ir mais além... Não são símbolos de “ter”, nem sequer símbolos de “dar”, mas símbolos claros de “dar-se”! 
A evocação das sandálias bem calçadas pode levar-nos também à dignidade própria dos mensageiros da boa nova de Jesus. Ao contrário de Moisés, que no Monte Sinai recebe a ordem de descalçar as suas sandálias porque pisa uma terra sagrada (Ex.3,5), os apóstolos recebem a ordem de manter calçadas as suas sandálias: tornaram-se maiores do que Moisés, tornaram-se os portadores das Palavra viva de Deus!
E, muito provavelmente (até porque logo a seguir vai falar do milagre da multiplicação dos pães), Marcos estará sobretudo a apontar já para a Páscoa, para a passagem libertadora de Deus na História da Humanidade através do seu novo povo, a Igreja. Assim diz o Livro do Êxodo, quando institui a Páscoa: “comê-la-eis [a carne do cordeiro ou cabrito] desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés, e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor”(Ex. 12,11).
Uma nota final, apenas para fazer notar o que os Doze fizeram: partiram; pregaram o arrependimento; expulsaram muitos demónios; ungiram com óleo muitos doentes; curaram-nos. Apenas com a força de Jesus de Nazaré. Eis aí o cerne da missão da Igreja!


D. Albino Cleto pede gestos de caridade à maneira da Rainha Santa Isabel

D. Albino Cleto presidiu no passado dia 4 de Julho, na igreja do Convento de Santa Clara-a-Nova, à Eucaristia em honra da Rainha Santa Isabel, padroeira de Coimbra. O Bispo de Coimbra na sua homilia recordou as virtudes da Rainha Santa Isabel como Rainha da Paz, uma das suas maiores características.
Nestes tempos de crise, D. Albino pediu uma maior atenção para com os desempregados, os idosos que vivem com receitas mínimas e aqueles que sofrem de solidão.
O Pastor da Diocese de Coimbra disse que “amor cristão hoje está muito longe do da Rainha Santa Isabel”. “A caridade não só dar a quem estende a mão”, explicou o prelado. “Caridade é dar a cada um, aquilo que precisa”, reforçou D. Albino perante uma igreja cheia de fiéis. D. Albino Cleto pediu gestos de amor fraterno e de caridade para com os outros, à semelhança da Rainha Santa Isabel. 
Na presença da Confraria da Rainha Santa Isabel, D. Albino Cleto não se esqueceu de definir o termo “irmão ou irmã”. “Sejais irmãos ou irmãs de todos aqueles que precisam, à semelhança da Rainha, dando pão, perdão e correcção aos outros”, retorquiu uma vez mais o Bispo de Coimbra.
No fim da Eucaristia, o presidente da Confraria da Rainha Santa, prof. Aníbal Pinto de Castro agradeceu a presença das individualidades académicas, civis, militares e religiosas. Assim, como à organização dos Escuteiros da paróquia de Santa Clara e a Orquestra Martiniana, composta por alunos de Santa Clara e S. Martinho que deram um brilho notável à celebração litúrgica.
Nesse mesmo dia, ainda foi celebrada, pelas 16,30 horas, missa da Real Ordem de Santa Isabel, que teve a participação dos Duques de Bragança. 

Miguel Cotrim


Irmãs Zeladoras distribuíram bens alimentares para 300 famílias

Desde 1992, por iniciativa da Doutora Manuel Carvalhão, responsável pelo grupo de Zeladoras das Irmãs da Rainha Santa Isabel, que por altura das celebrações da padroeira da cidade, distribuam às famílias mais carenciadas do concelho bens alimentares, para uma semana. Azeite, óleo, farinha, arroz, massas, café, bacalhau, leite fizeram parte dos 300 sacos que foram entregues no passado sábado às conferências vicentinas, que por sua vez, farão chegar às famílias carenciadas. 
Este ano, o grupo de Zeladoras da Rainha Santa conseguiu preparar 300 sacos. De acordo com a Doutora Manuela Carvalhão “deveriam ser mais, mas, fizemos o que pudemos”, disse à nossa Reportagem. Segundo as indicações das Conferências de S. Vicente de Paulo nas várias paróquias de Coimbra, as famílias em dificuldades são cada vez mais. Só em Santa Cruz, o ano passado eram apoiadas 70 agregados, um número que já vai em 113. E se há quem não se iniba de pedir ajuda, não faltam casos “de pobreza envergonhada”. “Não sabem pedir. Temos de ser nós a ir à procura delas”, adiantou a vicentina Fernanda Cordeiro.
Infelizmente o que se passa em Santa Cruz, estende-se à generalidade das paróquias da cidade.
Manuela Carvalhão recorda anos em que se chegou a preparar 400 sacos, no entanto, até a solidariedade está em crise. Para conseguir apoiar as três centenas de famílias de 2009, as Zeladoras tiveram de despender de mais de cinco mil euros. A venda de Natal é uma boa ajuda, mas já sem o volume de antigamente, a que se juntam umas rifas e o apoio de “algumas pessoas amigas” e empresas, explicou a responsável por este grupo das Irmãs da Rainha Santa.
A Junta de Freguesia de Santa Clara participou nesta iniciativa com uma oferta de 400 euros. José Simão reconhece o aumento da pobreza na sua freguesia e lamenta que outras juntas não tivessem tido o mesmo gesto de solidariedade…

Miguel Cotrim



Missas da Semana

Dia 14 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 15 – 4ª Feira
21h00 – Capela do Bordalo.

Dia 16 – 5ª Feira 
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 17 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento. 

Dia 18 – Sábado
17h00 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 19 de Julho
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel


Aviso:
- O ofertório das missas do dia 19 (3º domingo) é para a Acção Caritativa da paróquia.
- Vai ser suspensa a publicação do Bordão, durante:
- o mês de Agosto;
- 2ª quinzena de Julho e
- 1ª quinzena de Setembro.

XIV Domingo do Tempo Comum – Ano B

Na 2ª Leitura da 2ª Carta de S. Paulo aos Coríntios diz: “Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo.” Estas palavras expressam a polémica de Paulo com alguns cristãos que não o aceitavam. Ao longo de todo o seu caminho missionário, Paulo teve de lidar frequentemente com a incompreensão; e muitas vezes, essa incompreensão veio até dos próprios irmãos na fé, e dos membros das comunidades a quem Paulo tinha levado, com muito esforço, o anuncio libertados de Jesus. No entanto, a incompreensão de que foi vítima, nunca abalou a decisão e o entusiasmo de Paulo, no anuncio da Boa Nova de Jesus… Ele sentia que Deus o tinha chamado a uma missão e que era preciso levar essa missão até ao fim, doesse a quem doesse…
Caros Amigos e Irmãos
Frequentemente, temos de lidar com situações como estas. Todos experimentámos já momentos de incompreensão e de oposição que, muitas vezes, vêm do interior da nossa própria comunidade e que, por isso, magoam mais. É nessa altura que o exemplo de Paulo deve brilhar diante dos nossos olhos e ajudar-nos a vencer o desânimo e a tentação de desistir.
Procuremos, caros Amigos e Irmãos, como S. Paulo, sermos fortes e resistentes!
Na carta de S. Paulo que acabámos de ouvir, como, aliás, em quase todas as cartas do apóstolo, transparece, na vida de S. Paulo, a atitude de vida de um cristão para quem Cristo é, verdadeiramente: o centro da própria existência e que só vive em função de Cristo… Nada mais interessa a Paulo senão anunciar as propostas de Cristo e dar testemunho da graça salvadora de Cristo.
Pergunto:
Que lugar ocupa Cristo na minha vida?
Que lugar Ocupa Cristo: nos meus projectos, nas minhas decisões, nas minhas opções, nas minhas atitudes?
Diz S. Paulo na carta que lemos: “Quando sou fraco, então é que sou forte.”
Quer dizer, quando sou atacado é que me torno forte para me defender. É nessa altura, que tenho de ir buscar todas as forças e reservas para vencer as dificuldades…
Não esqueçamos:
- Só há vencedores se houver batalhas!
Deus não afasta do homem as dificuldades e problemas, mas dá força para os vencermos. Temos de estar preparados para a luta…
Caros Amigos e Irmãos
O Evangelho da missa de hoje diz-nos que apesar da incompreensão dos habitantes de Nazaré, Jesus continuou, em absoluta fidelidade aos planos do Pai, a dar testemunho, no meio dos homens do Reino de Deus.
Rejeitado em Nazaré, Ele foi, como diz o Evangelho, percorre as aldeias dos arredores, ensinando a doutrina do Reino de Deus. O testemunho que Deus nos pede para darmos é muitas vezes, no meio das incompreensões e oposições dos outros como vimos em S. Paulo. Frequentemente, os discípulos de Jesus sentem-se desanimados e frustrados porque o seu testemunho não é entendido nem acolhido pelos outros…
Pergunto: E a nós?
Nunca aconteceu pensarmos depois de um trabalho esgotante e exigente, que estivemos a perder tempo?
Que ninguém se importou com o que dissemos e fizemos?
A atitude de Jesus convida-nos a nunca desanimar nem desistir.
Deus tem os seus projectos e sabe como transformar num fracasso num êxito. Temos de ter FÉ E PERSEVERANÇA.