Bordão 22 Novembro

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO
Dan 7, 13-14; Sl 92; Ap 1, 5-8; Jo 18, 33b-37



















Pilatos perguntou a Jesus: «Tu és o Rei dos judeus?» Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?» Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?» Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?» Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz». (João)

Verdadeiro Deus e verdadeiro homem
A conversa que S. João nos relata no Evangelho da missa de hoje decorre no pretório (a casa/tribunal de Pilatos). Pilatos está a julgar Jesus, depois dos chefes judeus lho terem entregue, pedindo a sua morte. Nenhum judeu ouviu esta conversa. Para falar com os judeus que o acusam, é o próprio Pilatos que tem que vir cá fora! O motivo é que os judeus ficariam impuros se entrassem no pretório… Como não estava lá nenhum judeu, nem temos actas do julgamento, não podemos dizer como foi a conversa entre Jesus e Pilatos. Uma coisa sabemos: eles falaram necessariamente sobre a hipotética pretensão de Jesus se querer fazer rei, dado que esse era o motivo da acusação dos judeus. Há aqui, portanto, um “espaço vazio” entre a certeza de qual foi o tema da conversa/julgamento e a ignorância do conteúdo da mesma conversa, “vazio” que o evangelho de S. João aproveita para fazer teologia (catequese) sobre a realeza de Jesus.
Ora nesta catequese, ressaltam duas coisas: a primeira é a mestria com que João caracteriza psicologicamente os dois contendores (Pilatos e Jesus) ao longo da conversa; a segunda é a introdução de uma discussão sobre a “verdade”.
A discussão entre os dois contendores evolui progressivamente para um diálogo de surdos, com trocas de papéis psicológicos: Pilatos, de seguro torna-se progressivamente inseguro, enquanto Jesus se torna progressivamente o sereno senhor da situação. No início, Pilatos esclarece a causa da prisão: Jesus é acusado de pretender ser rei dos judeus. Jesus tenta perceber, não sem uma refinadíssima ironia, quem sustenta essa acusação: os judeus ou o próprio Pilatos? Pilatos irrita-se, porque percebe o ridículo da acusação e mais ainda ao ver o seu nome associado a ela!; assim, foge para a frente, como quem diz: “Ok. Ambos sabemos que isso é ridículo; vamos então ao que interessa: o que fizeste?”. Mas nesta altura Jesus troca-lhe as voltas: “isso não é tão ridículo assim, Pilatos; porque eu, de facto, sou senhor de um reino, embora de um reino de outra natureza totalmente diferente!”
Tecnicamente, com esta resposta, Jesus caiu debaixo da acusação que lhe era feita. Pilatos fica sem espaço de manobra. Jesus acaba de condenar-se a ele mesmo! “Então, tu és rei!” exclama Pilatos desarmado de todas as lógicas. E Jesus conclui: “o meu reino é a verdade: todo aquele que é da verdade escuta a Minha voz”. Curiosamente, não se pode dizer que esta pretensão de Jesus de ser “rei da verdade” tenha afectado grande coisa Pilatos. Sabemos que se limitou a perguntar “o que é a verdade?”, sem esperar pela resposta..., e retomou o julgamento numa linha muito pragmática: uma negociação com os chefes judeus para eles aceitarem libertar Jesus em vez de Barrabás. A pergunta é: porque é que João introduz aqui este discurso sobre a verdade, e de modo tão solene, se afinal é um assunto marginal ao julgamento?
A resposta talvez seja: porque João escreve no contexto de uma heresia do final do séc. I que, entre outras coisas, afirmava que a paixão de Jesus não contava nada para a fé, ma sim (apenas) aquilo que Ele tinha pregado! Para esses hereges, a presença especial de Deus em Jesus tinha vindo pela água (baptismo), mas voltara a sair de Jesus na altura da morte. No fundo, Jesus era um homem que tinha recebido de Deus uma missão muito especial, até única, mas apenas um homem! Aliás, iam mais longe, dizendo que para ter acesso à verdade bastava uma certa união íntima e intuitiva com Deus. Para esta doutrina, Jesus acabava por ser dispensável! João responde-lhes: “a verdade só se descobre em Jesus, e em Jesus julgado, condenado e morto sob Pilatos”.
Então “ser Rei” não deste mundo, mas de outra realidade, torna-se uma afirmação claríssima de que Jesus é Deus, mesmo na morte, e não apenas um homem. Para João, a resposta sobre o que é a verdade não é do domínio metafísico, mas do domínio teológico: a verdade é a inteira humanidade e a inteira divindade de Jesus.


Papa Bento XVI deverá visitar Portugal de 11 a 14 de Maio

O programa definitivo da visita de Bento XVI deverá ser conhecido até ao final deste mês.
“Aquilo que eu penso, que poderei antecipar e que não fugirá muito à verdade, é que o Santo Padre deverá chegar no dia 11 e partir no dia 14 de Maio”, afirmou Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), numa conferência de imprensa em Fátima. 
O prelado acrescentou que está elaborado um esquema da visita de Bento XVI que inclui várias iniciativas, mas salientou que “a última palavra” é do Papa, sendo que, além de Lisboa e Fátima, existe a possibilidade de uma passagem pelo Porto, no seguimento do convite formulado pelo bispo Manuel Clemente. 
Bento XVI fará ainda celebrações eucarísticas em vários lugares e poderá manter encontros específicos no âmbito da cultura, da “dimensão sócio-caritativa” da Igreja e com sacerdotes, adiantou Jorge Ortiga, que se referia apenas ao âmbito religioso da visita. 
“Não queremos que [a visita] seja um momento passageiro”, afirmou, adiantando que o programa em Fátima de Bento XVI será o habitual do Santuário, que passa pela participação nas cerimónias religiosas de 12 e 13 de Maio. 



O papel dos leigos na Igreja e no mundo O papel dos leigos na Igreja e no mundo

A celebração dos 75 anos da Acção Católica Portuguesa leva-nos a reflectir no papel dos leigos na missão da Igreja e no mundo.
Segundo a "Christifideles laici ", Exortação Apostólica publicada pelo Papa João Paulo II após o Sínodo dos Bispos de 1987, os fiéis leigos pertencem àquele Povo de Deus que é representado na imagem dos trabalhadores da vinha, de que fala o Evangelho de S. Mateus: «O Reino dos Céus é semelhante a um proprietário, que saiu muito cedo, a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a vinha» (Mt 20, 1-2). 
Mas os Padres e os Religiosos são também trabalhadores dessa Vinha. Então o que os distingue?
É a mesma Exortação que nos dá a resposta:
"Em virtude da comum dignidade baptismal, o fiel leigo é corresponsável, juntamente com os ministros ordenados e com os religiosos e as religiosas, da missão da Igreja. Mas a comum dignidade baptismal assume no fiel leigo uma modalidade que o distingue, sem todavia o separar, do presbítero, do religioso e da religiosa. O Concílio Vaticano II apontou a índole secular como sendo essa modalidade. ‘A índole secular é própria e peculiar dos leigos’ (LG, 31)" (Christifideles Laici, 30 de Dezembro de 1988, nº 15).
Aos leigos, pois, cabe levar o fermento cristão à política, ao trabalho e à cultura, em suma, a toda a sociedade.
Tem sido esta a obra da Acção Católica desde há 75 anos. Tem de ser este o trabalho apostólico de cada cristão que sabe que deve ser fermento da sociedade em que vive.


Quem defende casamento “gay” não é católico 

Na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, realizada na passada semana, em Fátima, os bispos deixaram claro que aceitam a existência de homossexuais no seio da Igreja, mas afirmam que defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é católico. “Ser homossexual não é pecado, como ser heterossexual não é virtude. Estamos a falar de uma tendência. Um católico deve aderir à doutrina católica, mas esta, não vai por aí”, afirmou no passado dia 11 de Novembro o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em resposta aos homossexuais católicos que defendem o casamento “gay”.
O Padre Manuel Morujão defendeu a necessidade de “um debate alargado” sobre o tema, mas “não necessariamente um referendo”.


Missas da Semana

Dia 24 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 26 – 5ª Feira 
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 27 – 6ª Feira 
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 28 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.
Durante este dia haverá um Encontro-Reflexão para jovens, no Centro Pastoral, com início às 10 h.


Missas de Domingo

Dia 29 de Novembro
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços 
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel



XXXIII Domingo do Tempo Comum Ano - B

Caros Amigos e Irmãos
Todos sentimos os dramas que se passam no mundo de hoje:
As guerras, as injustiças, a miséria, a escravidão, o egoísmo, a exploração, o desprezo pela dignidade humana atingem-nos, mesmo quando acontecem a milhares de quilómetros do pequeno mundo onde nos movemos todos os dias. Ferido e humilhado, o homem dúvida de Deus, da Sua bondade, do Seu amor, da Sua vontade de salvar o homem e das Suas promessas.
A Palavra de Deus que nos é apresentada nos textos da missa de hoje abre a porta à esperança. Reafirma, uma vez mais, que Deus não abandona a humanidade está determinado a transformar o mundo velho do egoísmo e do pecado num mundo novo de vida e de felicidade para todos os homens. A humanidade não caminha para o abismo, para a destruição, para o seu sentido, para o nada: mas caminha ao encontro da vida da graça; ao encontro desse mundo novo em que o homem, com a ajuda de Deus, alcançará a felicidade plena.
Caros Amigos e Irmãos
Nós, os Cristãos, convictos de que Deus tem projecto de vida para o mundo temos de ser as testemunhas da esperança. Por isso, não podemos deixar-nos dominar pelo pecado, pelo pessimismo, pelo desespero.
Os nossos contemporâneos têm de ver em nós: não gente desanimada e assustada; mas gente a quem a fé dá uma visão optimista da vida e da história; e que caminha, alegre e confiante, ao encontro desse mundo novo que Deus nos prometeu.
Caros amigos e Irmãos
É Deus, o Senhor da história, que irá fazer nascer um mundo novo. Contudo, deus conta com a nossa colaboração na concretização desse projecto. A religião não é ópio que adormece os homens e os impede de se comprometerem com o que se passa ao seu lado …
Nós, os cristãos, não podemos ficar de braços cruzados à espera que o mundo novo caia do céu; mas somos chamados a anunciar e a construir; com a nossa vida; com as nossas palavras; com os nossos gestos; esse mundo que está nos projectos de Deus. Isso exige, antes de mais, um processo de conversão, de cada um de nós, que nos leve a suprimir aquilo que, em nós e nos outros, é egoísmo orgulho, injustiça - isso é o mundo velho. Pelo contrário, nós temos de testemunhar, em gestos concretos, os valores do mundo novo e que são: a partilha, o serviço, o perdão, o amor, a fraternidade, a solidariedade e a paz.
Nós, os cristãos, não podemos fechar-nos no nosso canto e ignorar Deus, os Seus apelos e os Seus projectos.
Mas temos de estar atentos e percebermos os sinais, através dos quais Deus se dirige aos homens e lhes aponta o caminho do mundo novo.
É preciso ainda ter presente que este mundo novo - que está permanente a fazer-se e depende do nosso testemunho – nunca será numa realidade plena nesta terra.
A nossa caminhada, neste mundo, será sempre marcada pelas nossas limitações e pelas nossas imperfeições.
O mundo novo, sonhador por Deus, é uma realidade que só terá a, sua plena realização, para além da morte, quando estivermos com Deus face a face.
Pergunto:
-Estamos dispostos a trabalhar para este mundo novo e sermos suas testemunhas?
-O que nos impede de o fazer?
Afastamos de nós o comodismo; e entremos no mundo novo que nos leva até à posse definitiva de Deus…