XXXIII Domingo do Tempo Comum Ano - B

Caros Amigos e Irmãos
Todos sentimos os dramas que se passam no mundo de hoje:
As guerras, as injustiças, a miséria, a escravidão, o egoísmo, a exploração, o desprezo pela dignidade humana atingem-nos, mesmo quando acontecem a milhares de quilómetros do pequeno mundo onde nos movemos todos os dias. Ferido e humilhado, o homem dúvida de Deus, da Sua bondade, do Seu amor, da Sua vontade de salvar o homem e das Suas promessas.
A Palavra de Deus que nos é apresentada nos textos da missa de hoje abre a porta à esperança. Reafirma, uma vez mais, que Deus não abandona a humanidade está determinado a transformar o mundo velho do egoísmo e do pecado num mundo novo de vida e de felicidade para todos os homens. A humanidade não caminha para o abismo, para a destruição, para o seu sentido, para o nada: mas caminha ao encontro da vida da graça; ao encontro desse mundo novo em que o homem, com a ajuda de Deus, alcançará a felicidade plena.
Caros Amigos e Irmãos
Nós, os Cristãos, convictos de que Deus tem projecto de vida para o mundo temos de ser as testemunhas da esperança. Por isso, não podemos deixar-nos dominar pelo pecado, pelo pessimismo, pelo desespero.
Os nossos contemporâneos têm de ver em nós: não gente desanimada e assustada; mas gente a quem a fé dá uma visão optimista da vida e da história; e que caminha, alegre e confiante, ao encontro desse mundo novo que Deus nos prometeu.
Caros amigos e Irmãos
É Deus, o Senhor da história, que irá fazer nascer um mundo novo. Contudo, deus conta com a nossa colaboração na concretização desse projecto. A religião não é ópio que adormece os homens e os impede de se comprometerem com o que se passa ao seu lado …
Nós, os cristãos, não podemos ficar de braços cruzados à espera que o mundo novo caia do céu; mas somos chamados a anunciar e a construir; com a nossa vida; com as nossas palavras; com os nossos gestos; esse mundo que está nos projectos de Deus. Isso exige, antes de mais, um processo de conversão, de cada um de nós, que nos leve a suprimir aquilo que, em nós e nos outros, é egoísmo orgulho, injustiça - isso é o mundo velho. Pelo contrário, nós temos de testemunhar, em gestos concretos, os valores do mundo novo e que são: a partilha, o serviço, o perdão, o amor, a fraternidade, a solidariedade e a paz.
Nós, os cristãos, não podemos fechar-nos no nosso canto e ignorar Deus, os Seus apelos e os Seus projectos.
Mas temos de estar atentos e percebermos os sinais, através dos quais Deus se dirige aos homens e lhes aponta o caminho do mundo novo.
É preciso ainda ter presente que este mundo novo - que está permanente a fazer-se e depende do nosso testemunho – nunca será numa realidade plena nesta terra.
A nossa caminhada, neste mundo, será sempre marcada pelas nossas limitações e pelas nossas imperfeições.
O mundo novo, sonhador por Deus, é uma realidade que só terá a, sua plena realização, para além da morte, quando estivermos com Deus face a face.
Pergunto:
-Estamos dispostos a trabalhar para este mundo novo e sermos suas testemunhas?
-O que nos impede de o fazer?
Afastamos de nós o comodismo; e entremos no mundo novo que nos leva até à posse definitiva de Deus…