Bordão 13 Fevereiro

VI DOMINGO DO TEMPO COMUM
Sir 15, 16-21 (15-20); Sl 118 ; 1 Cor 2, 6-10; Mt 5, 17-37
«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar. Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus. Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo. Portanto, se fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta. Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo. Ouvistes que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que olhar para uma mulher com maus desejos já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e lança-o para longe de ti, pois é melhor perder-se um só dos teus olhos do que todo o corpo ser lançado na geena. E se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor que se perca um só dos teus membros, do que todo o corpo ser lançado na geena. Também foi dito: ‘Quem repudiar sua mulher dê-lhe certidão de repúdio’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que repudiar sua mulher, salvo em caso de união ilegítima, fá-la cometer adultério. E quem se casar com uma repudiada comete adultério. Ouvistes ainda que foi dito aos antigos: ‘Não faltarás ao que tiveres jurado, mas cumprirás diante do Senhor o que juraste’. Eu, porém, digo-vos que não jureis em caso algum: nem pelo Céu, que é o trono de Deus; nem pela terra, que é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei. Também não jures pela tua cabeça, porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo. A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’. O que passa disto vem do Maligno».


Da letra e do espírito da Lei
Vale a pena insistir na afirmação de que estamos ainda a ler o primeiro sermão de Jesus, aquele que começa com as Bem-aventuranças, colocado na manhã de um certo dia, no alto duma Montanha, dirigido à Igreja, e que, em rigor, é um texto único onde Mateus compila muitos ensinamentos de Jesus (e provavelmente alguns já da própria Igreja) sobre a Nova Lei do Reino dos céus.
Até agora, Mateus tinha enunciado os grandes critérios (bem-aventuranças) dos que querem ser felizes no Reino dos Céus e colocado a vivência desses critérios como exigência da missão evangelizadora do mundo (ser sal e luz). Agora o evangelista dá mais dois passos: 1. situa qual é a novidade desta Nova Lei em relação à Antiga; 2. desce a exemplificações, com considerações e aplicações práticas da Nova Lei.
Para os hebreus (que são os cristãos para quem Mateus escreve), a coisa principal da religião era cumprir a Lei de Deus. Mas se os cristãos agora, por exemplo, já não circuncidam os filhos, não estarão eles a revogar a (Antiga) Lei de Deus?! A resposta do evangelista, captando o espírito do ensinamento de Jesus, é: não, não estão a revogá-la, mas a completá-la, porquanto a Antiga Lei se centrava muito (ou mesmo exclusivamente) sobre os comportamentos, e a Nova Lei se centra sobre o espírito que deve presidir a todos os comportamentos. Se cada comportamento obedecer ao espírito que lhe preside, pode até ser diferente da letra da Lei, que a continua a cumprir totalmente até ao mais pequeno jota ou ápice. De facto, também os doutores da Lei e os fariseus viviam preocupados em cumprir toda a Lei até esses pequenos jotas e ápices...; mas, diz Mateus aos cristãos para quem escreve, “se a vossa justiça [=santidade] não superar a dos doutores da lei e dos fariseus, não entrareis no reino do Céu”! “Superar” quer dizer: cumprir isso tudo, e mais; quer dizer, a perfeição!
Os exemplos dados (ódio e reconciliação, adultério e escândalo, divórcio, linguagem e juramentos...), todos enquadrados pela expressão: “ouvistes o que foi dito(...); eu, porém, digo-vos(...)”, referem-se a situações práticas na vida dos cristãos em que lhes é pedido que vivam as exigências das bem-aventuranças, essa radicalidade pela qual serão reconhecidos como sal e luz, e que supera a letra da Antiga Lei, pelo espírito da Nova Lei.




Celebrar e Viver a Eucaristia

X
A Eucaristia - Celebração do Mistério Pascal

Ao narrar a Instituição da Eucaristia a Oração Eucarística estabelece, logo desde o princípio, a ligação da Eucaristia com a Paixão do Senhor: “Na hora em que ele se entregava para voluntariamente sofrer a morte, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: “Tomai, todos, e comei. Isto é o meu corpo que será entregue por vós.” A celebração da Eucaristia é a celebração do Mistério Pascal, da passagem do Senhor deste mundo para o Pai, como explica S. João (Jo13,1)?
A igreja e cada um dos seus membros vivem na história;
nenhum de nós esteve no cenáculo, quando Jesus instituiu a Eucaristia, nem no Calvário para tomar parte na morte do Senhor;
mas a oblação (a oferta) que Jesus fez de si ao Pai nesse momento era em nome
e em favor de todos os homens de todos os tempos .

A história não se repete mas a Eucaristia é a celebração sacramental que evoca e torna presente a Páscoa do Senhor;
A celebração pode repetir-se sempre que quisermos, e deverá repetir-se segundo o mandamento do Senhor:”Fazei isto em memória de Mim”.
Para muitos “ir à missa” não passa muitas vezes de “estar na missa” sem chegar a tomar parte nela.

2.ª invocação (epiclese)
Faz-se a 2ª invocação (epiclese) ao Espírito santo para que, pelo seu poder, se realize em nós o mistério que está a ser celebrado, para que transforme os que vão comungar no Corpo eclesial de Cristo, isto é: numa comunidade fraterna.
A Igreja invoca novamente o Espírito, para que a obra realizada por Jesus Cristo continue nos que celebram o memorial e realizem também, como comunidade e unidade de crentes, aquilo que Jesus Cristo realizou.
É sempre, de facto, o Espírito Santo que actualiza a acção de Jesus Cristo nos Sacramentos.

Na Oração Eucarística uma invocação é antes da consagração a pedir precisamente a graça da consagração do pão e do vinho; a outra, depois da consagração, a pedir a graça da unidade:” Humildemente vos suplicamos que participando no Corpo e sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito Santo, num só Corpo” (união entre os que comungam).

A unidade da sua Igreja foi já o objecto central da oração sacerdotal do Senhor na Ultima ceia:” Pai Santo, que eles sejam todos um, como tu, Pai, o és em Mim e Eu em ti, para que também eles sejam um em Nós e o mundo acredite que TU ME enviaste; sejam um como Nós somos um: Eu neles e Tu em Mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que Tu Me enviaste e que os amaste como a mim” (Jo 17,21-23).
Esta graça da unidade em Cristo, pela virtude do Espírito Santo, é particularmente significada e realizada pela participação do mesmo pão eucarístico.

Lembremos as palavras do Senhor: “ Dou-vos a paz,” para logo pedirmos ao Senhor que dê á sua Igreja “ a união e a paz”.
As intercessões, mais do que uma oração pelo Papa ou pelo Bispo Diocesano, manifestam que esta assembleia celebra a Eucaristia em comunhão com toda a Igreja, representada por aqueles que são sinais e garantes dessa mesma comunhão.
Depois são recordados os que já partiram deste mundo:
• Primeiro os fiéis defuntos;
• Depois os que já se encontram na plenitude da Bem – aventurança eterna.


Missas da Semana

Dia 15 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 16 – 4ª Feira
21h00 – Capela das Lages.

Dia 17 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 18 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 19 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.

Missas de Domingo

Dia 20 de Fevereiro
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel


O Pároco
Padre António Sousa

Aviso:
O ofertório da missa do próximo domingo – 3º domingo do mês – é para a Acção Caritativa da Paróquia.

Bordão 6 Fevereiro

V Domingo do Tempo Comum
Is 58, 7-10; Salmo 111; 1 Cor 2, 1-5; Mt 5, 13-16

Eis o que diz o Senhor: «Reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante. Então a tua luz despontará como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar. Preceder-te-á a tua justiça e seguir-te-á a glória do Senhor. Então, se chamares, o Senhor responderá, se O invocares, dir-te-á: ‘Aqui estou’. Se tirares do meio de ti a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas, se deres do teu pão ao faminto e matares a fome ao indigente, a tua luz brilhará na escuridão e a tua noite será como o meio-dia». (Isaías)

«Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus». (Mateus)

É ainda das Bem-aventuranças que Jesus fala
Vimos no Domingo passado que Mateus fez uma diferenciação entre “a multidão” e os “discípulos”. Jesus vê as multidões, mas o seu discurso da Lei é dirigido aos discípulos, à Igreja, a nós.
Na verdade, o Evangelho da Missa de hoje faz parte do mesmo discurso (Sermão da Montanha) do Domingo passado e é o texto que se segue imediatamente às bem-aventuranças, assim como que uma espécie de conclusão lógica das próprias bem-aventuranças; se o mundo está insosso e/ou às escuras, de quem será a culpa afinal? Diz Mateus: de nós, que não vivemos radicalmente as bem-aventuranças. Somos sal que não dá sabor, fermento (noutra parábola) que não leveda, luz que não ilumina. Ser sal, é viver as bem-aventuranças! Ser luz, é viver as bem-aventuranças!
Digamos a mesma coisa de outro modo: até agora, em lado nenhum deste sermão Mateus condena a multidão, o mundo… Anuncia um conjunto de caminhos de felicidade (as bem-aventuranças) sem condenar nenhum outro! O sermão da Nova Lei não é para condenar o mundo, mas para salvar o mundo: “para que os homens glorifiquem vosso Pai que está nos céus”, como termina o evangelho deste Domingo. É para esta finalidade – levar o mundo para Deus e não para condenar o mundo em nome de Deus – que Mateus compila aqui o conjunto de ensinamentos de Jesus sobre a Lei.
A Lei de Cristo é para os discípulos; não para os outros! Mas os seus efeitos reflectem-se tanto sobre os cristãos (discípulos), como sobre os outros: os cristãos, sendo felizes, sendo bem-aventurados; os outros, glorificando a Deus, espantados com o testemunho dos cristãos, com a luz que os cristãos irradiam, com a qualidade que os cristãos dão às coisas da vida. Uma coisa, então, parece clara: a primeira e mais radical forma de evangelização, de levar os homens a glorificarem Deus, é a vivência que cada um de nós (e todos, como Igreja) faz das bem-aventuranças.
Assim sendo, as boas obras a que se refere Jesus não são palavras, nem coisas; são atitudes e comportamentos. São uma predisposição de estar diante de Deus como filhos e diante dos homens como irmãos. E de agir filial e fraternalmente.
Porque neste Sermão da Montanha há, de facto, um confronto de critérios. Só que esse confronto de critérios não é entre os bem-aventurados e o mundo, mas entre o sal que perdeu a força e o sal cheio de força, entre a luz que não brilha e a luz que dá claridade a todos. É o modo de viver a fé em Deus, o modo de ser religioso, o modo de seguir a Lei de Deus que está em causa; é a esse nível que há um modo velho (que persegue e mata os profetas) e um modo novo, profético (feito de espírito de pobreza, humildade, fome e sede de justiça…) de viver a Lei de Deus.
Como mostra a Primeira Leitura, esse modo de ser sal e luz já fora anunciado pelos profetas antes de Jesus. Mas Jesus, olhando as multidões que o rodeiam, sente que esse sal lançado pelos profetas não está a dar sabor ao seu mundo, que essa luz se escondeu atrás de algum alqueire (armário) velho! E pede-nos que não deixemos que tal aconteça também connosco. De resto, devemos ligar ao sal também a ideia de conservar a qualidade dos alimentos; de não deixar os alimentos estragarem-se. Ser sal é não só dar bom sabor ao mundo, mas também preservar com toda a qualidade aquilo que nos foi transmitido de ensinamento e vida no passado pelos Profetas de todos os tempos.



Celebrar e Viver a Eucaristia


IX
Anamnese (memorial)

No Antigo Testamento, a celebração anual da Páscoa feita pelo povo de Deus era o memorial da Páscoa da libertação, realizada por Deus em favor do seu povo quando o tirou da terra do Egipto no tempo de Moisés. Já então foi prescrito a esse mesmo povo que celebrasse aquele acontecimento “de geração em geração”, “Desse dia fareis memória e haveis de o celebrar como uma festa para Jahvé; é uma lei perpétua.” Fazer memória é o mesmo que celebrar o memorial desse acontecimento salvífico.
Foi o que Jesus fez na hora de passar deste mundo para o Pai, isto é, de realizar a sua Páscoa.
Não deixa de ser bem significativo que fosse no mesmo momento e pelo mesmo acto em que o Senhor dava cumprimento àquele preceito do Êxodo:”Fareis memória “, celebrando a ceia pascal como todo o judeu fazia, que o Senhor tenha instituído a ceia pascal da Nova Aliança, para que ela fosse agora e para o futuro o memorial da sua Páscoa. (O rito antigo --- a ceia do Antigo Testamento — cede o lugar ao novo rito — a Eucaristia).
Por isso sempre que celebramos a Eucaristia celebramos o memorial da morte e ressurreição do Senhor, isto é, do seu mistério pascal.
Esta celebração é chamada memorial, não apenas como exercício da nossa memória, para que o acontecimento da nossa salvação não se perca na distância dos tempos, mas para que a sua celebração seja ocasião, em todo o tempo e lugar, de todos nela poderem participar.
A morte de Jesus na cruz aconteceu de uma vez por todas e não volta a repetir-se; é o sacrifício perfeito que substitui os antigos sacrifícios de Israel e de todas as religiões.
Não foi uma oferenda de animais ou de coisas. Foi a oferenda da sua própria pessoa.
Ele era o Filho de Deus e nosso irmão. Assim, Deus resolveu, com a sua própria dor e entrega, o desfasamento que o nosso pecado tinha criado. E restabeleceu-se a Aliança entre Deus e a Humanidade.
Na Eucaristia, celebramos o memorial do sacrifício que o próprio Senhor actualiza para nós, para nos tornar participantes da Sua entrega Pascal de há dois mil anos.


Missas da Semana

Dia 08 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 09 – 4ª Feira
21h00 – Capela de Cruz de Morouços.

Dia 10 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 11 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 12 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.

Missas de Domingo

Dia 13 de Fevereiro
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel


O Pároco
Padre António Sousa

Aviso:
O ofertório da missa do próximo domingo – 3º domingo do mês – é para a Acção Caritativa da Paróquia.