Bordão 6 Fevereiro

V Domingo do Tempo Comum
Is 58, 7-10; Salmo 111; 1 Cor 2, 1-5; Mt 5, 13-16

Eis o que diz o Senhor: «Reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante. Então a tua luz despontará como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar. Preceder-te-á a tua justiça e seguir-te-á a glória do Senhor. Então, se chamares, o Senhor responderá, se O invocares, dir-te-á: ‘Aqui estou’. Se tirares do meio de ti a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas, se deres do teu pão ao faminto e matares a fome ao indigente, a tua luz brilhará na escuridão e a tua noite será como o meio-dia». (Isaías)

«Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus». (Mateus)

É ainda das Bem-aventuranças que Jesus fala
Vimos no Domingo passado que Mateus fez uma diferenciação entre “a multidão” e os “discípulos”. Jesus vê as multidões, mas o seu discurso da Lei é dirigido aos discípulos, à Igreja, a nós.
Na verdade, o Evangelho da Missa de hoje faz parte do mesmo discurso (Sermão da Montanha) do Domingo passado e é o texto que se segue imediatamente às bem-aventuranças, assim como que uma espécie de conclusão lógica das próprias bem-aventuranças; se o mundo está insosso e/ou às escuras, de quem será a culpa afinal? Diz Mateus: de nós, que não vivemos radicalmente as bem-aventuranças. Somos sal que não dá sabor, fermento (noutra parábola) que não leveda, luz que não ilumina. Ser sal, é viver as bem-aventuranças! Ser luz, é viver as bem-aventuranças!
Digamos a mesma coisa de outro modo: até agora, em lado nenhum deste sermão Mateus condena a multidão, o mundo… Anuncia um conjunto de caminhos de felicidade (as bem-aventuranças) sem condenar nenhum outro! O sermão da Nova Lei não é para condenar o mundo, mas para salvar o mundo: “para que os homens glorifiquem vosso Pai que está nos céus”, como termina o evangelho deste Domingo. É para esta finalidade – levar o mundo para Deus e não para condenar o mundo em nome de Deus – que Mateus compila aqui o conjunto de ensinamentos de Jesus sobre a Lei.
A Lei de Cristo é para os discípulos; não para os outros! Mas os seus efeitos reflectem-se tanto sobre os cristãos (discípulos), como sobre os outros: os cristãos, sendo felizes, sendo bem-aventurados; os outros, glorificando a Deus, espantados com o testemunho dos cristãos, com a luz que os cristãos irradiam, com a qualidade que os cristãos dão às coisas da vida. Uma coisa, então, parece clara: a primeira e mais radical forma de evangelização, de levar os homens a glorificarem Deus, é a vivência que cada um de nós (e todos, como Igreja) faz das bem-aventuranças.
Assim sendo, as boas obras a que se refere Jesus não são palavras, nem coisas; são atitudes e comportamentos. São uma predisposição de estar diante de Deus como filhos e diante dos homens como irmãos. E de agir filial e fraternalmente.
Porque neste Sermão da Montanha há, de facto, um confronto de critérios. Só que esse confronto de critérios não é entre os bem-aventurados e o mundo, mas entre o sal que perdeu a força e o sal cheio de força, entre a luz que não brilha e a luz que dá claridade a todos. É o modo de viver a fé em Deus, o modo de ser religioso, o modo de seguir a Lei de Deus que está em causa; é a esse nível que há um modo velho (que persegue e mata os profetas) e um modo novo, profético (feito de espírito de pobreza, humildade, fome e sede de justiça…) de viver a Lei de Deus.
Como mostra a Primeira Leitura, esse modo de ser sal e luz já fora anunciado pelos profetas antes de Jesus. Mas Jesus, olhando as multidões que o rodeiam, sente que esse sal lançado pelos profetas não está a dar sabor ao seu mundo, que essa luz se escondeu atrás de algum alqueire (armário) velho! E pede-nos que não deixemos que tal aconteça também connosco. De resto, devemos ligar ao sal também a ideia de conservar a qualidade dos alimentos; de não deixar os alimentos estragarem-se. Ser sal é não só dar bom sabor ao mundo, mas também preservar com toda a qualidade aquilo que nos foi transmitido de ensinamento e vida no passado pelos Profetas de todos os tempos.



Celebrar e Viver a Eucaristia


IX
Anamnese (memorial)

No Antigo Testamento, a celebração anual da Páscoa feita pelo povo de Deus era o memorial da Páscoa da libertação, realizada por Deus em favor do seu povo quando o tirou da terra do Egipto no tempo de Moisés. Já então foi prescrito a esse mesmo povo que celebrasse aquele acontecimento “de geração em geração”, “Desse dia fareis memória e haveis de o celebrar como uma festa para Jahvé; é uma lei perpétua.” Fazer memória é o mesmo que celebrar o memorial desse acontecimento salvífico.
Foi o que Jesus fez na hora de passar deste mundo para o Pai, isto é, de realizar a sua Páscoa.
Não deixa de ser bem significativo que fosse no mesmo momento e pelo mesmo acto em que o Senhor dava cumprimento àquele preceito do Êxodo:”Fareis memória “, celebrando a ceia pascal como todo o judeu fazia, que o Senhor tenha instituído a ceia pascal da Nova Aliança, para que ela fosse agora e para o futuro o memorial da sua Páscoa. (O rito antigo --- a ceia do Antigo Testamento — cede o lugar ao novo rito — a Eucaristia).
Por isso sempre que celebramos a Eucaristia celebramos o memorial da morte e ressurreição do Senhor, isto é, do seu mistério pascal.
Esta celebração é chamada memorial, não apenas como exercício da nossa memória, para que o acontecimento da nossa salvação não se perca na distância dos tempos, mas para que a sua celebração seja ocasião, em todo o tempo e lugar, de todos nela poderem participar.
A morte de Jesus na cruz aconteceu de uma vez por todas e não volta a repetir-se; é o sacrifício perfeito que substitui os antigos sacrifícios de Israel e de todas as religiões.
Não foi uma oferenda de animais ou de coisas. Foi a oferenda da sua própria pessoa.
Ele era o Filho de Deus e nosso irmão. Assim, Deus resolveu, com a sua própria dor e entrega, o desfasamento que o nosso pecado tinha criado. E restabeleceu-se a Aliança entre Deus e a Humanidade.
Na Eucaristia, celebramos o memorial do sacrifício que o próprio Senhor actualiza para nós, para nos tornar participantes da Sua entrega Pascal de há dois mil anos.


Missas da Semana

Dia 08 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 09 – 4ª Feira
21h00 – Capela de Cruz de Morouços.

Dia 10 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 11 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 12 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.

Missas de Domingo

Dia 13 de Fevereiro
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel


O Pároco
Padre António Sousa

Aviso:
O ofertório da missa do próximo domingo – 3º domingo do mês – é para a Acção Caritativa da Paróquia.