Bordão 30 Janeiro

IV Domingo do Tempo Comum
Sof 2, 3; 3, 12-13; Sl 145; 1 Cor 1, 26-31; Mt 5, 1-12a

Ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa». (Mateus)

A Lei da Verdade
Até agora, Mateus preocupou-se em dar-nos o “contexto” do seu evangelho: os contextos teológico (Jesus é o Emanuel, o Deus connosco, que cumpre e supera todo o Antigo Testamento), eclesiológico (os discípulos são a Igreja), histórico-geográfico (no tempo de Herodes Antipas, a partir da Galileia dos gentios) e missionário (a missão de Jesus foi anunciar e realizar o Reino dos Céus). Hoje, Mateus entra no “texto” mesmo, constituído por cinco grandes secções, cada uma delas constituída por duas partes: um discurso e milagres subsequentes. Analiticamente, as bem-aventuranças são, pois, o início do evangelho de Mateus, embora estejam só no capítulo 5. E começa com elas o 1º discurso, chamado o sermão da Montanha, que iremos ler ao longo de vários Domingos.
No Sermão da Montanha é apresentada a Nova Lei trazida por Jesus. O texto começa assim: Jesus vê as multidões, sobe ao monte, senta-se e ensina. Já sabemos que em Mateus Jesus é sempre Deus. A montanha é o lugar onde Deus revela a sua Lei; foi no alto do Monte Sinai que Moisés recebeu de Deus a Antiga Lei; é do alto da Montanha que o novo Povo de Deus recebe do Deus-Jesus a Nova Lei. O próprio acto de sentar-se, é um gesto de autoridade sobre os ouvintes. O Ensino de Jesus é um ensino com a autoridade de Deus; não são teses, sugestões, pareceres, discussões... É a Lei de Deus; a Nova Lei de Deus. Ponto final.
A Nova Lei de Deus, revelada por Jesus Cristo, não se apresenta como um imperativo, mais ou menos arbitrário, mais ou menos opressor, de Deus sobre as pessoas, mas como caminho de realização das pessoas.
- Desde logo, o centro desta Lei não é Deus mas o homem! Em nenhuma bem-aventurança se lê que Deus será feliz se vós fizerdes isto ou aquilo; ao contrário, o que é dito é: vós sereis felizes se...
- Depois, a Lei trazida por Jesus não julga as pessoas em função de qualquer acto concreto; simplesmente pede tudo!
- A Nova Lei de Deus não olha para o passado, mas para o futuro: sereis felizes, sereis chamados, possuireis... É uma caminhada sempre a fazer; não qualquer coisa que cumprimos, mas que queremos cumprir...
E quais são os campos existenciais verdadeiramente importantes para sermos felizes, para construirmos o futuro, mas cumprirmos a Lei de Deus: a pobreza em espírito, a humildade, a com-paixão, a fome e sede de justiça, a misericórdia, a pureza de coração, a promoção da paz, a santidade de vida, o testemunho objectivo de Jesus-Deus. A partir daqui, podemos discutir tudo, palavra a palavra, mas à hora das conclusões, é a verdade e apenas a verdade quem nos julga.
Vale a pena ainda reter este pormenor: Jesus vê as multidões, mas ensina os discípulos (a Igreja) e não as multidões. O seu discurso é um caminho dirigido às multidões, ao mundo, mas mediado pela Igreja. Que seja feliz quem chora, quem sofre, quem é perseguido, não é, com certeza, o modo do mundo de ver as coisas. Mas o mundo vive na exploração do homem pelo homem, na guerra, na injustiça, na perseguição cega à verdade e ao próprio Deus. Na ânsia de ser feliz por critérios de ter e de poder, o mundo cria a sua própria infelicidade. Ora, é a este mundo com critérios diferentes dos de Jesus Cristo que a Igreja é chamada a santificar! E o mundo responde-lhe com perseguição... A relação da Igreja com o mundo é uma relação difícil, tantas vezes uma relação de perseguição-amor. Mateus, quando recompila estas bem-aventuranças, olha certamente a sua comunidade cristã, perseguida e sofredora, perseguida apenas porque procura ser santa no mundo, perseguida apenas porque proclama que o galileu crucificado é Deus verdadeiro. E a resposta do evangelista para esta comunidade é apenas uma: a felicidade verdadeira e plena, ao contrário dos juízos do mundo, passa por esta Nova Lei.


Celebrar e Viver a Eucaristia

VIII
Oração Eucarística (continuação II)

Jesus, como judeu, recorreu ao ritual hebraico da Ceia Pascal. Mas Jesus não se limita a repetir um ritual: o seu comportamento é original e introduz novidade.
Jesus transforma essa última ceia com os discípulos num anúncio profético da sua morte na cruz e, consequentemente, da vida que flui dessa morte.
Com as suas palavras sobre o pão e o vinho, Jesus manifestou o dom de si, da sua vida, em favor dos seus. As palavras “isto é o meu corpo”, “este é o cálice do meu sangue” significam “isto sou Eu: é o meu corpo entregue e oferecido por vós; é a Aliança que concluo com o meu sangue “.
As expressões “corpo entregue” e “sangue derramado” remetem imediatamente para a cruz, para o calvário.
Partindo o pão e partilhando o vinho, Jesus mostra que a salvação vem por meio dessa mesma morte de cruz. A morte é um facto pessoal: ninguém pode partilhar a morte de outra pessoa.
O calvário é, pois, um facto exclusivo da vida de Jesus. A ceia é a ponte, a ligação entre a morte de Jesus e os próprios discípulos (e os futuros cristãos).
Na ceia, os discípulos vivem o calvário, participam da sua força salvífica.
Na Eucaristia, Cristo dá aquele mesmo Corpo que entregou por nós na cruz, aquele mesmo sangue que derramou por uma multidão em remissão dos pecados.
A Eucaristia é, pois, um sacrifício porque representa (torna presente) o sacrifício da Cruz, porque é dele o memorial e porque dele aplica os frutos.
Contudo, convém ter presente que não repetimos o único sacrifício de Cristo: repetimos a sua celebração, tornando presente a sua eficácia e salvação.
Dada a importância da presença de Cristo sobre o altar, toda a assembleia deve estar de joelhos durante a consagração, excepto se a falta de saúde ou outros motivos razoáveis a isso obstarem.
Termina esta parte com a exclamação do sacerdote “ Mistério da Fé” ao que a assembleia responde:

“Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!

A Eucaristia é o sacramento que acompanha a Igreja ao longo da sua peregrinação sobre a terra.


Missas da Semana

Dia 01 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 02 – 4ª Feira
21h00 – Capela do Bordalo.

Dia 03 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 04 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 05 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 06 de Fevereiro
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel


O Pároco
Padre António Sousa