III Domingo da Quaresma Ano – C

A segunda leitura, da 1ª Carta de S. Paulo aos Coríntios, apresenta a história do Povo de Deus do Antigo Testamento. Conta-nos que os Israelitas, na sua saída do Egipto para a Terra Prometida: foram conduzidos por Deus, com uma nuvem à sua frente; passaram pelas águas do mar vermelho; alimentaram-se do maná; beberam da água do rochedo.
Vemos à presença permanente de Deus a acompanhar o seu Povo.
Mas isso não evitou que a maior parte deles tivesse morrido no deserto, pois o coração não estava verdadeiramente com Deus, porque cediam à tentação e adoravam outros ídolos, outros deuses.
Por isso, S. Paulo alerta os habitantes de Corinto que, embora tenham recebido o baptismo e participado da eucaristia, não têm, automaticamente, a salvação garantida: não bastam os mitos, não bastam as palavras…
Apesar do cumprimento das regras, os sacramentos não têm efeitos mágicos: não significam nada e não têm efeitos mágicos: não significam nada e não realizam nada, se não houver uma adesão.
Verdadeira do homem à vontade de Deus.
Paulo recorda: o fundamental, na vivência da fé, é levar uma vida coerente com as experiências de Deus e viver em verdadeira comunhão com Deus.
E nós?
O que é essencial na nossa vivência a cristã?
O cumprimento de ritos externos que nos apresentam como Cristãos aos olhos do mundo? Ou é a vida da graça de Deus: vivida com coerência e verdade, que depois se transforma em gestos de amor e de partilha com os nossos irmãos?
Uma pergunta para cada um de nós: O que é que condiciona as minhas atitudes: O “parecer bem” ou o “ser” de verdade?
Caros Amigos e Irmãos
No Evangelho de S. Lucas, o senhor apresenta-nos a parábola da figueira que se refere a cada um de nós.
Cada um de nós, é essa figueira que serve para mostrar as oportunidades que Deus nos concede para a nossa conversão.
Deus espera que a figueira, portanto nós, demos frutos, isto é, aceitemos converter-nos à proposta de salvação que nos é feita por Jesus.
Deus dá-nos todo o tempo…e as oportunidades para que essa transformação se realize. Deus revela, portanto, a sua bondade e a sua paciência;
No entanto, não está disposto a esperar, indefinidamente, perante a nossa recusa em acolher a salvação:
Quantos “mãos” temos, dito ao Senhor? Quantas vezes lhe temos, dito ao Senhor? Quantas vezes lhe temos voltado as costas?
A conversão, a que somos chamados, não consiste apenas na penitência externa, ou num simples arrependimento dos pecados; trata-se de um convite à mudança total: da nossa vida, da nossa mentalidade, das nossas atitudes, do modo como Deus e os seus valores passem a estar, ou não, em primeiro lugar, na minha vida?
Caros Amigos e Irmãos
É este o caminho a que somos chamados a percorrer, neste tempo da quaresma, a fim de renascermos, com Jesus, para uma vida nova do Homem Novo. Está em jogo a nossa felicidade que é viver a vida da graça…
Porquê adiar a sua concretização?

Bordão 7 Março

III DOMINGO DA QUARESMA
Ex 3, 1-8a.13-15; Sl 102; 1 Cor 10, 1-6.10-12; Lc 13, 1-9 

Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante.
Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’ Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano». (Lucas)

E se Deus fosse injusto?! 
A psicologia social reconhece no comum das sociedades aquilo a que chama “a crença num mundo justo”, e que é a crença de que os males praticados neste mundo são castigados neste mesmo mundo. Topamos essa crença quando ouvimos alguém justificar o mal que aconteceu à pessoa A com o mal que essa pessoa terá feito noutra altura a uma pessoa B, ou ainda mais simplesmente no aforismo “cá se fazem, cá se pagam”. 
É uma crença mais ou menos ingénua, e parece que não é daí que vem grande mal ao mundo. Mas quando transportamos essa crença para o mundo religioso as coisas complicam-se. Se o mal que acontece a alguém é castigo (reposição da justiça) de um mal feito anteriormente, quando alguém sofre alguma desgraça começamos a questionar-nos sobre que mal teria feito essa pessoa antes... E como muitas vezes não vemos mesmo mal nenhum, tapamos esta ignorância com a suposição de algum pecado grave que tal pessoa terá praticado, pecado não público, mas tão objectivo que Deus teve que intervir para repor a justiça... Não falta hoje ainda, por exemplo, quem veja na SIDA alguma semelhante acção justiceira de Deus!
Mas no tempo de Jesus era crença comum e religiosamente arreigada: quem sofria alguma desgraça é porque algum pecado tinha feito! Isto, apesar da reflexão sapiencial, como o livro de Job, há muito ter recusado essa relação efeito-causa, entre uma desgraça acontecida a alguém (efeito) e um qualquer pecado praticado (causa).
Jesus recusa dar credibilidade a esta crença, que dois acontecimentos concretos tinham reavivado muito intensamente por aqueles dias. Recusa a crença, mas não foge à questão por ela levantada. E tira a seguinte conclusão: não é uma desgraça que prova um comportamento não digno, mas é um comportamento não digno (não convertido) que transforma a vida em desgraça, mesmo que a visibilidade dessa desgraça seja nula: “se não vos converterdes, morrereis do mesmo modo”. Evidentemente, esta “morte” anunciada para quem vive não dignamente não é uma morte física, mas uma morte espiritual, uma morte da pessoa na essência do seu ser, do seu agir, do seu devir. 
Lucas associa a esta discussão a parábola do vinhateiro que procura frutos três anos na figueira e não os encontra. Não se refere aqui explicitamente o profeta Amós, mas a parábola e o contexto parecem supô-lo. De facto, trata-se de uma discussão sobre a justiça (e em última instância sobre a justiça de Deus) e Amós é tipicamente o profeta da Justiça. Além disso, Amós usara e abusara do rifão: “por causa do triplo e do quádruplo crime... (de alguém), eu (Deus) não ficarei quieto..., mas vou punir...”. Ora temos aqui exactamente o mesmo “triplo” (três anos) e quádruplo (deixa-a ficar ainda mais um ano). 
Só que Jesus aqui não alinha com Amós. Onde Amós vira a necessidade do castigo de Deus (para punir o triplo e quádruplo crime), Jesus coloca a misericórdia de Deus. Jesus substitui a justiça pela misericórdia! Mesmo que houvesse pecado, e que esse pecado fosse o máximo de pecado imaginável, não seria por causa desse pecado que Deus mandaria Pilatos matar galileus ou que sopraria a torre de Siloé para cima dos 18 homens que morreram na sua queda.
Já o referi muitas vezes: esta é a parábola do Deus que nos ama até ao absurdo: para além de ter esperado os nossos frutos todo o tempo possível (três é totalidade), por absurdo, como se fosse possível mais tempo do que o tempo todo, rega, aduba e poda um ano mais, esperando os frutos nunca dados. Deus é o vinhateiro da misericórdia infinita. Quem reclama o deus de Amós não aprendeu ainda nada com Jesus de Nazaré.



Quaresma

Na mensagem papal para a Quaresma, Bento XVI convida os cristãos de todo o mundo a “contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebam o necessário para viver segundo a própria dignidade do homem”.
“Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais íntimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: podíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado à Sua imagem e semelhança”, indica o Papa.
Bento XVI admite que os bens materiais são úteis, lembrando que o próprio Jesus se preocupou com a cura dos doentes, em matar a fome das multidões que o seguiam, mas sublinha que “a justiça distributiva não restitui ao ser humano tudo o que lhe é devido. “Mais que o pão, de facto, ele precisa de Deus” Em conclusão, o Papa exorta a “que a Quaresma – os 40 dias de preparação para a Páscoa – seja para cada cristão tempo de autêntica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo que veio para realizar a justiça”.
“Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo, significa precisamente isto: sair da ilusão da auto-suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência e a dos outros e ainda a exigência do perdão de Deus e a Sua amizade”.


Peregrinação a Santiago de Compostela 
Em Ano Santo Jacobeio (o próximo será em 2021), o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra (SDPJ) organiza, na Semana Santa, uma peregrinação tradicional a pé, ao Túmulo do Apostolo Tiago em Compostela. Saindo de Valença do Minho, o grupo participante percorrerá o final do Caminho Português, entre 29 de Março e 4 de Abril.
“Será uma experiencia única viver a Semana Santa no caminho celebrando com as comunidades locais e partilhando a nossa fé com tantos outros peregrinos que encontraremos”, salienta o SDPJ, em nota informativa.
Com as inscrições abertas até dia 18 de Março, terá lugar uma reunião de preparação desta “Jornada de fé, reflexão, partilha e convívio”, dia 20 de Março pelas 21h00, no Instituto Universitário Justiça e Paz. Com encontro às 14h00, na Igreja de Santiago na Praça do Comércio, o grupo participante nesta peregrinação partirá dia 29 de Março (Segunda-feira) com chegada a Coimbra dia 4 de Abril (Domingo) pelas 19h00, no Largo Dom Dinis.
O programa provisório é o seguinte: dia 29 de Março (Segunda-feira) – Depois do encontro, inicia-se a viagem em Autocarro até Valença do Minho. Percurso a pé entre Valença do Minho e o alojamento em Tui, onde terá lugar o Jantar Partilhado.
Dia 30 de Março (Terça-feira), caminhada entre Tui e Redondela; dia 31 de Março (Quarta-feira), caminhada entre Redondela e Pontevedra; dia 1 de Abril (Quinta-feira Santa); caminhada entre Pontevedra e Caldas dos Reis, onde se realizará a Celebração da Ultima Ceia do Senhor com a comunidade local de Caldas dos Reis; dia 2 de Abril (Sexta-feira Santa), caminhada entre Caldas do Reis e Padron, onde se cumprirá a Celebração da Paixão do Senhor; dia 3 de Abril (Sábado Santo), caminhada de Padron a Santiago de Compostela, onde se celebrará o “Ritos de Peregrino” e a “Vigília Pascal”, na Catedral de Santiago. Dia 4 de Abril (Domingo de Páscoa), Missa do Peregrino na Catedral de Santiago, visita a Santiago e almoço e regresso.



Missas da Semana

Dia 09 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 10 – 4ª Feira
21h00 – Capela da Cruz dos Morouços.

Dia 11 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 12 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento. 

Dia 13 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 14 de Março

09h00 – Capela da Cruz dos Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel