XXVII Domingo do Tempo Comum – Ano B

Caros Amigos e Irmão.
Diz-nos o Evangelho da missa de hoje: “O homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão um só carne.”
A indissolubilidade do matrimónio que consiste em nada poder separar o homem da mulher senão a morte, não surge de uma lei exterior ao matrimónio, mas resulta da sua própria natureza. Homem e mulher são feitos um para o outro, em absoluta igualdade, e do unir-se em matrimónio, constituem “uma só carne” por disposição divina. Por isso, conclui Deus: “ Não separe o homem o que Deus uniu”.
S. Paulo acrescentava depois, dizendo: “O amor dos esposos Cristãos significa o amor de Cristo à sua Igreja.”
Por isso, para que a vida do casal seja estável é importante haver um projecto de vida a dois que, cada dia, vai crescendo cada vez mais no amor e na maturidade pessoal, com determinação, reflexão e generosidade. Por isso, os jovens têm de se preparar para o matrimónio e os casados devem procurar manter um ritmo crescente de amor. Para se crescer no amor temos de atender a três pontos:
1.º Haver uma base humana;
2.º Haver uma educação cristã continua no amor;
3.º Uma espiritualidade cristã.
Comentário:
Uma base humana e sólida é indispensável, pois amar é mais difícil do que parece: porque é dar e partilhar, mais do que receber e desfrutar. Amar é ter atenção à responsabilidade que se toma aos sacrifícios e renuncias que se têm de fazer, evitando toda a leviandade e egoísmo.
Amar é fomentar a igualdade entre homem e mulher, para que não haja um a mandar e outro a obedecer.
Amar é ter espírito de sacrifício, em que, por vezes, um tem de sujeitar-se ao outro, para o bem comum. Amar é dialogar e não deixar que os problemas se arrastem e viciem todo o amor conjugal.
Para se crescer no amor a segunda exigência é “a educação continua no amor” que é obrigatório para os noivos e para os esposos, pois de outro modo cai-se na rotina, na vulgaridade e na consequente falta de amor - em que já não há novidade…
O amor tem de ir crescendo com a passagem dos anos: ao ritmo das dificuldades, dos êxitos, dos filhos que crescem, das tristezas e alegrias partilhadas.
Tudo deve fazer crescer o amor, como se fosse no início do casamento. A terceira condição para crescer no amor é a espiritualidade cristã que deve nascer da fé. Todo o casamento católico, além de um contracto, é um sacramento, é um canal de graças que os que casam têm direito de pedir e usar, mas essas graças têm de se pedir e de se merecer. Por isso, os casados devem manter-se em contacto com Deus, por meio da fé, da oração e da vida cristã. Aos casais que não seguem esta doutrina e esta vida, muitas vezes, sucede o que o Papa Bento XVI afirma: “Continua a aumentar o número de separações e de divórcios que rompem a unidade familiar e criam não poucos problemas para os filhos, vitimas inocentes de tais situações.”
Todos sabemos os efeitos terríveis para os filhos, causados pela separação dos pais; verem outro homem no lugar do pai, verem outra mulher no lugar da mãe; têm de ir ao psicólogo para serem ajudados; aguardam decisão de juiz para saber com quem ficam; passam uns dias num lado (com o pai) e outros dias noutro lado (com a mãe).
Tudo isto, não cria ambiente de carinho e de amor, onde a criança ou adolescente se possa desenvolver, nem encontram na família a paz tão desejada e necessária ao seu desenvolvimento. Por vezes, ouvimos dizer ao pai ou à mãe que têm direito a serem felizes e, por isso, vão separa-se, mas ninguém tem o direito de procurar a felicidade para si, causando a infelicidade de outros sobre tudo dos filhos que não pediram para nascer.
É verdade que todas as pessoas têm o direito a serem felizes, mas isso pensa-se antes de cada um dar os passos decisivos da sua vida, como é o casamento. Antes, é que se deve pensar bem e pedir a ajuda de Deus para o passo que se vai dar. Depois de casados é ter Deus sempre presente na relação do casal e deste com os filhos.

Bordão 4 outubro














XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Gen 2, 18-24; Sl 127; Hebr 2, 9-11; Mc 10, 2-16


Aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova e perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?» Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?» Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério». Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele». E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas. (Marcos)

Um Reino que permeia todos os meandros da humanidade
Jesus terá sido seguramente confrontado mais do que uma vez com a questão do matrimónio. Aliás, Marcos regista que os discípulos insistem em interrogá-lo sobre o assunto. Desde logo, a sexualidade radica no mais profundo da natureza humana, e a própria religião, enquanto produto da consciência humana, tem na sua génese contextos sexuais, como deuses e cultos da fertilidade. Depois, o modo como as religiões e as sociedades socializaram a sexualidade está longe de ser igual em todas as sociedades e mais longe ainda de ser pacífico dentro de cada uma delas. Mesmo numa religião como o judaísmo, que tinha chegado à formulação do casamento como “uma só carne” (= “uma só pessoa”), o que dava à vivência da sexualidade um carácter de unidade e continuidade entre duas pessoas de sexo diferente, mesmo aí as discussões eram grandes. Para já, entre esta formulação teórica de “uma só carne” e a realidade vivida ia uma distância enorme, distância que a Lei regulamentava com o direito dos homens se poderem divorciar das mulheres. As mulheres, no judaísmo, não tinham esse direito! Mas tinham-no entre diversos povos de cultura grega e romana...
De algum modo, com maior ou menor abrangência, envolvendo os direitos de ambos os sexos ou só de um, o divórcio era uma prática aceite jurídica, social e religiosamente no mundo da época. É um acto tão comummente aceite que os apóstolos, na versão de Mateus, quando ouvem Jesus dizer que o matrimónio é indissolúvel, concluem de imediato: “então se a situação do homem diante da mulher é essa, é melhor ele não se casar!” (cfr. Mt 19,10). 
Entre os judeus predominavam duas escolas nesta matéria: uma mais rigorista, para a qual só graves problemas podiam levar ao divórcio, e outra mais laxista, para a qual um pouco de sal a menos na sopa já poderia ser uma questão a considerar!... A tensão entre estas duas escolas é relativamente grande e a pergunta feita a Jesus (“para o pôr à prova”, isto é, para o “entalar”) tem como objectivo colá-lo a uma destas escolas. A resposta de Jesus, não sendo uma novidade do ponto de vista teórico, pois apenas se limita a citar as Escrituras, aplicada à vida concreta torna-se mesmo uma novidade efectiva. E o reforço de que esta posição de Jesus era para a vida concreta, e não uma teoria religiosa abstracta, é dado pelo evangelista com a insistência nos próprios casos concretos: “quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira”. Alias, Marcos, que escreve para leitores não judeus ou nem todos judeus, complementa com a situação contrária: “e com a mulher é a mesma coisa: se ela repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério”.
Esta posição de Jesus diante do matrimónio terá sido uma das marcas distintivas da sua pregação em relação a todas as outras escolas e “rabis”, e marcou definitivamente a atitude dos discípulos de todos os tempos em relação ao casamento: o matrimónio cristão é exclusivo e indissolúvel. Todavia, para a cultura comum daquele tempo, como para a cultura de hoje, esta posição doutrinária de Jesus não é sustentável... O curioso é que Jesus está consciente disso! E percebe que isto não é doutrina para ser imposta, mas para ser acolhida... por quem consegue fazer rupturas culturais que o elevem ao nível da simplicidade das crianças. De facto, não deixa de ser curiosa a associação de cenas que Marcos faz entre a doutrina do casamento e a doutrina da simplicidade exigida a quem quer acolher o Reino: o Reino de Deus permeia a vida toda e nada do que é verdadeiramente humano fica fora das suas exigências de crescimento na santidade.




Plano diocesano de Pastoral

Grande parte dos Párocos da Diocese de Coimbra esteve reunida em alguns dias das últimas semanas de Setembro para reflectir sobre o Sacerdócio – estamos no Ano Sacerdotal – e sobre o Programa Diocesano deste ano pastoral que agora começou. 
Por interessar a todos os cristãos, dou conta aqui do Programa para este ano. 
Fiéis ao Plano Diocesano de Pastoral 2008-2011, o objectivo que deve motivar toda a diocese de Coimbra ao longo deste ano continuará a ser o de trazer às comunidades novos “animadores” que rejuvenesçam o nosso dinamismo pastoral.
No pressuposto de que isso foi conseguido, pelo menos em parte, há que pôr a trabalhar estes animadores, dando-lhes oportunidade de chamar outros à prática da fé.
Assim iremos continuar o objectivo que nos tem sido proposto: IDE E FAZEI DISCÍPULOS.
Esta frase reúne em poucas palavras o que importa fazer:
– Ter a coragem de ir chamar;
– Saber atrair;
– Formar os que vêm e são discípulos de Cristo.
Quando se lançam estes novos “animadores” na aventura de “chamar” outros à fé, estamos a repetir o que sucedeu com o chamamento dos Apóstolos e se verifica ainda hoje em movimentos apostólicos dinâmicos: formação na acção.
É oportuno reafirmar que as nossas comunidades e associações precisam de se rejuvenescer. Se não o fizermos, seremos responsáveis pelo estiolamento de muita vida cristã.
Deus conta connosco e com a sua graça tocará no coração daqueles que chamamos.
Não será através de convites genéricos, feitos em homilias ou cartazes, que poderemos atrair novos e dinâmicos “militantes”. Será sim através de convite directo, feito muitas vezes na forma de sinceros pedidos de colaboração em trabalhos apostólicos os mais diversos.
Este ano pede-se atenção a alguns campos específicos:
1. A catequese; 
2. A pastoral familiar; 
3. A pastoral juvenil; 
4. As vocações de consagração;
5. A comunicação social.


Convívios Fraternos

A Equipa Coordenadora dos Convívios Fraternos da Diocese de Coimbra propõe-se realizar, neste ano pastoral, dois Convívios Fraternos. O primeiro de 27 a 30 de Novembro de 2009 e o segundo de 25 a 28 de Março de 2010. 
Sendo o Convívio Fraterno um encontro de experiência/partilha de fé, lembramos que nele devem participar jovens maiores de 18 anos, com vontade de se conhecerem e conhecerem melhor Jesus Cristo.
A data limite das inscrições é 24 de Outubro de 2009 e 10 de Fevereiro de 2010.


Missas da Semana

Dia 06 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 07 – 4ª Feira 
21h00 – Capela do Bordalo.

Dia 08 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento. 

Dia 09 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 10 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 11 de Outubro
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços 
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel