Bordão 13 Junho

XI DOMINGO DO TEMPO COMUM
2 Sam 12, 7-10.13, Sl 31; Gal 2, 16.19-21; Lc 7, 36 __ 8, 3
Um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa. Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade – ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume; pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimas e enxugava-lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume. Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora».
Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele respondeu: «Fala, Mestre». Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?» Respondeu Simão: «Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem». E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados». Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?» Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz».
Depois disso, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus com os seus bens. (Lucas)

Exercia um poder exclusivo de Deus
Este texto é constituído por duas partes: o relato de um almoço (no meio do qual foi metida uma parábola) e um grande resumo da actividade de Jesus.
Pelo contexto e pelo “resumo”, percebemos que Lucas encerra aqui a primeira parte do seu evangelho (tirando os relatos da infância), em que ele tenta dizer-nos quem fora e o que queria Jesus de Nazaré: Jesus, diz-se no resumo, foi o pregador e o anunciador, de terra em terra, da Boa Nova do Reino de Deus, tendo constituído à sua volta um grupo de discípulos que o acompanhava e que incluía mulheres.
A grande dúvida das pessoas à volta deste pregador itinerante era: “será ele o Messias?”. Por isso, a pergunta formulada pelos emissários de João baptista (“és tu o Messias, ou devemos esperar outro?”) e a resposta dada por Jesus (“os cegos vêm, os coxos andam”, etc.) constitui a chave de compreensão desta primeira parte do evangelho de S. Lucas. Ao longo dela, Lucas mostrou-nos concretizações da resposta de Jesus. Por exemplo, ainda no Domingo passado O vimos a dar vida aos mortos! Hoje, temos a última das concretizações desta resposta aos emissários de João Baptista: os pecadores são perdoados. A dúvida gerada nas pessoas (“quem é este?”) desemboca no reconhecimento do seu poder… igual ao poder de Deus (“até perdoa pecados”)!
A primeira parte do evangelho de Lucas termina, assim, com a afirmação de que este pregador itinerante, conhecido como Jesus de Nazaré, exercia junto das pessoas, por cidades e aldeias, um poder exclusivo de Deus, o poder de perdoar os pecados, o poder de voltar a tornar cada homem e cada mulher digno(a) de ser um(a) amigo(a) íntimo(a) de Deus. As manifestações carinhosas desta mulher não são um mero adereço do texto, mas são parte central do que Lucas nos pretende dizer: Jesus perdoa os pecados e o perdão dos pecados não é uma coisa teórica, mas é algo que nos faz entrar na intimidade carinhosa com Deus, um pouco à maneira daquilo a que os modernos psicólogos chamam os strocks (um toque sobretudo físico, com carga pessoal, afectiva, humana). É exactamente a expressão usada pelo fariseu: “a mulher que lhe está a tocar”!
Por último, registemos a permanente peculiaridade de Lucas: Jesus exerce o poder de Deus entre as pessoas todas, mas tem sempre uma atenção especial para as últimas!, quer socialmente (daí a larga referência às mulheres), quer moralmente: quanto maior é o pecado perdoado, maior é o amor – diz ele ao fariseu que o convidou para almoçar.



Três mil pessoas no Dia da Igreja Diocesana














“A Igreja é como uma esposa: também envelhece mas, apesar das rugas, mantém-se bela”. Afirmação de D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, nas comemorações do “Dia da Igreja Diocesana”, celebrado dia 30 de Maio, na Figueira da Foz, que juntaram perto de três milhares de cristãos, entre os quais cerca de um milhar de crianças da primeira comunhão, oriundos de várias paróquias da diocese.
O Pastor diocesano, nesta festa, este ano dedicada às crianças da catequese, salientou que “a Igreja ama as crianças e olha por elas; as crianças são a melhor coisa do mundo”. E frisou: “demos-lhes o que há de melhor na vida - Jesus”.
“Deus dá o real valor às crianças e quer especialmente que as ensinemos nos caminhos santos da Sua Palavra”, assegurou, exortando, com base num texto dos Efésios: “pais, não provoqueis os vossos filhos à ira, mas educai-os no temor e admoestação do Senhor. Apresentemos os nossos filhos a Deus como as jóias mais preciosas da nossa vida”. “Ensinai às crianças o caminho da verdade: amor a Deus, respeito e obediência aos pais, respeito e amor ao próximo, ensino e testemunho da Palavra de Deus”, reiterou.
O prelado assegurou que “nós (Diocese de Coimbra) somos uma Igreja de esperança que já há 15 anos celebramos este “Dia da Diocese” e que este ano é dedicado aos jovens da catequese”. E fundamentou: “é preciso uma palavra de estímulo, alegria e esperança à família diocesana”. “A Igreja vive de uma lentidão na dinamização das paróquias”, reconheceu o Pastor diocesano, exortando “a um maior e mais vasto compromisso de leigos para pôr em prática o futuro das paróquias e da diocese”. “Na vida da Igreja, a participação dos fiéis leigos encontra a sua primeira e necessária expressão na vida e missão da Igreja particular, da diocese, na qual está verdadeiramente presente e actua a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica”, esclareceu D. Albino.
D. Albino adiantou que “a Igreja Católica continua a ser um abrigo absolutamente seguro para as crianças”. A prova desta verdade, “são as 10 instituições da Diocese de Coimbra que acolhem crianças”, explicou, asseverando que “a Igreja é um abrigo seguro para as crianças.”
O programa deste dia diocesano, à volta do tema “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 13,14), teve especial dedicação aos catequistas e às crianças da Primeira Comunhão, seus pais e padrinhos. Começou com o acolhimento das crianças da Primeira Comunhão no Seminário da Figueira da Foz, onde visitaram a exposição “Seminário/Vocação” e participaram num “jogo de cidade” subordinado ao tema da realidade de comunhão, tendo em conta o Ano Sacerdotal.
Os pais e padrinhos das crianças da Primeira Comunhão, iniciaram esta jornada, participando numa sessão testemunhal/motivacional. Aqui deram o seu testemunho o Padre Luís Francisco (arcipreste de Cantanhede), uma família de Arganil (Manuel, Helena e Luís), o actor Ruy de Carvalho e o Professor Doutor Adriano Vaz Serra. Estes testemunhos de vida e “amor a Deus, à família e ao próximo” foram intercalados por momentos musicais proporcionados pelo Padre João Paulo Vaz.