Bordão 4 Abril - Domingo de Páscoa

DOMINGO DE PÁSCOA
Actos 10, 34a.37-43; Sl 117; Jo 20, 1-9; (Lc 24, 1-12); (Lc 24, 13-35)

No primeiro dia da semana, ao romper da manhã, as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia foram ao sepulcro, levando os perfumes que tinham preparado. Encontraram a pedra do sepulcro removida e ao entrarem não acharam o corpo do Senhor Jesus. Estando elas perplexas com o sucedido, apareceram-lhes dois homens com vestes resplandecentes. Ficaram amedrontadas e inclinaram o rosto para o chão, enquanto eles lhes diziam: «Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui: ressuscitou. Lembrai-vos como Ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: ‘O Filho do homem tem de ser entregue às mãos dos pecadores, tem de ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’». Elas lembraram-se então das palavras de Jesus. Voltando do sepulcro, foram contar tudo isto aos Onze, bem como a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana e Maria mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas diziam isto aos Apóstolos. Mas tais palavras pareciam-lhes um desvario e não acreditaram nelas. Entretanto, Pedro pôs-se a caminho e correu ao sepulcro. Debruçando-se, viu apenas as ligaduras e voltou para casa admirado com o que tinha sucedido. (Lucas)

Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos. (João)

Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. (...) Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão. (Lucas)


Do espanto… à fé...

O túmulo vazio espanta! Mas não leva à fé na ressurreição. Parece desvario de mulheres. Mesmo Pedro, quando se dá ao trabalho de ir pessoalmente verificar o que teria acontecido, apenas fica “admirado com o que tinha sucedido”. É assim que termina o Evangelho da Vigília pascal deste ano, segundo Lucas. É verdade que o Evangelho da Missa do Dia (de S. João) nos diz que o próprio João foi com Pedro e que ele, João, “viu e acreditou”. Mas põe o acento do “ver” que leva à fé na disposição dos panos que envolveram Jesus e não no túmulo vazio em si. Afirma de modo especial que o sudário estava enrolado à parte, e não desenrolado nem por terra como os panos de linho. Para João fica evidente que a cabeça de Jesus não fora libertada do sudário a partir de fora, mas a partir de dentro, deixando-o na sua forma intacta... É este sudário ainda com a forma com que envolvera a cabeça de Jesus que lhe provoca um clique de fé: “viu e acreditou”. Mas mesmo este “acreditar” de João faz apelo a uma fé intimista, silenciosa, vivida para dentro, incapaz de criar uma crença comunitária, incapaz de arrastar o corpo dos discípulos para a missão.
De qualquer modo, mesmo conscientes de que o túmulo vazio não leva à fé, os evangelistas não se retraem na afirmação da sua fé pessoal de que o túmulo estava vazio porque o seu ocupante tinha ressuscitado. Jesus agora, para Lucas, já é o Senhor Jesus! E é o Vivente!, título que o Antigo Testamento reservara para Deus. E João acredita, quando entra no túmulo...
Ao túmulo vazio, seguem-se as Aparições do Ressuscitado; é delas que nasce verdadeiramente a fé cristã na Ressurreição de Jesus. Mas dito isto, nada mais sabemos dizer, porque nunca saberemos ao certo em que consistiram nem como se deram. Os evangelistas não coincidem entre si nas suas narrações, nem tão pouco com Paulo... Mas nem isso os preocupa muito; as Aparições, para eles, são o fósforo que desencadeou o fogo da fé. Mas apenas isso; a fogueira da fé, agora, precisa de ser alimentada com outro combustível... Para eles, passadas as Aparições iniciais e muito restritas, a fé na Ressurreição nasce e alimenta-se, agora, no estudo da Escritura (que antes “ainda não tinham entendido”), na Eucaristia e na vida comunitária. É esse o grande ensinamento da Aparição aos discípulos de Emaús (Evangelho da Missa da tarde) e o caminho para a nossa própria fé na Ressurreição, quase dois mil anos depois daquele “primeiro dia da semana”.


No Encontro Diocesano do Doente
Bispo de Coimbra considera “muito graves” os abusos sobre crianças

“Crianças que são utilizadas por adultos para seu prazer sexual e que aconteceu no seio da Igreja – faz-nos sofrer muito”, afirmou o Bispo de Coimbra ao comentar os factos que têm sido noticiados pela comunicação social. “Há muitos outros modos como as crianças estão a ser maltratadas”, disse o prelado ao presidir à comemoração do Dia Diocesano do Doente promovido pelo Secretariado Diocesano Movimento da Mensagem de Fátima (MMF) da Diocese de Coimbra, que se realizou no passado dia 27 de Março no salão da paróquia de S. José. Segundo D. Albino Cleto, actualmente, perante os casos dos divórcios, ninguém quer ficar com os filhos, ficando muitas vezes à sua mercê.
“Porém, se estes males também ferem a Igreja, na verdade, ninguém como a Igreja, tem procurado servir as crianças”, disse o Bispo de Coimbra, ao fazer uma radiografia das instituições existentes na sua diocese: Casa do Gaiato (Miranda do Corvo); Lar das Varandas; Casa de S. Francisco de Assis; Casa de São João de Deus; Casa Elysio de Moura, etc.
“Graças à Deus que ninguém pode acusar a Igreja de não ter cuidado das crianças. A Igreja, através de bispos, padres e sobretudo religiosas pode alegrar-se pela atenção que dedica às crianças”, defendeu o prelado.
No entanto, para D. Albino Cleto, “o escândalo de uma criança é muito grave”. “Temos que dar a mão à palmatória. A Igreja também é feita de pecadores. Tenho a certeza que a maior parte dos pedófilos não são padres” disse perante 250 participantes do Dia Diocesano do Doente provenientes de diversas paróquias da diocese.
Isilda Lages, uma das responsáveis pelo Secretariado Diocesano Movimento da Mensagem de Fátima (MMF) da Diocese de Coimbra afirmou à Amicor online que “o movimento pretende chegar a todas as paróquias da diocese”. O objectivo é difundir a mensagem de Fátima, transmitida à época aos pastorinhos: Francisco, Jacinta e Lúcia. O movimento trabalha actualmente em três áreas distintas: oração, onde colocam em prática a recitação do terço em família e em comunidade. Promovem ainda adorações eucarísticas com crianças e adolescentes. Na Pastoral dos Doentes, o Secretariado Diocesano da Mensagem de Fátima promove ainda dois retiros anuais: um em Outubro e outro em Abril, com cem participantes por cada retiro, onde se enquadra uma grande equipa de voluntários, com dois enfermeiros e um médico. Realizam vários encontros arciprestais e um Grande Encontro Diocesano, onde juntam os participantes todos que tenham frequentado um retiro em Fátima. Realizam peregrinações onde Nossa Senhora de revelou e onde a Irmã Lúcia viveu, desde Tuy, Ponte Vedra e o Carmelo de Santa Teresa (Coimbra). Fazem assistência aos peregrinos que vão a pé para Fátima.

Miguel Cotrim




Missas da Semana

Dia 06 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 07 – 4ª Feira
21h00 – Capela do Bordalo.

Dia 08 – 5ª Feira
17h30 – Confissões
18h00 – Eucaristia, seguida da Exposição Solene do Santíssimo Sacramento e Canto de Vésperas e oração pelo Ano Sacerdotal.

Dia 09 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 10 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 11 de Abril
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel



Avisos:
- Dia 10.04 recomeça a catequese às 15 h.
- O ofertório das missas do próximo domingo é para a Cáritas.

Domingo de Ramos – C

O Evangelho da missa de hoje relata-nos a paixão de senhor. A morte de Jesus tem se ser entendida no contexto daquilo que foi a sua vida.
Desde cedo, Jesus apercebeu-se de que o Pai o chamava a uma missão: a anunciar a Boa Nova aos filhos; sarar os corações feridos; pôr em liberdade os oprimidos.
Para concretizar os oprimidos. Para concretizar este projecto, Jesus passou pelos caminhos da Palestina “fazendo o bem” e anunciando que estava próximo um mundo novo: de vida, de liberdade, de paz e de amor para todos.
Jesus ensinou que Deus era amor e que não excluía ninguém, nem mesmo os pecadores; ensinou que os leprosos, os paralíticos, os cegos não deviam ser marginalizados, pois não eram amaldiçoados por Deus;
Ensinou que eram os pobres e os excluídos os preferidos de Deus e aqueles que tinham o coração mais disponível o coração Reino que Jesus lhes pregava;
E avisou os “ricos” os poderosos, os instalados, de que o egoísmo, o orgulho, o auto-suficiência, a soberba, só podiam conduzir ao pecado. O projecto libertador de Jesus entrou em choque - como era inevitável com a atmosfera de egoísmo, de má vontade, de opressão que dominava o mundo.
As autoridades políticas e religiosas sentiram-se incomodadas com a denúncia de Jesus:
-não estavam dispostas a renunciar ao poder, à influência, ao domínio e aos privilégios;
Estavam instalados e, por isso, não estavam dispostos a desinstalar-se e a aceitar a conclusão proposta por Jesus.
Jesus que lhes chamava raça de víboras e sepulcros caiados.
Por isso: prenderam Jesus, julgaram-n'O, condenaram-n'O e pregaram-n'O na cruz.
Caros Amigos e Irmãos
A morte de Jesus é assim a consequência do anúncio do Reino de Deus e é fruto das recusas e das resistências que as propostas de Jesus provocam entre os que dominavam o mundo então.
Por isso, podemos dizer que Jesus morreu porque pregou com palavras, com gestos e atitudes: O amor, o dom total, a Sua entrega sem limites.
Na cruz de Jesus, vemos aparecer o Homem Novo; o Homem que ama sem medida; e que faz da sua vida um dom, uma oferta a favor de todos nós.
E porque nos ama, este Homem Novo vai anunciar, como Sua missão a luta contra o pecado, isto é, contra todas as causas que geram: o ódio, o sofrimento, o desprezo ou a vingança.
Caros Amigos e Irmãos
Celebrar a paixão e morte de Jesus é contemplarmos que Jesus, por amor: veio ao nosso encontro, assumir as nossas limitações, experimentou a fome, o sono, o cansaço; conheceu as tentações, tremem perante a morte; suou sangue antes de aceitar a vontade do Pai, e, estendido no chão; esmagado contra a Terra; atraiçoado, abandonado por todos, incompreendido, continuou a amar-nos.
Desse amor resultou a vida da graça que Jesus quis repartir connosco “até ao fim dos tempos”: esta é a mais espantosa história de amor que é possível contar; ela é a boa notícia que enche de alegria o coração dos crentes.
Caros Amigos e Irmãos
Como conclusão, procuremos viver, intensamente, a Semana Santa que agora começa sobretudo participando nas cerimónias do Tríduo Pascal, para assim nos sentirmos mais unidos a Cristo e à Sua Igreja que somos todos nós.
Lembro que o ofertório da missa é para partilharmos a nossa Renúncia Quaresmal.