Domingo de Ramos – C

O Evangelho da missa de hoje relata-nos a paixão de senhor. A morte de Jesus tem se ser entendida no contexto daquilo que foi a sua vida.
Desde cedo, Jesus apercebeu-se de que o Pai o chamava a uma missão: a anunciar a Boa Nova aos filhos; sarar os corações feridos; pôr em liberdade os oprimidos.
Para concretizar os oprimidos. Para concretizar este projecto, Jesus passou pelos caminhos da Palestina “fazendo o bem” e anunciando que estava próximo um mundo novo: de vida, de liberdade, de paz e de amor para todos.
Jesus ensinou que Deus era amor e que não excluía ninguém, nem mesmo os pecadores; ensinou que os leprosos, os paralíticos, os cegos não deviam ser marginalizados, pois não eram amaldiçoados por Deus;
Ensinou que eram os pobres e os excluídos os preferidos de Deus e aqueles que tinham o coração mais disponível o coração Reino que Jesus lhes pregava;
E avisou os “ricos” os poderosos, os instalados, de que o egoísmo, o orgulho, o auto-suficiência, a soberba, só podiam conduzir ao pecado. O projecto libertador de Jesus entrou em choque - como era inevitável com a atmosfera de egoísmo, de má vontade, de opressão que dominava o mundo.
As autoridades políticas e religiosas sentiram-se incomodadas com a denúncia de Jesus:
-não estavam dispostas a renunciar ao poder, à influência, ao domínio e aos privilégios;
Estavam instalados e, por isso, não estavam dispostos a desinstalar-se e a aceitar a conclusão proposta por Jesus.
Jesus que lhes chamava raça de víboras e sepulcros caiados.
Por isso: prenderam Jesus, julgaram-n'O, condenaram-n'O e pregaram-n'O na cruz.
Caros Amigos e Irmãos
A morte de Jesus é assim a consequência do anúncio do Reino de Deus e é fruto das recusas e das resistências que as propostas de Jesus provocam entre os que dominavam o mundo então.
Por isso, podemos dizer que Jesus morreu porque pregou com palavras, com gestos e atitudes: O amor, o dom total, a Sua entrega sem limites.
Na cruz de Jesus, vemos aparecer o Homem Novo; o Homem que ama sem medida; e que faz da sua vida um dom, uma oferta a favor de todos nós.
E porque nos ama, este Homem Novo vai anunciar, como Sua missão a luta contra o pecado, isto é, contra todas as causas que geram: o ódio, o sofrimento, o desprezo ou a vingança.
Caros Amigos e Irmãos
Celebrar a paixão e morte de Jesus é contemplarmos que Jesus, por amor: veio ao nosso encontro, assumir as nossas limitações, experimentou a fome, o sono, o cansaço; conheceu as tentações, tremem perante a morte; suou sangue antes de aceitar a vontade do Pai, e, estendido no chão; esmagado contra a Terra; atraiçoado, abandonado por todos, incompreendido, continuou a amar-nos.
Desse amor resultou a vida da graça que Jesus quis repartir connosco “até ao fim dos tempos”: esta é a mais espantosa história de amor que é possível contar; ela é a boa notícia que enche de alegria o coração dos crentes.
Caros Amigos e Irmãos
Como conclusão, procuremos viver, intensamente, a Semana Santa que agora começa sobretudo participando nas cerimónias do Tríduo Pascal, para assim nos sentirmos mais unidos a Cristo e à Sua Igreja que somos todos nós.
Lembro que o ofertório da missa é para partilharmos a nossa Renúncia Quaresmal.