Bordão 6 Dezembro



















II DOMINGO DO ADVENTO
Bar 5, 1-9; Sl 125; Filip 1, 4-6.8-11; Lc 3, 1-6

No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’». (Lucas)

Salvação?!
Os primeiros de todos os cristãos, os apóstolos, quando queriam anunciar a ressurreição de Jesus, usavam um tipo de discurso a que os peritos chamam kerigmático: começavam por dizer que o Jesus que eles anunciavam como ressuscitado era aquele mesmo Jesus que a pessoas conheceram; depois tentavam demonstrar que as Escrituras já se referiam a Ele; finalmente confrontavam os ouvintes com a necessidade de tomarem uma opção: aceitar ou não aceitar a Ressurreição de Jesus. 
Evidentemente, na altura em que os primeiros cristãos faziam estes discursos não estavam a escrevê-los; faziam-nos oralmente. Mas, depois, algumas memórias desses discursos e outras composições sob o mesmo modelo foram redigidas e chegaram até nós, exactamente pela mão de Lucas, no livro dos Actos dos Apóstolos. Mas, se olharmos com atenção este pequeno texto do Evangelho, também de S. Lucas, o que temos é outra vez esse modelo de discurso. Lucas começa por enumerar todo o contexto em que Jesus aparece, cronológica, geográfica e culturalmente. Fica claro que ele não está a falar de um acontecimento qualquer, mas de um acontecimento muito preciso; e esse acontecimento é Jesus de Nazaré. Depois, com a citação do profeta Isaías, fica também muito clara a tentativa de ir às Escrituras mostrar como já lá estavam previstos estes acontecimentos. Falta aqui o terceiro tempo, a opção dos ouvintes, mas ela está de facto na continuação deste texto e vai aparecer-nos no Evangelho do próximo Domingo.
Portanto, o que nós temos aqui é o mesmo modelo de pregação cristã, chamado kerigmático, que os apóstolos usavam para anunciar a ressurreição de Jesus. 
O próprio modelo do discurso nos chama a atenção para que a personagem central neste texto do Evangelho não é João Baptista, mas Jesus, exactamente como nos muitos discursos iguais de Pedro e de Paulo, no livro dos Actos dos Apóstolos, a pessoa importante é Jesus e não os apóstolos que “pregam”. O que Lucas está a fazer, logo no início do Evangelho, é inserir Jesus na História: na História do seu tempo (décimo quinto ano do imperador Tibério), na História do seu povo (Anás, Caifás), na História da fé judaica (oráculos do profeta Isaías) e na história da inteira humanidade (“toda a criatura verá a salvação de Deus). Esta última nota, a afirmação de que Jesus veio para toda a humanidade, é uma peculiaridade de Lucas em todo o seu evangelho. Os outros três evangelistas, por exemplo, citam o mesmo texto de Isaías, mas já não citam este último versículo, que Lucas resume no essencial: “todos os homens verão a salvação de Deus”.
O Livro de Isaías foi composto em épocas diferentes e por autores diferentes. O texto citado foi escrito por um autor no tempo do cativeiro da Babilónia. É, portanto, um alento ao povo, que estando numa situação de cativeiro aspira ardentemente por essa “salvação de Deus”. Evidentemente, se João Baptista centra o seu discurso neste profeta do cativeiro da Babilónia, dentro da panóplia de textos possíveis do Antigo Testamento, é porque o seu tempo, o tal décimo quinto ano de Tibério, lhe parece de cativeiro e as pessoas lhe parecem necessitadas do mesmo alento, do mesmo feliz anúncio da salvação próxima de Deus.
E, de facto, sobretudo por causa dos tais Tibério, Pilatos, Herodes, Filipe, e mesmo do Anás e do Caifás, assim parecia acontecer. A expectativa messiânica no tempo de João Baptista estava ao rubro. O grito “preparai o caminho do Senhor” encontrava eco em todos (em quase todos!) os corações daquele povo. Não quer dizer que depois não tivessem matado Jesus! E no nosso tempo, no nosso coração, de que salvação precisamos?


Pai Natal em risco

Os primeiros sinais do Natal chegaram, uma vez mais, pelo comércio. Com o calor a entrar pelo Outono dentro, tardaram sons, sinais e cheiros característicos do Dezembro natalício. O mesmo não se diga da azáfama comercial, estrategicamente montada por muitos centros de consumo, com a particularidade de não contar apenas com essa simpática figura de longas barbas brancas.
Com culpas quase exclusivas, outrora, pela usurpação das festas natalícias, o Pai Natal pode mesmo ter os dias contados. São hoje novas as personagens que se lançam à conquista das emoções que a quadra gera. Não para fazer esquecer – como se fosse possível - o acontecimento central do Natal, o nascimento de Jesus Cristo. Antes com a ousadia, atrevimento mesmo, de “competir” com o Pai Natal, qual “genérico” desta época do ano.
Os dias que correm não colocam só em tensão a maior valorização do Presépio ou da árvore de Natal, do Menino Jesus ou do Pai Natal. Ganham relevância pública outras personagens, imaginadas, criadas e propostas apenas com o objectivo de induzir a comprar. E com a agressividade suficiente para atingir o imaginário de adolescentes e jovens, moldar comportamentos e criar novas necessidades.
À valorização, negativa ou positiva, de tais propostas, junte-se o desafio de clarificar o acontecimento celebrado em cada Natal. Não serão precisos muitos anos para ser necessário explicar que tanto a Leopoldina como a Popota nada têm a ver com o Natal e apenas são “personagens” para campanhas de publicidade de cadeias de supermercados.
Ao relevo, preocupante, que elas ganham ao se associarem à época natalícia adicione-se a oportunidade de um desafio. O pluralismo e o relativismo em que se banham sociedades do Ocidente obrigam a que se viva em coerência de convicções, sobretudo as religiosas, celebrando-as pessoal e comunitariamente. Transmitindo também às novas gerações o que identifica os dias que correm, as razões de celebrações em família e os ciclos temporais em que se inserem.
Este ano, a iniciativa “Estandartes de Natal 2009” pode ser uma excelente oportunidade para afirmar publicamente porque se celebra o Natal. O sítio www.estandartesdenatal.org diz como: basta substituir laços, cores e luzinhas por um estandarte com a imagem d’Aquele que nasce.
Paulo Rocha



Missas da Semana

Dia 07 de Dezembro
20h30 – Reza do Terço e Procissão das Velas com a Imagem de Nossa Senhora da Conceição para a Capela Nova do Bordalo

Dia 08 de Dezembro (Imaculada Conceição)
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços
09h30 – Capela das Lages
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel
15h00 – Procissão com a Imagem de Nossa Senhora para a Capela da Senhora da Conceição, no Bordalo, seguindo-se a Eucaristia.

Dia 09 – 4ª Feira
21h00 – Capela da Cruz dos Morouços.

Dia 10 – 5ª Feira 
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 11 – 6ª Feira 
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 12 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.

Missas de Domingo

Dia 13 de Dezembro
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel

Aviso:
A Festa de Natal da Catequese e Jovens é no próximo dia 13 de Dezembro, às 15 h, na Sala do Capítulo, no 1º piso.
São convidadas todas as pessoas que quiserem assistir, em especial os catequistas, os pais e familiares dos catequisandos, podendo trazer algo para o lanche partilhado, no final da apresentação.