I Domingo do Advento

Iniciamos hoje um novo ano litúrgico – o Ano C – onde predomina a leitura do Evangelho segundo S. Lucas. Cada ano litúrgico começa sempre com o tempo do Advento. São quarto semanas de preparação para essa grande festa do Natal, em que comemoramos o nascimento do Deus – Menino. E a nossa preparação para esse dia, deve começar desde já. Quanto mais nós empenharmos nessa preparação, melhor celebraremos a esta de Natal. Na primeira leitura o profeta Jeremias anuncia a fidelidade de Deus às promessas feitas a David e que são: no futuro, Deus irá fazer surgir um descendente de David que assegurava a paz e a salvação a todo o povo. Esse rei anunciado pelo profeta, da descendência de David, seria Jesus, o Filho de Deus. Terá por missão restaurar a “justiça” e transmitir a abundância de vida e de salvação ao Povo de Deus. Por isso, chamar-se-á “o Senhor é a nossa justiça” através de Jesus, Deus garante ao seu povo, um futuro cheio de justiça, de bem-estar, de salvação. Mas Deus não faz isto sozinho. É necessária a nossa colaboração e participação. Por isso, pergunto:
-Sentimo-nos, verdadeiramente, membros do povo de Deus, construtores desse mundo de justiça, de paz, de felicidade para todos?
-Qual é a atitude que define o nosso empenhamento: o compromisso sério com a justiça e a paz, ou o comodismo de quem prefere demitir-se das suas responsabilidades e passa ao lado da vida?
Caros Amigos e Irmãos
O Evangelho diz-nos que a palavra de Deus que hoje nos é apresentada abre a porta da esperança e grita a todos os que vivem na escravidão “alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima.” Com a vinda próxima de Jesus, o projecto de Salvação/libertação de Deus vai tornar-se uma realidade viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade de vida e de felicidade para todos. Porém, a salvação/libertação que há-de transformar as nossas vidas não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados. É preciso “estar atento” a essa salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem mas é necessário reconhecê-lo, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação/ajuda.
É preciso, também, ter a vontade e a liberdade de acolher Jesus, deixar que Ele nos transforme o coração e se faça vida nos nossos gestos e palavras.
Caros Amigos e Irmãos
A palavra “advento” quer dizer chegada. É Cristo que vem para estar connosco em todas as situações da nossa vida: vem para habitar no meio de nós, para viver connosco e em nós; vem preencher as distâncias que nos dividem e nos separam; vem para nos reconciliar com Ele e entre nós.
Vem bater à porta de cada homem e mulher de boa vontade, para dar aos indivíduos, às famílias e aos povos o dom da fraternidade, da concórdia e da paz.
Por isso, o Advento é, por excelência, o tempo da esperança, no qual, nós crente em Cristo, somos convidados a permanecer em expectativa vigilante e atenta, alimentada pela oração e pelo amor. Que ao aproximar-se o Natal de Cristo, enchamos os nossos corações de alegria, de serenidade e de paz!
Termina o Evangelho dizendo: “Vigiai e orai em todo o tempo.”
-Vigiar é estar atento a tudo o que possa impedir que a vinda de Cristo chegue até mim.
-Cada um de nós se interrogue: O que é que na minha vida é obstáculo a que eu me aproxime de Cristo e Cristo de mim?
- A mesma pergunta se pode fazer em relação aos outros.
- Há algo que me separa de alguém?
Procuremos que este tempo de preparação para o Natal sirva também para nos aproximarmos mais de Cristo e dos irmãos.
Para que tudo isto seja uma realidade não esqueçamos a oração. Vigiai e orai, diz o Senhor. A oração é a alavanca da nossa vida espiritual…
Sem alavanca não há força parra chegarmos até Deus e aos irmãos. Rezemos, e no encontro com Deus iremos buscar força para nos unirmos mais a Deus e aos irmãos. Seja este o nosso compromisso deste Advento.