Bordão 24 Maio

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR
Actos 1, 1-11; Sl 46; Ef 1, 17-23; Mc 16, 15-20

Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados». E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam. (Marcos).

Cooperadores censurados
Este texto do Evangelho é o final do Evangelho de Marcos. Mas devemos já notar duas coisas: não é o final todo; não é o final original.
O final original do Evangelho escrito pelo próprio Marcos é o texto que lemos, lá muito atrás, na Vigília Pascal, que diz que um jovem vestido de branco anunciou às mulheres, que visitavam o sepulcro, que Jesus tinha Ressuscitado. Portanto, Marcos não dizia mais nada sobre os dias que se sucederam à morte de Jesus... Foram já outros cristãos, mais tarde, que compuseram um último capítulo para o Evangelho de Marcos, fazendo como que uma “Conclusão”. Mas para fazerem esta “Conclusão” não se puseram a inventar!; ao contrário, usaram outros textos bíblicos, nomeadamente os evangelhos de S. João, S. Mateus e S. Lucas e o Livro dos Actos do Apóstolos.
Agora, uma coisa é clara: dado que os redactores deste texto “conclusivo” de Marcos conheciam muito bem os outros Evangelhos e o livro dos Actos dos Apóstolos, o facto de eles terem escolhido umas cenas e omitido outras supõe que tiveram determinados critérios de selecção relativamente àquilo que consideravam ser o resumo dos resumos sobre a ressurreição de Jesus e as suas consequências. E o que eles seleccionaram como “grande resumo” foi concretamente: 
- três aparições de Jesus ressuscitado
- a entrega de uma missão à Igreja 
- e o relato da Ascensão de Jesus, cuja Solenidade hoje celebramos.

O texto do evangelho que lemos na missa de hoje não é a “conclusão” toda, porque só fala da missão (“ide por todo o mundo”) e da Ascensão (“foi elevado ao Céu”). Não aparecem as três Aparições. E todavia, mesmo não tendo sido lidas na missa, vale a pena reflectirmos um pouco sobre elas.
Desde logo, as três Aparições escolhidas nem parecem ser as que nós, à partida, consideraríamos mais importantes, como, por exemplo, aquela à beira do Lago de Tiberíades, em que é dado a Pedro o primado na Igreja, ou aquela em que se refere o episódio da descrença de S. Tomé… O tal resumo dos resumos para a Igreja primitiva parece ser outro...
- A primeira Aparição é a Maria Madalena. A Ressurreição de Jesus é revelada aos socialmente últimos, aos desconsiderados, aos julgados inferiores, simbolizados no Novo Testamento muitas vezes na figura das mulheres, e aqui numa mulher concreta: Maria Madalena;
- A segunda Aparição é a dois homens que vão a caminho do campo (evocação dos discípulos de Emaús). A Ressurreição de Jesus é revelada àqueles que, apanhados na desilusão, se sentem sós e abandonados, se sentem frustrados nos grandes sonhos, sentem que os projectos de mudança da história já não têm sentido e que a vida desaba sobre eles…, mas que apesar disso mantêm o coração aberto para acolher os outros como irmãos fraternos nos caminhos da vida...
- A terceira Aparição é aos Onze. A Ressurreição de Jesus é revelada à Igreja, àqueles que permanecem unidos nos vínculos da mesma fé pela oração, pelo ensino, pela caridade…
Mas curiosamente, ao mesmo tempo que Jesus entrega a estes Onze uma missão e “coopera com eles” confirmando a palavra com milagres, censura-lhes também o facto de eles não terem acreditado nem em Maria Madalena, nem nos dois homens; ou seja, censura os Onze pela sua dificuldade em aceitar que Jesus Cristo, por sua iniciativa, também se revela Salvador da humanidade fora (e mesmo antes) da própria Igreja! 
Ora a consciência da Ascensão de Jesus no fundo marca uma transmutação na consciência da própria Igreja de que Jesus Ressuscitado deixou de ser um Jesus-para-nós e se tornou um Jesus-para-a-humanidade, para todos os homens, tempos e culturas. E um Jesus que nos convida agora a “cooperar” com Ele nesta obra de salvação, indo por todo o mundo e pregando o Evangelho a toda a criatura, mas também reconhecendo em todo o mundo e em toda a criatura os sinais da Salvação que já ocorrem nas suas vidas pela iniciativa amorosa de Deus.



Dia Mundial das Comunicações Sociais celebra-se próximo 24 de Maio

“Os meios de comunicação social: na encruzilhada entre protagonismo e serviço. Procurar a Verdade para compartilhá-la” é o tema da próxima Jornada Mundial das Comunicações Sociais, colocando em relevo como é importante o papel destes instrumentos na vida das pessoas e da sociedade. De facto, não existe nenhum âmbito da experiência humana, sobretudo se enquadra no vasto fenómeno da globalização, onde os media não se tenham tornado parte constitutiva das relações interpessoais e dos processos sociais, económicos, políticos e religiosos.
A tal propósito, Bento XVI escreveu na Mensagem para a Jornada da Paz do passado dia 1 de Janeiro: «Os meios de comunicação social, pelas potencialidades educativas de que dispõem, têm a responsabilidade especial de promover o respeito pela família, de ilustrar as suas expectativas e os seus direitos, de pôr em evidência a sua beleza» (n.º 5).
Graças a uma vertiginosa evolução tecnológica, estes meios foram adquirindo potencialidades extraordinárias, ao mesmo tempo que levantam novas e inéditas interrogações e problemas. É inegável a contribuição que podem dar para a circulação das notícias, o conhecimento dos factos e a difusão do saber: por exemplo, contribuíram de modo decisivo para a alfabetização e a socialização, como também para o avanço da democracia e do diálogo entre os povos. Sem a sua contribuição, seria verdadeiramente difícil favorecer e melhorar a compreensão entre as nações, conferir uma dimensão universal aos diálogos de paz, garantir ao homem o bem primário da informação, assegurando ao mesmo tempo a livre circulação de pensamento a bem, nomeadamente, dois ideais de solidariedade e justiça social.
Sim! Os media, no seu conjunto, não servem apenas para a difusão das ideias, mas podem e devem ser também instrumentos ao serviço de um mundo mais justo e solidário. Infelizmente, é bem real o risco de, pelo contrário, se transformarem em sistemas que visam submeter o homem a lógicas ditadas pelos interesses predominantes de momento. É o caso de uma comunicação usada para fins ideológicos ou para a venda de produtos de consumo mediante uma publicidade obsessiva. Com o pretexto de se apresentar a realidade, de facto tende-se a legitimar e a impor medelos errados de vida pessoal, familiar ou social.

Miguel Cotrim


Missas da Semana

Dia 26 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 28 – 5ª Feira 
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 29 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento. 

Dia 30 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.
21h00 – Encerramento do mês de Maria com reza do terço, procissão no adro da 
Igreja da Rainha Santa Isabel e consagração a Nossa Senhora.


Missas de Domingo

Dia 31 de Maio
09h00 – Capela da Cruz de Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel
16h00 – Eucaristia e Crisma, na Sé Nova, presidido pelo Senhor Bispo.