Bordão 10 de Maio

V DOMINGO DA PÁSCOA

Actos 9, 26-31; Sl 21; 1 Jo 3, 18-24; Jo 15, 1-8


«Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos». (João)


“Por Cristo, com Cristo e em Cristo”

Quando nós preparamos uma lição, uma conferência, ou até mesmo um texto tão simples como este comentário no “Bordão”, se estamos mesmo interessados em conseguir comunicar a nossa mensagem de tal modo que as pessoas a percebam sem dificuldade, vamos elaborando vários esquemas e vamos tentando encadear as ideias umas nas outras de modo a que o texto final forme uma unidade coerente, clara e lógica. Lido depois de acabado, o texto parece que foi escrito todo de seguida, como se uma ideia inspirasse ou exigisse de imediato a que se segue. Mas raro é assim; e quanto mais bem arrumado parece estar um texto, mais trabalho de redacção teve. E muitas vezes acabamos por “deitar para o lixo” muitos pedaços de texto com ideias interessantes e bem escritos, mas que, à hora de fazer o texto final, não se enquadram bem, duplicam outras ideias já apresentadas, evocam imagens que apenas dispersam… Temos pena, mas para facilitar a compreensão dos leitores, preferimos deitá-los fora.

Com os Evangelhos aconteceu também isto. E quanto mais denso é o mistério que os evangelistas tentam explicar, mais trabalho de redacção, mais esquemas, mais imagens, mais textos preparatórios foram elaborando. E, naturalmente, à hora de juntarem todo o material, deverão ter “deitado para o lixo” imensas coisas interessantes, válidas, histórias e exortações do próprio Jesus de Nazaré, mas que, por isto ou por aquilo, não se enquadravam no texto final.  Curiosamente, o Evangelho de S. João dá-nos um exemplo claro e longo deste trabalho redactorial. Com uma diferença: as comunidades cristãs que definiram o texto final deste Evangelho, perante dois esquemas diferentes que provavelmente o próprio S. João tinha escrito sobre a Última Ceia, acharam os dois tão ricos que não conseguiram deitar nenhum para o lixo. E, então, fizeram uma coisa simples: puseram os dois no Evangelho, justapostos, um a seguir ao outro, sem mais nenhuma explicação. O primeiro compreende os capítulos 13 e 14; o segundo, os capítulos 15, 16 e 17. É por isso que no final do capítulo 14, exactamente no último versículo antes do evangelho da missa de hoje, Jesus diz aos discípulos: “levantai-vos. Vamo-nos embora daqui”; e depois, (a começar pelo texto que lemos na missa de hoje) ainda lhes fica a falar mais três capítulos antes de sair para o Monte das Oliveiras!

O interesse destas observações, no comentário à leitura do Evangelho da missa de hoje, reside nisto: tal como, no primeiro esquema, o lava-pés foi o enquadramento ideal encontrado por S. João para nos explicar o sentido eucarístico da Última Ceia, esta imagem do agricultor, da vide e dos ramos foi o enquadramento ideal que João encontrou para nos falar exactamente da mesma coisa noutro esquema alternativo que também redigiu. Ou seja, quando o evangelista nos quis escrever sobre a Última Ceia de Jesus, num dos esquemas que elaborou sobre isso pensou que o melhor modo de nos fazer entrar no mistério da instituição da Eucaristia era esta imagem do agricultor, da cepa e dos ramos. Portanto, este Evangelho, de certo modo, na intenção do evangelista, não vale tanto por si, mas vale sobretudo porque nos introduz no mistério da Eucaristia: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo!”, rezamos nós na Eucaristia, e é para esta exclusividade da mediação, união e inclusão em Cristo que este texto aponta.  

De facto, este texto do Evangelho é mais do que uma comparação da Igreja com uma videira. Em boa verdade, o Antigo Testamento já conhecia a imagem da vinha e do agricultor, sendo que o agricultor era Deus e a vinha o Povo de Deus, do qual Deus tratava com toda a dedicação. Porém agora, nesta comparação de Jesus, Deus continua a ser o agricultor, mas a vinha, a totalidade da vinha (verdadeira vide) é Jesus, só Jesus e não o povo. O Povo de Deus só existe por Cristo, com Cristo e em Cristo, a verdadeira vide, a única vide. “Mistério de fé!”, proclama ainda a Eucaristia.





Semana da Vida em defesa da família


A Igreja Católica em Portugal celebra, de 10 a 17 de Maio, a Semana da Vida, este ano subordinada ao tema “Vida com Valores formação na Família”. Esta iniciativa vem na sequência do apelo lançado em 1991 pelo Papa João Paulo II, na Encíclica “O Evangelho da Vida”, sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana. 

A Semana da Vida vem focando, cada ano, aspectos a que a actualidade confere especial premência. Após o Referendo de Fevereiro de 2007, que abriu a porta à legalização da prática do aborto, a Igreja, não se eximindo ao dever de ajudar a descobrir as causas de tão grande vazio ético na sociedade portuguesa, propôs-se enfrentar com realismo as que mais directamente lhe digam respeito, designadamente, a preocupante fragilidade do processo evangelizador. 

Numa situação de debate de civilização, as Semanas da Vida 2007 e 2008 incidiram sobre a evangelização em ordem à conversão pessoal e à transformação das consciências e das mentalidades. 

Dando-lhes continuidade, a Semana da Vida 2009 acolhe a mensagem do mais recente Encontro Internacional das Famílias, sobre “A Família, Formadora nos Valores humanos e cristãos”. 

A família, santuário da vida, é também “uma escola de humanidade e de vida cristã para todos os seus membros, com consequências benéficas para as pessoas, para a Igreja e para a sociedade” (Bento XVI, Mensagem ao VI Encontro Mundial das Famílias). Por essa razão, uma evangelização cuidada que responda ao vazio de valores éticos na sociedade não pode esquecer a família como destinatária e como sujeito activo dessa evangelização. 

Esta Semana da Vida 2009 será, talvez ainda mais que as anteriores, a afirmação clara de que a defesa da vida está intimamente ligada à defesa da família, hoje tantas vezes desvalorizada, depreciada e mesmo atacada. 

Defender e apoiar as famílias a fim de que os seus membros sejam pessoas livres e ricas de valores humanos e evangélicos é o caminho mais directo e eficaz para garantir a dignificação da vida e o melhor serviço que se pode oferecer à sociedade. 



Agenda paroquial

Missas da Semana

Dia 12 – 3ª Feira

18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

 

Dia 13 – 4ª Feira

21h00 – Cruz dos Morouços.

 

Dia 14 – 5ª Feira

18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

 

Dia 15 – 6ª Feira

18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

 

Dia 16 – Sábado

16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.

                    

Missas de Domingo

 

Dia 17 de Maio

09h00 – Capela da Cruz de Morouços

09h30 – Capela das Lages

10h00 – Capela do Bordalo

11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel

 

Dia do Idoso e do Doente

14h30 – Confissões

15h00 – Eucaristia com administração da Santa Unção, seguida de lanche

e convívio com Serenata pelo Grupo “Velha Guarda Coimbrã”


Aviso:

Dia 17 de Maio (3º domingo) o ofertório é para a Acção Caritativa da paróquia.