V Domingo de Páscoa – Ano B

Hoje, Jesus, “a verdadeira videira”, continua a oferecer ao mundo e aos homens os seus frutos; e fá-lo através dos seus discípulos que somos nós. A missão da comunidade de Jesus, que hoje caminha pela história, é produzir esses mesmos frutos: de justiça, de amor, de verdade e de paz que Jesus produziu.
Trata-se de uma grande responsabilidade que nos é confiada, a nós, os seguidores de Jesus.
Jesus não criou um greto fechado, onde os seus discípulos podem viver tranquilamente sem “incomodarem” os outros homens; mas criou uma comunidade: viva e dinâmica que tem como missão testemunhar em gestos concretos: o amor e a salvação de Deus. Se os nossos gestos não derramam amor sobre os irmãos que caminham ao nosso lado, se não lutamos pela justiça, pelos direitos e pela dignidade dos outros homens e mulheres, se não construímos a paz e não somos anunciadores da reconciliação, se não defendemos a verdade, estamos a trair Jesus e a missão que Ele nos confiou.
A vida de Jesus tem de mostrar-se nos nossos gestos e a partir de nós, atingir o mundo e os Homens.
Caros Amigos e Irmãos
O discípulo só pode produzir bons frutos se permanecer unido a Jesus. No dia do nosso Baptismo, pelos nossos padrinhos, optámos por Jesus e assumimos o compromisso de O seguir no amor no caminho. Amando celebramos a Eucaristia, acolhemos e participamos da vida de Jesus, vida partilhada com os Homens. O Cristão tem em Jesus o seu modelo. Identifica-se com Ele, vive em comunhão com Ele, segue-o a cada instante no amor a Deus e na entrega aos irmãos. O cristão vive de Cristo, com Cristo e para Cristo. Façamos agora uma pergunta: “O que é que pode interromper a nossa união com Cristo e tornar-nos “ramos” secos e estéreis?” Quando conduzimos a nossa vida por caminhos de egoísmo, de ódio, de injustiça estamos a dizer não a Jesus e a renunciar a essa vida verdadeira que Ele nos oferece. Quando nos fechamos em esquemas de auto-suficiência, de comodismo, ficando instalados e estamos a recusar o convite de Jesus e a cortar a nossa relação com a vida de graça que Jesus nós oferece. Quando para nós o êxito o poder os aplausos, o orgulho, o amor-próprio, são mais importantes do que os valores de Jesus. Estamos a secar essa corrente de vida eterna que deveria correr entre Jesus e nós… Para que não nos tornemos “ramos” secos, é preciso renovarmos cada dia o nosso “sim” a Jesus e às suas propostas. Por isso pergunto a cada um de nós: Sentimo-nos ramos viçosos que unidos ao tronco, damos bons frutos? Ou somos “ramos” secos separados do tronco que nada de bom produz?
Caros Amigos e Irmãos
A comunidade cristã é o corpo de Cristo; e um membro separado do corpo é um membro condenado à morte…Por vezes, a comunidade cristã, com as suas misérias, fragilidades e incompreensões, decepciona-nos e magoa-nos; por vezes sentimos que a comunidade segue caminhos que não concordamos. Sentimos, então, a tentação de nos afastarmos e de vivermos a nossa relação com Cristo à margem da comunidade. Contudo, não é possível continuar unido a Cristo e a receber vida de Cristo, separados dos nossos irmãos na fé. Se somos membros do mesmo corpo, todos os membros têm de estar bem para que o corpo também se sinta bem. Porém basta que um membro esteja mal para que todo o corpo se sinta preocupado…É assim que nos sentimos na nossa comunidade paroquial? Os problemas de uns são problemas dos outros? Ou cada um se governe e se “arranje”? Tiremos as respectivas conclusões…