Missa da Meia - Noite – Ano C

O relato que S. Lucas nos apresenta no Evangelho, pode ser dividido em quatro partes:
1º Diz-nos que não havia lugar para Jesus, Maria e José na hospedaria. Procuraram por todo o lado e não encontraram lugar onde pernoitar; há aqui uma atitude de REJEIÇÃO a Cristo, logo desde o seu nascimento…até hoje.
2º Foi para uma gruta, onde Sua mãe: o deitou numa manjedoura e envolveu-O em passos. Vemos aqui o grande testemunho e lição de Jesus: a Sua pobreza – desprendimento, a Sua humildade – serviço aos outros, a sua simplicidade - para ele tudo estava bem.
Como Senhor do mundo que era não quis luxos - nem palácios ou berços de ouro ou honrarias – nem criados nem servos. Jesus sempre afirmou que veio para servir e não para servir e não ser servido. Procuremos servir o exemplo de Jesus.
3º Na terceira parte do Evangelho apareceu algumas manifestações divinas, para nos dizer que a criança que acabava de nascer não era uma criança qualquer… assim, aparece um anjo aos pastores anunciando-lhes a Boa Nova “nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor.”
Os pastores, eram tidos como um grupo de marginais, afastados e não aceites pela sociedade. São, todavia, os primeiros a receber o anúncio da vinda do Salvador.
O Senhor várias vezes disse que vinha, em primeiro lugar, para os pobres, para os abandonados.
Esta era a Sua primeira preocupação. É também a nossa preocupação atender aos mais necessitados?
4º A quarta parte do Evangelho, os anjos juntaram-se no lugar onde Jesus estava e cantaram: “Glória a deus aos homens por Ele amados.” Há um louvor a Deus de agradecimento, por nos ter enviado o Seu filho; é um desejo de paz entre os homens, que Deus ama. Para haver paz é preciso: amar a Deus estar de bem com o Pai, Amar o próximo, cada um de nós estar de bem consigo mesmo.
A segunda leitura, da carta de S. Paulo a Tito, apresenta-nos um plano de salvação, isto é, um plano de vida, para todos os homens: Diz S. Paulo que Deus nos ensina, a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos e consequentemente a viver com piedade, temperança e justiça. A piedade deve levar-nos à oração, ao diálogo com Deus, ao sentirmo-nos próximos de um Antigo que nos ama…que é Deus. A temperança, de que s. Paulo fala, opõe-se aos desejos mundanos que são: o dinheiro (a ganância de quer sempre mais), o poder (a ânsia do poder e do mando qualquer custo; o prazer (da comida, da bebida portanto da gula) o prazer do sexo. Dai vem as infidelidades matrimoniais, o aluguer de pessoas que se prostituem, etc, etc. S. Paulo, nesta leitura, diz-nos ainda que Jesus veio para nos alvar e para nos resgatar de todo o pecado. Cristo veio fazer um resgate de alguém que estava prisioneiro. O homem estava prisioneiro do pecado. Jesus libertou-nos. Pagou o nosso resgate no alto da cruz quando se ofereceu ao Pai por toda a humanidade.
Caros Amigos e Irmãos
Está nas nossas mãos usar bem a liberdade e das graças que Jesus nos alcançou. Termina a leitura de S. Paulo dizendo: “Jesus Cristo preparou um povo purificado e cumpridor de boas obras, isto é da caridade. Povo purificado. Portanto: que viva no amor de Deus e que viva realize e pratique a caridade.
É este apelo e proposta de S. Paulo que deixo a todos nós, para O pormos em prática, como vivência e propósito do Natal que estamos a viver. A luz do presépio de Belém apaga-nos as trevas do pecado. Deixem-nos inundar por esta Luz que é Cristo: que vem ao nosso encontro e não o percamos mais da nossa vida.