XXIX Domingo do Tempo Comum – Ano B

O Evangelho da missa de hoje, de S. Marcos, diz-nos: “Tiago e João aproximaram-se de Jesus e disseram-lhe: “Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda.” Disse-lhes Jesus: “ Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos.””
Desde o primeiro instante, Jesus recusou as tentações da ambição, do poder, da grandeza, dos aplausos das multidões; desde o primeiro instante, Jesus fez da sua vida um serviço aos pobres, aos pecadores, aos marginalizados, aos últimos. O ponto culminante dessa vida de doação e de serviço foi a morte na cruz - expressão máxima e total do seu amor aos homens. É preciso que tenhamos a consciência de que este valor do serviço não é um elemento acidentável ou acessório, mas um elemento essencial na vida e na proposta de Jesus…Ele veio ao mundo para servir e colocou o serviço simples e humilde no centro da sua vida do seu projecto.
Trata-se de algo que não pode ser ignorado e que tem de estar no centro da experiência cristã de cada um de nós. Nós, seguidores de Jesus, devemos estar plenamente conscientes de que a nossa missão é de serviço a Cristo e aos irmãos e não de servirmo-nos de Cristo e dos irmãos para nosso proveito e promoção. O episódio que nos é proposto hoje no Evangelho mostra a dificuldade que os discípulos tiveram em entender e acolher a proposta de Jesus. Para Tiago, para João e para os outros discípulos, o que é importante é a satisfação dos próprios sonhos pessoais de grandeza, de ambição, de poder, de domínio. Não os preocupa fazer da vida um Serviço simples e humilde de Deus e aos irmãos; preocupa-os sim ocupar os primeiros lugares, os lugares de honra…Jesus, de forma simples e directa, avisa-os de que a comunidade do Reino não pode funcionar segundo os modelos do mundo. Aqui não há meio-termo: quem não for capaz de renunciar ao egoísmo, à ambição, ao domínio, para fazer da própria vida um serviço e um dom de amor, não pode ser discípulo de Jesus que veio para servir e para dar a vida pelos homens. Caros Amigos e Irmãos. E nas nossas comunidades cristãs? Quem são os primeiros? As palavras de Jesus não deixam qualquer dúvida: “ Quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o ser de todos.”
Na comunidade cristã, a única grandeza é a grandeza de quem com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos.
Na comunidade Cristã não há donos, nem grupos privilegiados, nem pessoas mais importantes do que outras… Na comunidade cristã há irmãos iguais, a quem a comunidade confia serviços diversos em vista do bem de todos. Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir de partilhar com os irmãos, os dons que Deus nos concedem. A atitude de serviço que Jesus nos pede deve concretizar-se de forma especial: no acolhimento dos pobres, dos humildes, dos marginalizados; deve realizar-se junto daqueles que não agradecem, nem podem retribuir-nos.
Seremos capazes de acolher e de amar os marginalizados, os doentes incuráveis, os idosos, os difíceis, os que ninguém quer e ninguém ama? Na nossa comunidade paroquial florescerá Cristo e a sua doutrina, na medida em que todos nos sintamos irmãos, mais próximos e mais iguais, mas para isso, não devemos virar as costas aos outros ou criticá-los. Enquanto assim for nem o Reino de deus habita em nós, nem, jamais, O levaremos aos outros. O ofertório da missa de hoje é para a Acção Caritativa da nossa paróquia. Expressemos a nossa generosidade para com os mais necessitados, sendo generosos na nossa oferta. O que dermos aos pobres é o que arrecademos no céu, como vimos no domingo passado!