III Domingo de Páscoa – Ano B

Na primeira leitura S. Pedro afirma: “ Deus ressuscitou Cristo dos mortos e nós somos testemunhas disso.”
E o Evangelho da missa de hoje, confirma isto mesmo, ao dizer que: Jesus depois de aparecer aos Apóstolos; depois de lhes dissipar todas as dúvidas; depois de lhes apresentar o Seu Corpo para que O trocassem, pois não era um fantasma, como eles julgavam; depois de ter comido à vista deles; depois de lhes ter aberto o entendimento para que entendessem as Escrituras:
O Senhor afirma: “Vós sois testemunhas de tudo isto.”
O caminho espiritual dos Apóstolos é a imagem do que cada um de nós deve fazer para chegar à fé. Como eles, também nós, entre tantas dúvidas, incertezas e medos, podemos “ver” (sentir) Jesus Ressuscitado sempre que nos reunimos em comunidade; sempre que escutamos a Sua Palavra; Ele está no meio de nós!
E, pouco a pouco, abrem-se-nos os olhos e descobrimos que Ele está connosco que influencia: o nosso pensamento; as nossas palavras e as nossas atitudes.
Somos como que imbuídos, penetrados completamente: de Deus e por Deus, em toda a nossa vida.
Caros Amigos e Irmãos
A tarefa que incumbe hoje a todos nós, como afirma S Pedro: “ É testemunhar Jesus Ressuscitado.”
Proclamar, sobretudo com a nossa vida, que Ele está Vivo! Mostrar, no nosso ambiente, à nossa volta, que o amor de Cristo, palpita nos nossos corações, e aparece bem presente: na nossa caridade para com os mais débeis e mais carenciados, no espírito de partilha de todos os bens, como víamos nas Leituras do domingo passado; no nosso acolhimento fraterno a quem quer que seja; na nossa permanente atitude de reconciliação e de perdão.
Pergunto:
“Somos verdadeiramente testemunhas de tudo, isto?
Ou pomos tudo isto para trás das costas?”
“ Sentimo-nos ou não comprometidos com o anúncio de Cristo Ressuscitado?”
Caros Amigos e Irmãos
Quais são as consequências, em cada um de nós, da Ressurreição de Cristo?
Acreditar na Ressurreição do Senhor implica, para cada um de nós, uma mudança radical, na nossa maneira de pensar e de viver. A noite de Sábado Santo assinalava para os cristãos de Igreja primitiva a sua passagem da morte para a vida, isto é, do pecado para a vida de graça, através do Sacramento do Baptismo.
Quando pensamos na nossa vida pessoal e na vida das nossas comunidades, chegamos à conclusão que, infelizmente, embora tenhamos o nome de cristãos, continuamos a viver como se Cristo ainda não tivesse ressuscitado e como se nós próprios não tivéssemos ressuscitado com Ele para uma vida nova.
Falamos da Ressurreição uma vez por ano e, durante o resto do ano, falamos de outras coisas...
Assim, a Ressurreição de Cristo não ilumina realmente toda a nossa vida. É importante que Cristo Ressuscitado: que iluminou os Apóstolos, ilumine todas as gerações, para que o homem ouvindo acredite; acreditando espere e esperando ame, como dizia Sto Agostinho. Ao anunciar Jesus Cristo Ressuscitado, a Igreja deseja anunciar a todos os homens um caminho de esperança e a acompanhá-los ao encontro com Cristo.
Caros Amigos e Irmãos, procuremos fazer isto em toda a nossa vida!