Bordão 26 ABRIL


III DOMINGO DA PÁSCOA

Act 3, 13-15.17-19; Sl 4; 1Jo 2, 1-5a; Lc 24, 35-48


Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão. Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes Jesus: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?» Deram-Lhe uma posta de peixe assado, que Ele tomou e começou a comer diante deles. Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’». Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de todas estas coisas». (Lucas)



Homem e Mulher, Deus o re-criou


O texto do Evangelho de hoje divide-se em duas partes bastante distintas, embora acopladas na mesma aparição do Ressuscitado. 


Vamos deter-nos na primeira parte, que retoma globalmente a reflexão que já aqui fizemos a semana passada com o texto do evangelho de S. João. Se estamos recordados, no Domingo passado notámos que João falara três vezes nas “mãos” e no “lado” de Jesus; agora, S. Lucas insiste: “vede as minhas mãos e vede os meus pés. Sou eu mesmo; tocai-me e vede”. E re-insiste: o ressuscitado comeu uma posta de peixe assado diante deles! Curiosamente, apesar desta insistência, não podemos acusar os Onze de falta de fé na Ressurreição. Pelo contrário, quando os dois discípulos de Emaús chegam, para contar a aparição que tiveram, encontraram os Onze já solidamente convictos da ressurreição de Jesus e testemunhando unanimemente que Jesus aparecera a Simão. Aliás, além de convictos na ressurreição, estavam “cheios de alegria”. Mas então, afinal, em que é que eles “não queriam ainda acreditar”? 


No fundo, não queriam ainda acreditar que o Ressuscitado era o Crucificado, que o Ressuscitado era aqueles que comera peixe com eles à mesa comum da sobrevivência física. Acreditavam que Jesus ressuscitara, sim, mas era um Jesus - para usarmos uma palavra do próprio texto - à maneira de um “espírito”! 

Para percebermos a importância disto, devemos lembrar-nos que S. Lucas escreve o seu evangelho dirigido a pessoas de cultura grega, para quem o homem se divide em corpo e espírito, sendo que o espírito era uma coisa boa e o corpo uma coisa menos boa (ou mesmo má); o corpo era uma espécie de sombra da verdadeira pessoa, que era o espírito; ou então era uma espécie de prisão do espírito, e de que o espírito se libertava pela morte. Nesta concepção, a ressurreição não tinha sentido nenhum: na cruz, afinal, o que tinha realmente morrido seria só o corpo, só a sombra, só a prisão. Que o “espírito” de Jesus tivesse aparecido aos apóstolos seria motivo de espanto, eventualmente de alegria para aqueles que com ele conviveram, mas não deixava de ser uma afirmação plausível; que o corpo de Jesus tenha “também” ressuscitado, é que os gregos não conseguem aceitar. Quem é que em seu juízo quer voltar a dar a vida à prisão em que viveu?!

Mas S. Lucas e S. João insistem em afirmar que o que verdadeiramente ressuscitou não foi só uma parte de Jesus, mas Jesus todo, corpo e espírito. Pela ressurreição de Jesus o corpo humano torna-se absolutamente digno, torna-se objecto de respeito absoluto, torna-se sagrado. Do ponto de vista antropológico e teológico, a ressurreição de Jesus inaugura uma visão unitária e indivisível do homem como um todo: o homem/mulher não é corpo mais espírito, mas é homem/mulher; ponto final, parágrafo. Pela ressurreição, Deus re-criou o Homem, homem e mulher. Do ponto de vista social, a afirmação da dignidade absoluta do corpo é também uma condenação de todas as formas de escravização, violência ou degradação do mesmo corpo. Não deixa de ser uma reflexão com bastante actualidade!



Semana de Oração pelas Vocações

Entre 26 de Abril a 3 de Maio de 2009

A Diocese de Coimbra, através do Secretariado da Pastoral das Vocações, vai levar a efeito no próximo dia 28 de Abril, uma Vigília de Oração, presidida pelo Bispo de Coimbra, e terá lugar na igreja de Santa Cruz, pelas 21,30 horas.


Entre os Domingos 26 de Abril e 3 de Maio decorre a Semana de Oração pelas Vocações. O Papa Bento XVI na mensagem que dirige a toda a Igreja, que tem por título “A confiança na iniciativa de Deus e a resposta humana, que fazer-nos reflectir sobre o próprio núcleo da linguagem e do diálogo vocacional, recuperando-nos para a esperança e a certeza da fecundidade do coração de Deus que sempre proverá a sua Messe dos trabalhadores necessários ao crescimento e salvação dos homens. No contexto de uma carreira “Teologia da Vocação” a atenção centra-se por estes dias de modo especial na vocação sacerdotal e à vida consagrada, ditas de especial consagração, que na sua especificidade são espaço de promoção e cuidado de toda a vocação.

Celebrar esta semana pede uma consciência mais aguda para perceber a complexidade da hora actual: se pela fé se compreende que Deus não cessa nunca de chamar, custa entender porque persiste a escassez de respostas a Deus nas vocações da radicalidade; se o sinal positivo de crescimento do mundo do voluntariado e do agir solidário é tentativa de resposta, descobre-se nele a ambiguidade auto-referencial, de uma procura reduzida ao espaço pessoal de cada um, de configuração solitária e a prazo, menos referida aos valores permanentes dos cristãos. A “oração incessante, a escuta atenta e prudente discernimento, a adesão pronta e generosa ao projecto de Deus” é esta a gramática a colocar na ordem do dia. Que com criatividade seja colocada ao serviço dos jovens, para que possam actuar a sua generosidade e alegria com sentido, o sentido de Deus.


A Diocese de Coimbra acolhe da Conferência Episcopal Portuguesa a proposta traduzida nas palavras de Paulo a Timóteo: “Sei em quem pus a minha confiança” (2 Tm 1,12). Através do Secretariado da Pastoral das Vocações propõe uma vigília de oração para pedir a Deus que suscite na sua Igreja muitas e santas vocações para o serviço do Reino. Porque onde nasce uma vida nasce uma vocação.

A Vigília de Oração pelas Vocações será presidida pelo nosso Bispo D. Albino Cleto, e terá lugar na próxima terça-feira, dia 28 de Abril, na igreja de Santa Cruz, pelas 21,30 horas.


Miguel Cotrim




Agenda

Missas da Semana


Dia 28 – 3ª Feira

18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.


Dia 30 – 5ª Feira

18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.


Dia 01 – 6ª Feira

Peregrinação e Assembleia Paroquial em Fátima. Não há a missa das 18 horas.


Dia 02 – Sábado

16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.

17h30 – Reunião de catequistas e pais das crianças que vão fazer a Profissão de Fé.


Missas de Domingo


Dia 03 de Maio

09h00 – Capela da Cruz de Morouços

09h30 – Capela das Lages

10h00 – Capela do Bordalo

11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel




Celebração do Mês de Maria:


Igreja da Rainha Santa Isabel

21 h – Todos os dias, excepto fins-de-semana.

Capela da Cruz dos Morouços

21 h – Todos os dias, excepto fins-de-semana.

Capela do Bordalo

21 h – Todos os dias, excepto fins-de-semana.

Capela das Lages

21 h – Todos os dias, excepto domingos.