Bordão 31 Outubro

Celebrar e Viver a Eucaristia

IV
Aclamação do Evangelho

Antes do Evangelho canta-se ou reza-se o Aleluia de pé.
É uma aclamação por meio da qual a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que lhe vai falar no Evangelho, e professa a sua fé por meio do canto. Por isso, o Aleluia é cantado por todos de pé.
A homilia, como diz São Justino, é para: “Explicar, actualizar, exortar e incitar à imitação de coisas tão belas que as leituras nos apresentaram.”
Depois da homilia é bom guardar um breve espaço de silêncio.
Segue-se o Credo ou profissão de fé.
Tem a finalidade de fazer que todo o povo reunido exprima o seu assentimento à Palavra de Deus, escutada nas leituras da Sagrada Escritura e exposta na homília.
O Credo apresenta, em forma de profissão de fé, os mesmos mistérios que depois vão ser proclamados ao longo da Oração Eucarística, em forma de oração.
E assim o Credo é também um momento que ajuda a predispor imediatamente para a Eucaristia.
A sua recitação por toda a assembleia seja bem ritmada, como se fora uma só voz.
Segue-se a Oração Universal ou dos fiéis:
Universal porque está aberta a todas as intenções;
Dos fiéis porque é dos baptizados.
Como Jesus Cristo, mediador entre Deus e os homens, o povo de Deus reunido continua esta obra mediadora, apresentando diante de Deus o mundo e as suas necessidades.
Por isso, esta Oração é para que, com a participação do povo:
se façam preces pela Santa Igreja (Papa, Bispos, Sacerdotes e Povo de Deus),
pelos governantes,
pelos que sofrem de necessidades várias,
por todos os homens,
e pela salvação de todo o mundo


XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
Sab 11, 22 __ 12, 2; Sl 144; 2 Tes 1, 11 __ 2, 2; Lc 19, 1-10

Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade. Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido». (Lucas)

“Sim, nós podemos”
Mateus, Marcos e Lucas colocam Jericó como a última cidade por onde Jesus passou no caminho para Jerusalém. Isso evocará a memória histórica, mas não deixa de traduzir também conteúdos teológicos. Jericó é um oásis no meio do deserto da Judeia, uma das cidades mais vezes destruída e reconstruída ao longo da história da humanidade, pelo seu valor estratégico nas rotas das migrações dos povos do Médio Oriente. A própria evocação desta cidade conduz-nos às contradições mais profundas da existência: ao deserto e ao oásis, à destruição e à reconstrução, à morte e à sobrevivência, aos “destinos” e às vontades férreas, à transitoriedade e à permanência... E, para os evangelistas, à cegueira e à visão, ao acomodamento e à mudança dos critérios de vida. Para Lucas, ainda, à fraude e à partilha fraterna.

De facto, os três evangelistas detêm-se em Jericó para contar um episódio que aconteceu com Jesus: uma cura de cegueira. Em Marcos, a cura do cego de Jericó é um episódio importantíssimo, e constitui mesmo uma chave teológica de leitura de grande parte do seu evangelho; em Mateus, são mesmo dois cegos em vez de um, evidenciando desde logo uma preocupação para fazer doutrina sobre a Igreja; Lucas, limita-se a dizer, de raspão, que Jesus curou um cego, mas introduz aqui este episódio do Zaqueu, que os outros evangelistas ignoram.
Parece pois que, para Lucas, a principal cegueira de que Jesus cura a humanidade é aquele encadeamento provocado pelo brilho das riquezas materiais, uma espécie de cegueira que priva as pessoas da convivialidade espontânea dos seus concidadãos e as apequena à hora de quererem ver o próprio Jesus.
Zaqueu, em rigor, é muito mais do que o Zaqueu de Jericó. É o homem rico, de todos os tempos, que acumula riquezas pelo meio mais normal de as acumular: defraudar alguém. Mas, participando das contradições da própria cidade em que vive, é também o homem generoso, capaz de se desprender dos seus bens, repondo a justiça social (dar metade dos bens), repondo a justiça distributiva (segundo a Lei, dar três vezes mais do que aquilo que tinha defraudado) e indo até à própria caridade (dar quatro vezes mais).
No meio destas contradições, o “machado que racha a direito” e faz triunfar a vida sobre a morte, a paz sobre a guerra, o acolhimento sobre o ressentimento, é o olhar misericordioso e amigo de Jesus de Nazaré. Olhar que provocou rumores de indignação...
Jesus ultrapassa-nos em bondade libertadora. Só ele, tão humano assim, poderia ter curado a cegueira mais terrível de um homem: aquela provocada pelas riquezas. Nas “subidas” e “descidas” da vida – como Lucas gosta destas duas palavras! –, Jesus permanece como a única referência absoluta, a rocha inabalável, ele que passa pela porta da contradição, Jericó, que fecha o ciclo da Galileia e abre o ciclo de Jerusalém.
Se o ciclo de Jerusalém será o da paixão, o ciclo da Galileia, convém lembrá-lo, foi o da pregação de uma novidade que irrompe na História: o Reino de Deus. Novidade que, para ser acolhida, implica a mudança de critérios de vida. “Deus dá-vos o Seu Reino. Convertei-vos! Mudai de vida!”, tal poderia ser a síntese de toda a pregação de Jesus na Galileia. Mas afinal, quem se converteu?! Quem mudou um único critério de vida?! A sua mensagem pedia um impossível?! A resposta vem por Zaqueu - o último de quem se poderia esperar tal conversão. Não foi em vão a pregação de Jesus de Nazaré. Dela nasceram frutos julgados impossíveis. “Sim, nós podemos” transformar o mundo, se agirmos no mundo como ele agiu na Galileia.



Missas da Semana

Dia 01 – 2ª Feira (Todos os Santos)
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel

Dia 02 – 3ª Feira (Comemoração dos Fiéis Defuntos)
08h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 03 – 4ª Feira
21h00 – Capela do Bordalo.

Dia 04 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 05 – 6ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.

Dia 06 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.

Missas de Domingo

Dia 07 de Novembro
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel


O Pároco
Padre António Sousa