II Domingo da Quaresma - Ano C

O Evangelho de S. Lucas fala-nos na transfiguração do Senhor. Assim como, no monte Sinai, Deus tinha, revelado o Seu Nome a Moisés para fazer sair do Egipto o seu povo escolhido, e isso recorda a antiga aliança. 
Também na montanha da Transfiguração, àqueles que vão beneficiar de nova Aliança Deus proclama a identidade de Jesus dizendo: “Este é o meu Filho, o meu Eleito: Escutai-O.”
A voz vindo da nuvem pede-nos para escutarmos Jesus. E preciso, pois, “escutar o Filho” porque n'Ele encontramos tudo o que Jesus quer dizer-nos, hoje. Tudo nos é dado em Jesus.
Eis porque colocarmo-nos na escuta da Palavra que é Jesus é de uma importância extraordinária, se queremos ser verdadeiramente discípulos de Cristo.
É uma das grandes graças do Concílio Vaticano II haver dado toda a importância à Palavra de Deus, na liturgia e na vida dos Cristãos:
Palavra que o homem deve receber pessoalmente e viver em Igreja. 
O tempo de Quaresma é nos oferecido, precisamente, como uma ocasião para nos colocarmos mais na escuta da Palavra de Deus que se fez homem para nos, salvar.
Oxalá possamos e saibamos aproveitar este tempo quaresmal, tornando-nos mais atentos ao que Jesus nos quer dizer, a cada um de nós, e à nossa comunidade.
Caros Amigos e Irmãos
Não devemos prestar atenção, apenas ao que Jesus nos diz, mas também ao que o “outro”, o nosso irmão, nos diz: Isso nem sempre é fácil, é necessário estar interiormente disponível ao outro, fazer um tempo de paragem interior, um tempo de silêncio para poder dar ao outro espaço para que se possa exprimir, é preciso acolher o que o outro nos quer dizer. Todo o verdadeiro diálogo implica escutar, e além, do silêncio exterior, exige silêncio interior.
Caros Amigos Irmãos 
Estamos nós disponíveis, interiormente, para ouvir os outros: sobretudo aqueles de quem mais fugimos? 
É com esses que, em primeiro lugar, devemos estabelecer diálogo.
Caras Amigos Irmãos
Fala-nos ainda o Evangelho que os discípulos, Pedro, Tiago e João, testemunhas de Transfiguração, e fascinados por esta aparição, parecem não ter muita vontade de “ descer à Terra” e enfrentar o mundo e os problemas dos homens. 
Representam todos aqueles que vivem de olhos postos no céu, mas alheados da realidade concreta do mundo, sem vontade de interior para renovar e transformar.
No entanto, a experiência de Jesus obriga: a continuar a obra que Ele começou e a “ regressar ao mundo” para fazer da vida um dom e uma entrega aos homens nossos irmãos. A religião não é um “ópio” que nos adormece, mas um compromisso com Deus, que se faz compromisso de amor com o mundo e com os homens.
Como diz o nosso Bispo na Sua Nota Pastoral sobre a Quaresma: “ Um dos pecados das nossas comunidades é não ser fermento do Evangelho na massa humana em que se vive, é deixar perder a força ao sal com que Jesus nos comparou. 
Caros Amigos e Irmãos
-Sejamos Luz - pelos conhecimentos que adquirimos.
-Sejamos Fermento - pela acção na nossa comunidade.
-Sejamos Sal - para nos mantermos sempre fiéis a Cristo e aos irmãos.