Bordão 26 Dezembro

Festa da Sagrada Família
Sir 3, 3-7.14-17a ; Sl 127 ;Col 3, 12-21; Lc 2, 41-52 (Jo 1, 1-18)

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas, àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «Era deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer. (João)


A Palavra e o Silêncio
Embora a liturgia de hoje seja a da Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, optámos por trazer à reflexão o texto bíblico da “Missa do Dia” do dia de Natal, tirado do Evangelho de S. João, porque faz um enquadramento global deste tempo natalício.
Este texto é uma “introdução” ao evangelho de S. João. Ora as boas “introduções” às grandes obras literárias fazem-se no fim! Deste texto em concreto, não sabemos se João o escreveu no fim, no princípio ou no meio. Mas é natural que o tenho vindo a amadurecer demoradamente enquanto ia escrevendo o corpo do evangelho, e que apareça na forma que hoje o lemos mesmo no fim. Esta qualidade literária e teológica exige grande reflexão... De qualquer modo, o conjunto dos escritos joaninos (evangelho, cartas e apocalipse) situa-se depois do ano 90 d.C., pelo que o texto do evangelho que lemos deve ser colocado entre os últimos textos a serem redigidos em toda a Sagrada Escritura. Mas mais do que último no sentido cronológico, deve ser considerado o último no sentido teológico, aquele onde desembocou toda a reflexão bíblica ao longo de 2 mil anos: Jesus de Nazaré é o Filho de Deus desde toda a eternidade! De facto, até esta altura, nenhum texto bíblico tinha ousado dizer tanto. Quase poderíamos dizer que o próprio Deus encerra o tempo de inspiração da Sagrada Escritura no momento em que um homem, uma comunidade, consegue finalmente formular esta verdade por inteiro: “no princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus”. Jesus de Nazaré é o Verbo de Deus, Deus mesmo. Bendita seja a sua vinda ao seio da humanidade! Glória a Ele!
João, para expressar este mistério da eterna divindade de Jesus de Nazaré, não encontrou termo melhor do que “Verbo”, isto é “Palavra”. Jesus de Nazaré é a Palavra de Deus, ou mais verdadeiramente ainda, a Palavra. Diante da Palavra, comentam os teólogos, resta-nos o silêncio, a contemplação. Nestes dias contemplamos a Palavra que se manifesta Ela mesma também silenciosa, no presépio. E fazemos silêncio! 
Curiosamente, os sociólogos e os filósofos actuais, depois de um tempo em que parecia que só tinha valor a acção, dedicam um grande interesse à “palavra”, à linguagem. Dizem eles que a linguagem é o elemento pelo qual entramos em relação privilegiada com os outros, tornando-nos efectivamente pessoas. É a relação que nos torna pessoas e é a palavra, mais do que qualquer outra coisa, que estrutura a relação. Ora é este mistério da “relação”, da “humanização”, que João capta como central no Mistério de Deus. Deus é relação em Si mesmo e com a humanidade! 
Celebrar o Natal não é celebrar o nascimento de um menino, mais ou menos famoso, mais ou menos pobre, mais ou menos simpático, mais ou menos com sina traçada de ser incompreendido e vir a morrer na mais horrível das mortes conhecidas. Celebrar o Natal é celebrar a relação sempre amorosa de Deus pela humanidade e por cada homem e mulher em concreto.


Quem se lembrou de Mim?

A Azafama nas vésperas de Natal instalou-se na maioria das famílias. Mulheres atarefadas trataram do bacalhau, do peru e do cabrito.
Como é hábito não faltaram na maior parte das mesas, as iguarias da época, rabanadas, filhoses, bolo-rei e claro, um bom vinho…
A correria às últimas compras de Natal foi impressionante…Fizeram-se filas para entrar nos centros comerciais da cidade.
Bem perto, uma Criança esquecida e abandonada murmurava baixinho: “ - Então e Eu? Toda a gente se esqueceu de Mim?”
A família sentou-se à mesa. Não houve nesse dia um sinal da cruz ou uma simples oração.
Tilintaram-se copos e talheres. O ambiente era de euforia. Mas, lá fora estava frio…
Algures esquecido, ouvia-se a voz de um Menino: “Então e Eu? Toda a gente se esqueceu de Mim?
Rasgaram-se embrulhos e agradeceram-se as prendas. Amontoaram-se os sacos e os papéis… Algures, esquecido, continuava o Menino, desta vez a fazer beicinho: “Então e Eu? Toda a gente se esqueceu de Mim?”
A festa terminou. 
Tantas sobras pela mesa e migalhas pelo chão! 
Bem-estar na barriga e no coração. A noite a terminar e o Menino a chorar:
“Então e Eu?
Toda a gente se esqueceu de Mim?
Foi a festa do meu aniversário…
E do principio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Uma vez mais, não tive tecto nem afecto!”

Miguel Cotrim / Natal de 2009



Formação Social e Religiosa na Paróquia de Santa Clara

A Unidade Pastoral constituída pelas paróquias de Antanhol, Cernache, Santa Clara e S. Martinho do Bispo vai promover quatro cursos de formação social e religiosa, orientados por individualidades conhecedoras das diferentes temáticas, a ter lugar às segundas-feiras, das 21h15 às 23h00, no Centro Pastoral de Santa Clara.
Os interessados em participar nesta “Formação Social e Religiosa” poderão inscrever-se no(s) curso(s) que entenderem, sendo que o valor da inscrição, por curso, é de 25 euros, tendo cada participante direito ao compêndio e ao certificado de participação.
O primeiro curso, “Personalidade, Sentimentos e Relações Humanas” (agregando os sub-temas motivação, estrutura da personalidade, a dimensão corporal, a afectividade, os processos cognitivos, a conduta humana, a interacção humana e a aprendizagem) será ministrado pelo Dr. Luís Marques, médico psiquiatra, e terá lugar no dia 11 de Janeiro de 2010, cujas inscrições deverão ser efectuadas até 6 de Janeiro.
O cónego Emanuel Matos Silva, professor do ISET (Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra) animará o segundo curso intitulado “Revelação e Fé”, a realizar em data a designar, no 2.º trimestre de 2010, enquanto o tema “A Cultura”, a ter lugar no terceiro trimestre de 2010, terá como moderador o Dr. José Dias da Silva, professor universitário. A “Formação Social e Religiosa” culminará, no primeiro trimestre de 2011, com a Dr.a Maria João Pereira Carvalho, psicóloga, a orientar a temática “O Grupo Social”.
Para informações complementares, contactar o Sr. Padre António Sousa (961322770) ou Profª Maria do Rosário Oliveira (966572570).


Missas da Semana

Dia 29 – 3ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.


Dia 31 – 5ª Feira
18h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida de atendimento.


Dia 01 – 6ª Feira (Ano Novo)
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel


Dia 02 – Sábado
16h30 – Missa vespertina, na Igreja da Rainha Santa Isabel.


Missas de Domingo

Dia 03 de Janeiro
09h00 – Capela da Cruz dos Morouços
09h30 – Capela das Lages
10h00 – Capela do Bordalo
11h00 – Igreja da Rainha Santa Isabel