Domingo da Santíssima Trindade – Ano B

Caros Amigos e Irmãos
Nesta festa da Santíssima Trindade perguntemo-nos:
-Quem é Deus?
-Como é Ele?
-Qual a sua relação com os homens?
O Deus em que acreditamos é um Deus sensível aos problemas dos homens e que se preocupa em percorrer com eles um caminho de amor e de proximidade ou é um Deus insensível e distante, que olha com aborrecimento e indiferença o caminho que percorremos e que se recusa a sujar as mãos com os homens? Trata-se de um Deus capaz de amar os homens e de aceitar com misericórdia as suas faltas ou trata-se de um Deus intolerante, duro e insensível, que castiga sem piedade qualquer falta do homem?
Caros Amigos e Irmãos
A festa da Santíssima Trindade é, antes de mais, um convite a descobrir o verdadeiro rosto de Deus. Na1ª leitura, tirada do livro do Deuteronómio, Deus manifesta-se empenhado em estabelecer comunhão e familiaridade com o seu povo. É um Deus! Que vem ao encontro dos homens, que lhes fala, que lhes indica caminhos seguros de liberdade e de vida, que está permanentemente atento aos problemas dos homens, que intervém no mundo para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime e para nos oferecer a vida da graça.
Por vezes, ao longo da nossa caminhada pela vida, sentimo-nos sós e perdidos, afogados nas nossas dúvidas misérias e dramas, assustados e inquietos perante o rumo que a vida leva…mas a certeza da presença amorosa e salvadora de Deus deve ser uma luz de esperança que ilumina o nosso caminho e que nos permite encarar cada passo da nossa existência com alegria e serenidade.
Só Deus é capaz de realizar estas obras em favor do homem e só em Deus o homem encontra a verdadeira vida e verdadeira liberdade. Fujamos, sim, do “deuses” com letra minúscula que tantas vezes nos seduzem e que são: o dinheiro, o poder, a fama, o prazer… e que tantas vezes nos arrasta para o mal…
É muito perigoso para o homem seguir estes deuses. Há só um deus libertador que dá a vida e a felicidade. Os outros são “falsos deuses” que iludem e enganam: prometem liberdade e alegria, mas só oferecem escravidão e tristeza. Pensemos nestas verdades e tiremos as nossas conclusões.
Caros Amigos e Irmãos
Diz-nos o Evangelho que Jesus enviou os seus discípulos: a continuar a missão de Jesus, a testemunhar o amor de Deus pelos homens e a convidar os homens a fazer parte da família de Deus. Pergunto:
Os irmãos com quem nos cruzamos pelos caminhos da vida recebem de nós, essa mensagem e esse testemunho? As nossas palavras e os nossos gestos testemunham esse amor com que Deus ama todos os homens? As nossas comunidades são a imagem viva da família de Deus e apresentam um convite forte e convincente aos homens de hoje para que façam parte da comunidade do Pai, do filho e do Espírito Santo? Num mundo onde Deus nem sempre faz parte dos planos e das preocupações dos homens, testemunhar o amor de Deus e apresentar aos homens o convite para pertencer à família de Deus, é um enorme desafio. Mas não tenhamos medo do desânimo, da desilusão ou do sofrimento…Temos a garantia do senhor que nos diz: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos.” Acreditamos nisto? Acreditamos que Ele não nos abandona, que não desanima, que nunca se aborrece com o homem? As nossas comunidades paroquiais são realmente sinais da presença de Deus no meio de nós, e sobretudo junto de quem sofre, junto de quem erra, junto de quem é pobre? Cada um de nós medite e veja o que tem a corrigir… Viver e testemunhar a graça de Deus em nós.