Domingo do Pentecostes - Ano B

Diz-nos o Evangelho de S. João que “estando fechadas as portas da casa, onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus e disse-lhes: A Paz esteja convosco.”
Jesus começa, assim, por saudar os discípulos, desejando-lhes “a paz”.
A paz significa a transmissão: da serenidade, da tranquilidade e da confiança que permitirão aos discípulos ultrapassar o medo e a insegurança. A partir de agora nem sofrimento, nem a morte, nem a hostilidade do mundo poderão derrotar os discípulos, porque Jesus ressuscitado está no meio deles. Em seguida, Jesus mostrou-lhes as mãos e o lado. São os sinais que lembram a entrega de Jesus, o amor total expresso na cruz. É nesses sinais: na entrega da vida, no amor oferecido até à ultima gota de sangue que os discípulos reconhecem Jesus. Que sejam esses sinais também a dar-nos força a nós, e a reconhecermos em Jesus, o Cristo Ressuscitado que nos ama e que quer que levemos a sua mensagem aos que ainda não O conhecem.
Vem depois a comunicação do Espírito. Jesus transmite aos discípulos a vida nova e faz nascer o Homem Novo. Agora, os discípulos possuem a vida da graça e estão preparados - como Jesus - para fazerem da vida uma oferta de amor aos homens. Animados pelo Espírito, os discípulos, e nós com eles, formamos a comunidade da nova aliança e somos chamados a testemunhar - com gestos e com palavras - amor de Jesus. Caros Amigos e Irmãos.
As comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito é o sopro da vida, ou seja, a graça de Deus que transforma: o egoísmo em amor; o orgulho em serviço simples e humildade… É o Espírito que nos faz vencer os medos, ultrapassar as cobardias e fracassos, derrotar o pessimismo e a desilusão, reencontrar a orientação, readquirir a audácia e a força, testemunhar o amor, sonhar com um mundo novo. É preciso termos consciência da presença contínua do Espírito em nós, e nas nossas comunidades estarmos atentos: aos seus apelos às suas indicações e às suas interrogações. Como reagimos nós à acção do Espírito?
- Se nada sentimos é porque andamos muito distraídos; Se sentimos a voz do Espírito e não lhe damos atenção, somos cobardes;
- Se seguirmos a voz do Espírito e não lhe damos muita atenção, somos cobardes;
- Se seguirmos a voz do Espírito, deixamo-nos conduzir por Ele.
Conduzidos pelo Espírito: seremos homens e mulheres de mais fé, de uma vida cristã mais comprometida, de uma audácia maior, de uma santidade de vida mais evangélica, de uma dignidade e pureza mais íntegras, de uma esperança que não terá limites.
O Espírito Santo fará, em nós, maravilhas. Ele deseja renovar a face da Terra, renovar: o coração e a vida de cada um de nós, das nossas famílias, das nossas comunidades. Só o Espírito, pela sua acção divina poderá fazer prodígios de graça e de santidade.
Caros Amigos e Irmãos.
Deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo e não lhe façamos oposição.